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May be surrounded by a million people, I still feel all alone. I'm just too far from where you are, I wanna come home.

Michael Bublé—Home

POV Alexandra

— Está tudo bem com você, Lexy? — Reyna me perguntou baixinho. — Se você estiver se sentindo mal eu tenho um remédio comigo.

Agradeci, mas recusei.

O meu problema remédio nenhum consegue resolver. Ou melhor, existe um: eu preciso fazer com que as coisas fiquem bem entre eu e o meu irmão. E preciso que eu e o Justin estejamos bem também, mesmo que ele esteja namorando com outra pessoa agora.

Desde o dia dos namorados, há uma semana, não consigo parar de pensar em como a minha vida esteve incompleta sem eles. Sem a risada do Arthur, ou os suspiros que ele dá pela casa toda vez que eu digo alguma coisa com a qual ele não concorda, mas não se importa o suficiente para começar uma discussão comigo. Sem as panquecas de banana que ele adora fazer no café da manhã, ou sem o cheiro característico de chá de hortelã ou café com menta que inundam a casa todos os dias. Eu sinto falta do meu irmão a todo momento, em tudo que eu faço.

Eu nem quero imaginar como vamos fazer quando a gente se casar e tiver que morar em casas separadas, porque com essa distância percebi o quão dependente eu sou do meu irmão.

E desde que eu descobri ou aceitei—ainda não estou certa de qual a melhor palavra—que estou apaixonada pelo Justin, mal consigo acreditar que passei os últimos meses sem falar com ele. Tudo que eu sinto vontade é de sentir o cheiro dele, o toque dele, o beijo dele... Eu estou muito perto de enlouquecer, porque isso nunca aconteceu comigo.

Já gostei de outras pessoas. Eu gosto do Edward. Mas nunca um sentimento me inundou de uma forma tão intensa que eu estive disposta a passar por cima do meu orgulho. Porque é exatamente isso que eu vou ter que fazer: pedir desculpas, abaixar minha cabeça e ainda por cima por alguém que está namorando outra pessoa.

O que eu vou ganhar com isso?

Me fiz essa pergunta várias vezes. E cheguei à conclusão que vou ficar em paz, porque o Justin é importante para mim. Estar mal com ele me deixa mal também, e mesmo que eu não possa ficar com ele agora, se nós estivermos bem já vai ser o suficiente.

— Certo — Reyna me segurou pelo braço, me impedindo de sair andando da sala onde fizemos nossa reunião — Desembucha. O que está acontecendo?

Respirei fundo e soltei o ar de maneira pesada. Não vai existir um bom momento para falar sobre isso, então é melhor falar agora.

— Quero ir para casa. Preciso ir para casa.

Reyna passou alguns segundos em silêncio me analisando.

— Você quer sair da irmandade?

— Não. Só que preciso voltar para casa. Essa situação...

Não consegui terminar, mas senti que não precisava. Nesses últimos três meses de intensa convivência, eu e a Reyna nos aproximamos bastante. E sei que ela me entende só de olhar para mim.

— Tudo bem. Faça o que você precisar fazer, Lexy. Estaremos sempre aqui para você. Eu estarei sempre aqui para você.

Abracei a Reyna, algo que não costumo fazer. Depois de alguns minutos a gente se afastou e ela me deu um último olhar encorajador antes de sair, me deixando sozinha.

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