24 | Bittersweet Valentines

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As days and nights would pass me by, I tell myself that I was waiting for a sign.

Paul McCartney—My Valentine


POV Arthur

— Bom dia, Justin. Bom dia, Scar — cumprimentei o casal jogado no sofá da sala assistindo Netflix.

Tá aí um programa que eu nunca imaginei o Justin fazendo. Eu sei que isso é um sinal de que ele foi fisgado—o fato de que ele preparou um pedido de namoro para a Scarlet também é outro grande sinal. E pensando bem, se ele está finalmente pronto para namorar alguém, acho que assistir comédias românticas na Netflix em um domingo de manhã não deveria me surpreender tanto assim.

— Bom dia, lindo — Justin me respondeu, me fazendo revirar os olhos.

Desde que eu comentei há umas duas semanas—quando saímos eu, ele, Scarlet e Alice para jantar—que ele era uma pessoa fria, Justin começou a me chamar de "lindo", "docinho", "meu bem" e "amorzinho" o tempo todo. Eu sei que é para me irritar, mas apesar de ser mesmo irritante, é uma mudança legal do costumeiro silêncio que ele oferece.

— Artie, acabamos com as bananas — Scarlet gritou do sofá.

— Nem te conto como — Justin falou, e eu tenho certeza que ela revirou os olhos.

— Foi um experimento! — ela justificou.

Segundos depois eu podia ela ver me encarando com uma cara de quem pede desculpas: ajoelhada no sofá de costas para a TV, apoiando o rosto no encosto.

— Economiza esse olhar de piedade para convencer o Justin a ir com você naquela aula aberta. Vou lá comprar mais bananas.

Scarlet estava tentando convencer o Justin a ir com ela em uma grande aula de "Yoga e Outros Exercícios para se Fazer em Casal" em Santa Barbara. Até o momento ela não tinha conseguido, mas eu sei que é só uma questão de tempo.

Fisgado igual um peixe.

Sai de casa com a sacola retornável e fui andando até o supermercado que fica a um quarteirão do nosso prédio. Comprei as bananas e aproveitei para pegar outras frutas e legumes—eu queria preparar um jantar no dia dos namorados para surpreender a Alice.

Combinamos que ela iria jantar na minha casa na quarta à noite depois do trabalho. Seria algo mais simples, mas no próximo final de semana eu queria viajar com ela até a Malibu e passar o dia na praia. Alice queria que eu ensinasse ela a surfar, e eu tinha prometido que assim que possível eu o faria.

Quando voltei, encontrei a casa às escuras. Todas as janelas foram fechadas e os blackouts foram abaixados. O que aconteceu por aqui?

Tentei acender a luz, mas o interruptor não funcionou. De repente, um caminho feito com luzes de Natal se acendeu. Coloquei a sacola com as compras no chão da sala e segui a direção para a qual as luzes apontavam: a varanda do apartamento. Para a minha sorte, a luz iluminava o suficiente, então não bati em nenhum móvel.

Levantei o blackout da porta da varanda, e arrastei a cortina, abrindo a porta em seguida. Encontrei uma mesa posta de café da manhã completa e a Alice me esperando com um sorriso no rosto, mais linda do que nunca.

— Surpresa — ela falou.

— Você preparou isso tudo?

Alice não gosta muito de cozinhar. Ela prefere beber vinho enquanto me assiste cozinhar, na verdade. E aquela comida parecia deliciosa e feita em casa.

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