19 | Backfired Like a Bitch

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The basic tool for the manipulation of reality is the manipulation of words. If you can control the meaning of words, you can control the people who must use the words. 

(Philip K. Dick)

POV Arthur

Acordei sentindo que alguma coisa tinha mudado. Eu costumo ser muito perceptivo em relação à Lex, e era óbvio que ela estava diferente. Não era exatamente sobre ela, era alguma outra coisa—ou alguém. Preparei o café da manhã enquanto ela tagarelava sobre a Alpha Theta, o Edward e todos os outros assuntos que ocupavam a cabecinha dela, e por mais que eu estivesse prestando atenção, metade do meu cérebro estava analisando cada coisa que ela dizia para descobrir o que estava diferente nela.

— Que foi que você está olhando para mim com esses olhos de Sherlock Holmes? — ela me perguntou, cruzando os braços.

Lex também era muito perceptiva em relação a mim, para a minha infelicidade. Acho que isso é uma dessas coisas que gêmeos têm e que não dá para explicar.

— Nada — menti.

Eu sabia que ela sabia que eu estava mentindo, mas Lex deu de ombros e ignorou. Ela deve ter feito uma análise rápida da situação e chegado à conclusão de que não era nada importante o suficiente para acrescentar à lista de preocupações dela.

Assim que o Justin entrou na cozinha, eu soube o que estava diferente: os dois!

Ele veio do quarto da Lex, o que não era inteiramente atípico, usando apenas a boxer e passando a mão pelos cabelos. Eu me lembro que quando o Justin tinha acabado de se mudar para cá eu vi a forma como ele acordava como se estivesse posando para o catálogo da Calvin Klein e tentei imitar aquilo. Isso me rendeu vários olhares da Lily e a pergunta "o que tem de errado com você?"

Desisti. Acho que nem todo mundo pode acordar como um bad boy. Quando nós conversamos sobre isso—não exatamente sobre isso, mas sobre as nossas diferenças—o Justin me disse que eu precisava abraçar o meu charme. Ele tem a coisa toda do bad boy marrento que não se importa com você, mas eu tenho algo tão bom quanto: a do cara que te conquista pelo charme e por quem você se apaixona porque sabe que ele nunca vai quebrar o seu coração.

E eu me orgulho bastante disso hoje. Abracei o fato de que eu acordo com os cabelos bagunçados, uma samba canção e saio do quarto coçando os olhos e sorrindo. Não saio mexendo nos meus cabelos com uma cara de quem está prestes a ter comer na mesa, e sim com uma cara de quem vai preparar um café para você, te falar que você é a mulher mais linda do mundo e te beijar.

— Você fez panquecas de banana — Justin sorriu ao ver o que eu estava cozinhando — Eu te amo, cara.

Voltei a analisar os dois. Eu tinha certeza que o que estava diferente na Lex era a relação dela com o Justin. Alguma coisa tinha mudado entre eles, mas o quê?

No dia anterior ela tinha aparecido meio tarde após o anúncio da Alpha Theta e tinha ido para o quarto dela tomar um banho. O Justin tinha oferecido de levar o chá de camomila que ela pediu para ela, e como eu sei somar um mais um é fácil deduzir que se ele saiu do quarto dela essa manhã é porque ele dormiu por lá.

Não foi o sexo, eu tenho certeza. Sei disso porque eles já devem ter transado um com o outro mais vezes do que a população de Liechtenstein transa anualmente.

E também não foi o chá. Por que razão a Lex estaria emanando uma aura diferente por causa de um chá de camomila? Não era nada extraordinário, e o relacionamento deles não era tão exclusivamente sexual quanto eles gostavam de propagandear. Eles faziam coisas um pelo outro de vez em quando, então ele levar um chá para ela não era a razão da mudança.

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