Capítulo 10

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Quando o despertador tocou as seis da manhã, em algum ponto da casa, eu estava deitada no chão do quarto do meu pai. Levantei com muita dificuldade. O meu corpo pesado como chumbo. A cabeça doía.

Pesadamente caminhei para o banheiro e tomei um banho. Depois de dá o café da manhã para Sophia fui leva-la para escola. Sabia que tinha que agir. Não podia me enganar. Mesmo com meu corpo cansado e a mente em frangalhos, teria que seguir o caminho enfrentando com coragem a avalanche que vinha a frente.

Mal sai do elevador, já podia ouvir a voz de Enrico e Dominik em seu escritório. Dominik tentava convence-lo a se acalmar e parar de beber. Dizendo que ele não deveria ir atrás de mim, deveria esperar eu me acalmar, para depois conversarmos. Mais Enrico não aceitava. Dizia que precisava conversar comigo, conhecer sua filha.

— Ela teve todo o fim de semana. — Enrico protesta.

— E o que você acha que sua filha vai achar, se você aparecer neste estado a frente dela?

— Ela é tão linda. — Ouso a voz de dele. — Ela tem meus olhos. — Ele diz com carinho e ternura. — Ligue a Marina, preciso saber como encontra-las. — Ele parecia desesperado mais acima de tudo bêbado.

Respirei fundo, fiz o mantra "ohhhhnnnnn", e segui para o escritório. Eu não era mais uma menina, eu era uma mulher e precisava, agir como tal. A porta estava aberta, Dominik está sentado em sua cadeira, enquanto Enrico, segura a foto da minha filha em uma mão e uma garrafa na outra.

— Eu vou atrás delas. — Ele diz colocando a garrafa com toda força sobre a mesa.

— Não precisa. — Digo parando no batente da porta. — Vamos conversar. — Disse tentando transparecer segurança. Mesmo que por dentro eu estava tremendo e insegura.

Dominik levanta de sua cadeira, e bate no ombro de seu amigo.

— Pega leve, cara. — Ele diz ao seu amigo. — Obrigado. — Ele diz ao passar por mim.

Não sei porque agradecer-me, afinal não fiz nada. Apenas teria uma conversa com meu passado. Respiro fundo e entro na sala. A sala estava um desastre. Parece que um furação andou por lá. Era papel espalhado no chão. Garrafa de whiskey vazia, fora a que estava em sua mão pela metade. Ele estava um lixo. Não tem palavra melhor para descreve-lo.

"Marina disse que foi só um soco? Aquilo parecia mais uma briga de gangues".

Enrico me encara, segurando a foto da minha filha. Aproximo-me dele e tento tira-la da sua mão, mais ele não permite.

"Desisto, eu não vou brigar por uma foto".

— Por onde devemos começar? — Digo sentando sobre a mesa, ao seu lado. — Um teste de DNA? — Enrico me encara. — Você pode ter dúvidas... não acreditar que você foi o primeiro e o único. — Digo dando de ombros.

— Isso é prova suficiente. — Ele diz, entregando-me a foto, e tropeçando nas palavras.

— Que tal um banho e um café?

— Ela sabe da nossa história, ela sabe de mim? ... O que ela sabe?

— Ela é só um bebe, ela ainda não fez perguntas... — Digo olhando a foto da minha filha.

— Vamos fazer um acordo? — Digo o fitando e ele concorda com a cabeça. — Você vai para aquele banheiro, toma um banho, enquanto eu preparo um café para nós dois e conversamos, topa?

Aquilo foi mais fácil do que eu esperava. Eu juro que eu pensava que o Enrico Pitbull faria um escândalo, gritaria, xingaria, ameaçaria, mais não, ele estava mais para Labrador dócil e obediente.

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