Depois daquele sonho assustador, do qual eu não consegui me lembrar, eu acabei dormindo outra vez.
Num sono profundo e durou a noite/madrugada toda sem eu me espantar ou me assustar com algum barulho, ou algo do tipo.
A chuva continuou, e foi o barulho das gotas caindo que me fez dormir novamente.
Eu consegui descansar.
Quando durmo, é o único momento em que não penso em minha inútil vida.
A única coisa boa dessa vida, é dormir.
Não que eu seja folgada... Mas, o sono faz passar tudo de ruim que acontece durante o dia.
(Isso quando não tenho pesadelos).
De vez em quando acontece, e... eu fico com muito medo.
Minha mente parece se transformar em meu pior inimigo.
Fecho os olhos e as vozes me perturbam.
Elas me lembram que eu sou infeliz.
Elas dizem que eu não vou conseguir.
E eu... Eu acredito.
Eu sei que é verdade.
Eu sei que jamais vou conseguir viver bem.
Jamais terei uma vida feliz igual a das outras pessoas.
Jamais!
...
Acordo com o barulho do despertador.
Olho no relógio e são 06:30am.
Fico deitada olhando para a janela de vidro observando as gotas de água deslizarem pela janela.
(Suspiro).
Sento na cama, calço minhas pantufas, vou até o espelho que tem na porta de correr do meu guarda-roupa e me olho no espelho. Fico parada por alguns minutos me analisando dos pés à cabeça.
Fecho os olhos, suspiro, pego minha toalha e vou para o banheiro.
Tomo um banho bem quentinho, saio do banheiro, enxugo os pés e coloco minhas pantufas de novo.
(Amo elas).
Vou até o guarda-roupa, pego meu jeans e meu uniforme e visto.
Coloco um moletom preto bem grande por cima do uniforme escrito "1990", amarro meu cabelo num rabo de cavalo, coloco uma bandana preta, e coloco meu óculos.
Desço as escadas e vou até a cozinha.
Chegando lá, vejo meu pai, minha mãe, David e Stefanny sentados já tomando café.
Todos estão calados. Aparentam estarem um pouco triste.
Eu deveria perguntar o que aconteceu?
Acho melhor não.
Nunca se importam quando eu estou mal.
Sento-me na mesa junto à eles. Todos me olham, mas não falam nada.
Começo a comer em silêncio, olhando apenas para a minha refeição.
Termino de comer e me levanto da mesa.
Paulo- Filha?
Anna- Oi - Digo me virando.
Paulo- Bom dia.
Assinto.
Paulo- Já vai pra escola?
Anna- Sim.
Paulo- A chuva pode ficar mais forte. Quer que eu te leve?
Eles estão estranhos.
Anna- Pode ser. - Digo e vou para a sala.
Subo as escadas, vou até meu quarto, pego minha mochila e desço as escadas.
Quando chego no último degrau, vejo meu pai sentado na sala me esperando.
Paulo- Vamos? - Ele diz se levantando.
Anna- Você não vai levar a Stefanny?
Paulo- Ela vai com o David.
Anna- Hm. - Digo me aproximando. - Então vamos.
Ele abre a porta e vamos até a garagem.
Ele entra no carro, destrava a porta e eu entro também.
Saímos da garagem e ele foi em direção à escola.
Paulo- É... Filha?
Olho para ele.
Paulo- Está tudo bem na escola?
Anna- Uhum...
Paulo- Que bom.
Ele não disse ou perguntou mais nada.
Chegamos na escola em 10 minutos porquê o trânsito estava um pouco ruim.
Saio do carro sem falar com ele e ele vai embora.
Estava chuviscando. Entrei na escola correndo.
Passei pelo porteiro que me deu bom dia mas eu ignorei.
Cheguei na sala de aula e vi Matheus, Nicholas, Juliana e Alice sentados um perto do outro.
Sentei um pouco distante deles e Juliana veio falar comigo.
Juliana- Anninha?
Olho para ela que senta numa cadeira vazia na minha frente.
Juliana- Tá tudo bem?
Anna- Uhum.
Juliana- Por que não senta perto da gente?
Anna- Não a fim de conversar.
Juliana- Não precisa conversar. Só queremos te fazer companhia.
Anna- Não precisa. Eu estou bem.
Juliana- Anna...
Anna- Não precisa. Já falei! - Digo grosseiramente.
Juliana- Ok. - Ela sai um pouco triste.
Não queria ser grossa com ela, mas estou sem paciência.
O professor chega e a aula começa.
Professor- Bom dia, turma.
Passei a aula toda distraída. Olhando para o teto.
Estava muito frio na sala de aula. Abaixei a cabeça e lá fiquei. Pensando.
Bateu o horário do intervalo e quando eu estava me levantando para sair da sala, Matheus aparece.
Matheus- Anna?
Olho para ele.
Matheus- Podemos conversar?
Anna- Não tô a fim.
Matheus- Anna, o que houve?
Anna- Nada. Eu só quero conversar, não entende? Que saco! - Digo e saio da sala.
Vou até o refeitório, compro duas pizzas na cantina e refrigerante.
Sento na última mesa que só tem lugar para duas pessoas e começo a comer.
Fico olhando para a grande parede de vidro ao meu lado, e observando as árvores, as flores, o jardim, os pássaros em seus ninhos. Todos bem juntinhos.
Abaixo a cabeça e alguém pega em meu ombro.
Xxx- Anna?
Ah, que saco! Não posso mais ficar sozinha não?
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O verdadeiro Amor
Non-FictionVocê conhece o verdadeiro amor? Então venha saber o que Anna teve que passar para encontrar o verdadeiro amor.