Capítulo 4 (parte 2)

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Anne

O maldito relógio começou a despertar lembrando-me que eu tinha que trabalhar, olhei para a mesa de cabeceira e levei um susto, 7:30 h.

— Droga. — Xinguei.

Levantei correndo seguindo para o banheiro, ao me olhar no espelho gemi de frustração, grandes olheiras encobriam meus olhos, ainda estava me acostumando com meu horário de trabalho, não me julguem, quando eu trabalhava para a dona Susan eu entrava as nove horas na loja, já na Engineering Parkers eu entrava as oito hora, mas sempre gostava de chegar quinze minutos antes, e também fiquei um tempo parada sem trabalhar, mas tenho certeza que logo entraria no ritmo da grande Detroit, traguei o ar, me conformando com minhas novas amigas olheiras, precisaria de uma boa maquiagem pra cobrir esses monstros em baixo dos meus olhos, e logo hoje que estou atrasada, vou me atrasar mais ainda.

Despi-me da camiseta do Mickey entrando no chuveiro com a água morna, quase gelada para ver se eu despertava, quinze minutos depois já estava vestida com uma saia lápis na cor cinza clara, uma blusa branca social meia manga, e um casaquinho leve preto, e meu scarpin nude.

Me maquiei o mais rápido que consegui, me olhando no espelho mais uma vez, balancei a cabeça aprovando o resultado da maquiagem.

Tomei somente uma xícara de café, não tinha tempo para mais nada, quando estava trancando a porta meu celular começou a tocar, droga onde estava essa porcaria, minha bolsa estava uma bagunça, não tive tempo de organizá-la e agora meu celular estava perdido dentro dela, revirei os olhos, sabe quando você precisa desesperadamente achar algo e não acha, pois é, eu já estava quase desistindo, quando vi a luzinha da tela do celular acender.

— Alô, Anne falando. — Coloquei o celular no ouvido segurando-o com o ombro enquanto chaveava a porta.

— Achei que não me atenderia, que foi perdeu o telefone?

— Quase isso Gia. — Dei uma risadinha.

— Então como você está? — Eu a conhecia muito bem, sabia que queria conversar, mas já estava atrasada.

— Eu estou bem, com saudades, mas já estou super atrasada. — Falei descendo as escadas. Pois é moramos em um apartamento sem elevadores, agradecia aos céus por morarmos no 3° andar.

— Espere como assim atrasada Anne? — Quase conseguia ver ela franzindo a sobrancelha.

— Pois é meu chefinho pediu para eu trabalhar hoje. — Falei sarcasticamente.

— Então você tem tempo para seu chefe e para sua amiga não, mal começou a trabalhar e já me esqueceu. — Falou toda chorosa. Revirei os olhos, sabia que ela estava fazendo biquinho. Típico dela.

— Deixa de ser dramática Gia, e não adianta fazer beicinho, não estou te trocando, nunca faria isso. — Ela sempre se mostrava forte, mas nesse momento sabia que ela estava vulnerável sem os muros que ela tão bem construiu em volta de si.

— Sempre estarei aqui para você, e você sabe disso.

— Sua chata, confesso que eu preciso desabafar, e a única pessoa que me entende é você, então... — ela ficou muda de repente, tirei o celular do ouvido conferindo a tela, ela ainda estava na linha.

— Gia você ainda está aí? — Agora eu estava muito preocupada.

— Estou. — Ela parecia triste.

— Gia eu preciso pegar um táxi, se não vou chegar atrasada, e hoje estarei sozinha, a Julie saiu de licença, estou morrendo aqui por deixar você, me perdoa, na hora do meu almoço eu te ligo. — Suspirei.

Meu Milagre de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora