05 | Two Peas in a Pod

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POV Alexandra

— Então quer dizer que você finalmente resolveu sair do seu quarto? — perguntei para o meu irmão quando vi ele aparecer na cozinha.

Mas ele só fez uma careta, me deu um beijo na testa e foi pegar café.

— Arthur...

Ele sabia que uma hora ou outra ia ter que me dar uma explicação. Mas pelo visto não ia ser exatamente naquele momento, já que ele usou o coitado do Justin que estava apenas indo deixar a xícara na cozinha como válvula de escape.

— Quer dizer que você teve sua primeira experiência com a Lex bêbada ontem? — meu irmão perguntou para o Justin.

Revirei meus olhos, claro.

— Espero que a última também.

— Sim, a Lex consegue ser bem chata quando bêbada. De um jeito charmoso, claro — ele acrescentou, ante o meu olhar chocado com tamanho absurdo — E ela faz a gente pensar que ela tá tirando uma com a nossa cara. Uma hora fala tudo embolado, de repente tá falando direitinho de novo.

— Cara, sim — Justin concordou, me surpreendendo.

— E não vou nem comentar sobre sua teimosia, party girl — meu irmão disse, pegando uma água na geladeira.

Party girl?

Ele deu de ombros: — Estou sabendo de todo o seu show ontem.

Ai. Meu. Deus. É claro que os amigos dele já devem ter comentado tudo no grupo que eles tem no whatsapp. Eu preciso ler essa conversa.

Aproveitei que o Justin já tinha voltado para o quarto, e estiquei a mão para o Arthur. Nem preciso dizer que meu irmão me conhece bem o suficiente para saber o que eu queria com aquele gesto.

— Lex... Já conversamos sobre isso. É uma invasão de privacidade. Não da minha, até porque eu não sou ingênuo o suficiente pra acreditar que eu tenha alguma privacidade sendo seu irmão — que absurdo! —, mas dos meus amigos sim. Eles só falam de você lá porque acham que a conversa fica entre nós.

— Não seja burro, Tuc. Você realmente acredita que os seus amigos acham que você mantém tudo que dizem de mim em segredo?

E então ele quem revirou os olhos, mas logo em seguida pegou o celular do bolso da calça de moletom que estava vestindo e me entregou.

— Eu vou sair.

— Onde você vai? — perguntei.

Meu irmão não respondeu.

— Tuc... Onde você vai? — ainda nada — Arthur!

— Vou na farmácia, caramba! Eu já volto.

Mas eu corri até ele na porta e segurei seu braço.

— O que você vai fazer na farmácia?

Aí eu vi nos olhos dele algo que eu amava ver (e acontecia com frequência): ele percebeu que era inútil mentir pra mim ou tentar sair sem responder minha pergunta.

— Vou comprar uma pílula do dia seguinte para a Lily — ele puxou o próprio braço — Se divirta com meu celular — e saiu.

Me deixou ali, num misto de prazer e agonia. Mentira, rs. Era um misto de choque com revolta mesmo.

POV Arthur

— Lex, pelo amor de Deus — eu falei pela milésima vez — A gente só vai fazer a matrícula.

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