12 | Curiosity Killed the Cat...

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Haven't you heard what becomes of curious minds?

POV Arthur

Eu estava andando pela faculdade, a caminho da biblioteca para ver se encontrava Lily por lá. Mandei uma mensagem para Lily enquanto caminhava, porque queria muito passar míseros cinco minutos com ela. Justin e Lex vivam me dizendo que ela só estava sumida porque tinha engolido mais do que conseguia mastigar, mas eu não acreditava.

Sabia que Lily ainda estava incomodada com o que tinha acontecido na noite que nós quatro saímos e a Alexandra me forçou a admitir que não tinha perdoado Lily por ter desaparecido.

Eu estava tão absorto no meu celular, esperando uma resposta de Lily, que acabei me esbarrando em alguém e de repente quando vi, meu celular e vários outros livros estavam no chão.

— Me desculpa — pedi automaticamente, pegando as coisas que tinham caído.

Um dos livros me chamou atenção: Madame Bovary. Apesar de ser considerado um clássico e a primeira obra prima da ficção realista, não era um livro que muitos dos meus amigos conheciam, por assim dizer. E mais do que isso: era um dos meus livros favoritos, senão o que eu mais gostava.

Outra coisa me surpreendeu bastante. Quando levantei os olhos, preparado com um discurso sobre minha paixão pelo livro e sua importância histórica, encontrei os olhos castanhos de alguém que eu já conhecia.

— Alice?

— Arthur! — ela exclamou, abrindo um sorriso largo e me abraçando. — Já estava pronta para te xingar por ter derrubado todos os meus livros e o meu café — ela apontou com os olhos para o copo da Starbucks que ela segurava na mão direita, agora suja com o conteúdo dele.

— Vou comprar um novo para você agora mesmo — falei, ajeitando os livros que eu tinha pegado do chão e indo em direção à Starbucks que tinha no campus.

— Você não precisa fazer isso — ouvi Alice dizer enquanto corria para ficar ao meu lado.

— É um prazer — retruquei, sorrindo.

Quando chegamos na Starbucks, deixei os livros de Alice em cima de uma mesa e perguntei a ela qual pedido fazer. Fiquei surpreso ao ver que, assim como eu, ela também gostava de tomar café com menta.

Enquanto estava na fila do caixa, meu celular apitou indicando uma mensagem nova. "Agora eu não posso, amor. Mas te ligo mais tarde!" era o que Lily tinha me mandado. Fiz o pedido no nome de Alice e me sentei ao lado dela no sofá, ainda olhando consternado para o meu celular.

— Algum problema? — Alice perguntou.

— Nada sério — falei, sorrindo e guardando o celular. — Então quer dizer que você está lendo Madame Bovary?

— Pela terceira vez, sim. Pelo que eu vejo você também gosta da história?

— O livro responsável por mudar a forma com as pessoas viam o romance, que trata da psique humana e faz uma crítica à sociedade burguesa através de uma personagem que despreza a superficialidade da sua própria classe social, ao mesmo tempo em que se deleita em tudo que essa classe a oferece? Pode-se dizer que sim, eu gosto bastante da história — respondi.

Alice abriu um sorriso do tamanho do mundo. Quando ela ia me responder, ouvimos o seu nome ser chamado pelo atendente. Ela me pediu licença e foi buscar seu café. Voltou segundos depois.

— Eu gosto do quão real ela é. Emma. Do que ela representa. Do fato que ela não se importava de fato com os luxos que seu marido a oferecia, e que ela tenha procurado no amor uma cura para o tédio que sentia. Gosto do fato de que mesmo tendo tudo que queria, Emma Bovary não era feliz.

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