Capítulo 6

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Desde bem cedo, quando ainda tentava entender "De onde vinham os bebês?", ouvi uma frase que nunca mais esqueci, a frase era a seguinte: "A mãe de verdade é aquela que passa pela experiência do parto normal", a mulher autora desta frase nunca deve...

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Desde bem cedo, quando ainda tentava entender "De onde vinham os bebês?", ouvi uma frase que nunca mais esqueci, a frase era a seguinte: "A mãe de verdade é aquela que passa pela experiência do parto normal", a mulher autora desta frase nunca deve ter sido mãe. "É claro que ela não era mãe". Tia Susana nunca se casou e meu pai dizia que ela provavelmente nunca teve nem um homem. Não, definitivamente, aquela não me parecia uma boa ideia, e pensando bem, se esta era a condição para ser uma "mãe de verdade", então pensei que ser uma mãe de "mentira" poderia ser mais interessante. Então decidir pela cessaria. Bom, isso aconteceu quando Sophia veio ao mundo e nessa época "ser mãe" não fazia parte dos meus planos. Mas eu não tinha escolha. Um mês e meio depois na maldita bebedeira, descobrir que estava gravida do "meu marido". Marido este, que eu não sabia nem a porra do nome.

Jenny esteve o tempo todo ao meu lado, se eu tinha uma amiga, essa amiga era Jenny. Quando a barriga começou a aparecer, as portas se fecharam. "Claro, quem vai querer uma dançarina gravida?" Eu estava desesperada. Então dos 6 meses até o nascimento de Sophia, Jenny arcarou com as despesas. Mesmo meu pai sendo um "simples assalariado", como a vaca da minha mãe costumava o chamar, ele não pensou duas vezes, quando eu contei minha situação. Lembro perfeitamente, do meu pai dizer pelo WhatsApp. "Arrume suas coisas e venha embora." Mas eu só vim para o Brasil, quando minha mãe descobriu da existência de Sophia e começou a me ameaçar, dizendo que ia tirar ela de mim. Sophia tinha apenas alguns meses.

"Ser mãe é padecer no paraíso", a frase soa bonitinho. Esse ditado não podia estar mais errado. Quer saber mesmo o que é ser mãe?

"Ser mãe é encontrar todo dia um motivo para sorrir no inferno".

Minha filha não veio fácil. Quando ainda era bebê, eu pensei que eu não sobreviveria a maternidade e nem ela conseguiria sair ilesa, por ter uma mãe tão despreparada como eu. No primeiro ano de Sophia, eu não tive direito de comer, de beber, de lavar o rosto, pentear os cabelos, escovar os dentes... Não tinha o menor direito a um banho relaxante. Não tinha direito a dormir ou descansar, e para fazer minhas necessidades, era com hora marcada. Agora com 3 anos, ela é uma garotinha esperta e independente, pelo menos em algumas coisas.

"Ser mãe é como estar dentro de uma piscina de ondas 24 horas".

Essa é a frase perfeita. Ser mãe é muitas vezes exaustivo. Outra coisa que tinham que ensinar para gente nas porras dos livros "se tentaram me ensinar, matei essa aula" é como ter, ou fazer brotar, a paciência. Sophia hoje consegue esgotar minha paciência.

Infelizmente, como tudo na minha fudida vida, nada é fácil. Fiquei desempregada a 4 meses e perdi meu pai a 2. Eu demorei semanas para entender que eu não o veria mais. Depois de tantos anos longe dele, agora, justamente agora, eu o perdi deveis. Perde-lo assim, foi devastador. Na hora que aconteceu, que eu o vi sem vida caído no chão da cozinha, eu entrei em um choque emocional.

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