Capítulo 1 (parte 2)

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Anne

— Bom dia Susan. — Cheguei a loja de departamento onde trabalho das oito horas às dezoito, não era o emprego dos sonhos, mas pagava as contas e estava conseguindo juntar o dinheiro para o casamento que seria dali a dois meses.

— Anne você pode vir até meu escritório. — Susan estava com uma expressão cansada, olheiras aparentes, e parecia que tinha chorado.

— Claro, já estou indo. — Dirigi-me ao cubículo atrás da loja que ela chamava de escritório. A porta estava aberta, então entrei.

— Está tudo bem Susan? — Perguntei com preocupação. Ela era uma chefe boa, e já trabalhava para ela a um bom tempo.

— Infelizmente não querida, você sabe que as vendas andam mal, então conversando com o Cal, resolvemos fechar a loja e ir pra Dakota morar com nosso filho. — Olhei incrédula para minha chefe, eu tinha perdido meu emprego.

— Eu sinto muito Anne, eu não queria lhe dar essa notícia, mas é isso, vou lhe pagar todos os teus direitos. Você foi uma ótima funcionária.

— Eu entendo Susan, espero que a Sra. e seu marido fiquem bem. — Falei com sinceridade.

— Obrigado querida. — Abracei-a me despedindo.

Sai da loja em estado de dormência, como contaria ao Mark que perdi o emprego, ele já andava estressado por conta de trabalhar em dois empregos.

Eu não choraria, tudo ia se ajeitar, não mudaria nada, ainda casaríamos.

Ao invés de ir para casa segui para a quitinete do Mark, precisava falar com ele, hoje era sua folga.

— Tudo vai ficar bem, tudo vai ficar bem. — Repetia para mim mesma.

O carro dele estava estacionado na frente do pequeno prédio, significava que ele estava em casa, respirei aliviada, precisávamos conversar e ver o que cortar na lista de casamento. E o quanto antes resolvermos melhor. Subi os poucos degraus da entrada, a porta estava entre aberta, estranho, mas resolvi entrar.

A sala encontrava-se vazia, com algumas roupas espalhadas.

— Mark. — Chamei.

— Mar... — parei abruptamente, ouvindo o gemido que vinha do quarto, meu sangue gelando minhas veias. — Caminhei em direção ao quarto, abrindo a porta, e sinceramente não estava preparada para o que vi, não, só podia ser uma piada, o que eu fiz para merecer.

— Anne! — Mark saiu de cima de Brianna.

— Anne espere, não é o que você está pensando. — Ele pegou a calça e a vestiu, eu estava imóvel olhando aquele que pensei que seria meu companheiro, e olhei em direção a minha prima que tinha um sorrisinho no rosto. — Ele veio em minha direção.

— Não toca em mim. — Sibilei entre os dentes. — Você é um tremendo de um babaca, não espere, eu que sou uma burra, estava na cara que você escondia alguma coisa, eu que não queria ver. Quanto tempo Mark? Não, não preciso saber disso. — Meus olhos estavam embasados por conter as lágrimas.

— Anne deixe eu me explicar, não é assim. — Olhei pra Brianna ainda deitada na cama que seria nossa, e isso embrulhou meu estômago.

— Eu não quero ouvir nada do que você tem a falar, eu vou sair por aquela porta e nunca mais voltar, e não tente vir atrás de mim, porque vou chamar a polícia para você. — Tirei a aliança do dedo, jogando-a na cara dele.

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