Capítulo 13

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Benedict esqueceu-se de se sentir chocado quando viu Camille entrar na capela vestida de branco. Não pôde evitar sorrir diante de tamanha ousadia, mas internamente tinha que admitir que não havia criatura mais bela.

Ela caminhou a curta distância que os separava, e quando se aproximou ele tomou sua mão e inclinou-se para beija-la.

Ela estava distante, pensativa. Mantinha uma expressão no rosto que ele nunca tinha visto antes... Parecia assustada.

Benedict queria perguntar se estava tudo bem. Mas pensou que o acanhamento dela podia se dar ao fato de que estava nervosa.

Sim! Era isso, porque ela estava nervosa.

E beijando-lhe a mão virou-se para a frente, dando inicio a cerimonia.

*********

Camille se sentia em grande parte confusa e assustada.

Forçou-se a sorrir, quando Benedict tomou sua mão e a beijou, mais sentiu que o ato tinha parecido mais uma careta que um sorriso, porém ele não pareceu notar.

Viraram-se na direção do altar e ela se obrigou a prestar atenção no que o bispo falava.

A cerimonia foi rápida, ou será que ela não havia prestado atenção? Não tinha como saber ao certo, e antes mesmo que percebesse havia proclamado os votos, e Benedict deslizara o anel de casamento por seu dedo.

Ele não disse nada, apenas lhe ofereceu o braço e caminharam por entre a chuva de pétalas de rosas e arroz até a carruagem.

- Está tudo bem? – ele perguntou por fim, quando estavam dentro do veículo.

Ela assentiu e forçou um sorriso. Ele depositou um beijo casto em sua fronte e deu três toques no teto na carruagem, informando ao cocheiro que podia seguir.

Permaneceram em silêncio grande parte do caminho, até que Camille disse a si mesma que não permitiria que a velha Minerva estragasse o dia de seu casamento, afinal esse deveria ser o dia mais feliz da vida de uma mulher. A velha havia ido embora e nem lhe escrevera uma carta sequer informando o motivo de sua partida, e agora voltara e ainda por cima, dizendo aquelas coisas.

Coisas essas que a haviam deixado muito perturbada.

Ela não permitiria.

Ao chegar a residência Tickle, que agora era seu lar, encontraram os poucos convidados que os aguardavam. Benedict, seu marido, a conduziu até o grande salão, onde haviam servido o desjejum.

E assim seguiu a comemoração de suas bodas.

Ambos passaram pouco tempo na presença um do outro. Camille recebia os cumprimentos e a atenção dos convidados com muita graça, assim como se esperava de uma Lady. Tinha forçado um dos seus melhores sorrisos, e parecia está funcionando, pois todos pareciam está encantados diante dela.

Ela podia sentir os olhares furtivos que Benedict lhe lançava do outro lado da sala. Ele estava muito bonito em seu traje formal, e mantinha uma conversa acalorada com o pai dele, o velho lorde Tickle, o pai dela, lorde Winthrop, Sir Elliot, e alguns senhores da vila.

A manhã virou tarde, então assim que avistou Sarah, sua criada, esperando num canto da sala, Camille pediu licença e se retirou, indo preparar-se para sua núpcias.

********

A criada encarava Camille com os olhos arregalados e os lábios entreabertos.

- Não acredito que ela teve a ousadia de lhe dizer isso no dia de suas bodas – exclamou ela mais uma vez.

- Pois já lhe disse que sim – repetiu Camille, de repente se divertindo muito com a situação.

- Por isso estavas tão pálida e parecia nervosa – refletiu Sarah.

- Sim, aquelas palavras ficaram me perturbando por horas, mas resolvi que não permitirei que ela estrague o meu dia. – disse Camille muito determinada.

- Sim Milady – disse a criada, e levantou-se retomando ao trabalho – e acredito que não demorará até seu marido dizer que a ama. Dá para ver isso na forma como ele a olha. – completou ela.

Camille sorriu satisfeita.

- Falando em meu marido, Sarah, - começou ela – vou pedir que te retires, afinal ele pode chegar a qualquer momento. – ela fez uma pausa – E não quero que ouça nossa conversa. – completou depois.

A criada assentiu uma vez e se retirou com um sorriso muito satisfeito no rosto. 

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