Um Dia Tudo Mudará

Capítulo 18

Com base os dias passam, ou melhor se arrastam, venho tentando me organizar para não haver nenhum erro no jantar. Lembro, perfeitamente das minhas palavras, ditas para Ryan. Eu sei que aquilo foi uma mentira, uma das grandes, porque Thomas não tem nada do homem que eu ditei para o meu melhor amigo. Mas, já que eu não posso no momento tornar esse sonho realidade, eu pretendo fingir para pelo menos aqueles que são e serão futuramente meus amigos, que o meu marido é perfeito. Viver de aparências, é horrível! Porém, o que eu posso fazer? Thomas deve decidir mudar por si só. Eu já fiz tudo que eu poderia. Ele sabe que o seu jeito, a sua forma de pensar, não nos favorece em nada.

Uma hora ele tem que perceber isso. Sozinho.

Olho para o sanduíche, que tá mais para um salada, negando com a cabeça para a comida.

- Eu perdi a fome. - afirmei, entregando o prato para Júlia, que me olha a sorri, como sempre.

- Você parece nervosa. - analisou meu rosto, carregando os utensílios para a pia da cozinha.

- Ansiosa. - Murmurei, jogando minha cabeça para trás desleixada. - Eu e Thomas vamos sair hoje a noite. - expliquei, resumidamente o meu problema.

- E isso é ruim? - perguntou, rindo do meu drama.

- Bom, se fosse só nós dois. - dou de ombros, com um sorrisinho sem graça.

- Ah - Júlia murmurou, entregando-me um copo com água.

- É. - assinto. - Obrigada.

Dou um pequeno gole, colocando o copo na mesa.

Eu estava tão confiante, porém, quando eu mais preciso dela, ela sumiu, carregando até a última gota. Me sinto tão medrosa, não é apenas um simples encontro, é quase que um início de alguma coisa.

- Merda. - murmurei, deitando minha cabeça na mesa.

- Deve ser uma premonição da nossa noite. - sem levantar a cabeça, deixo meu queixo plantado na mesa, enquanto meus olhos acompanham meu marido entrando na cozinha, vestido um terno preto de corte italiano, ajustado perfeitamente no seu corpo.

Para na minha frente, com suas mãos escondidas dentro dos seus bolsos, o deixando ainda mais sexy. Não sei o que eu tenho, mas eu sou louca por homens de terno. Molho meus lábios, com um sorriso, imaginando muitas besteiras na minha cabeça.

- Podemos ficar em casa hoje a noite. - sorriu, maliciosamente, ao perceber o que eu estava pensando.

- Hã? - questiono, seguindo seus passos com meus olhos.

- Só nós dois. - murmurou, tocando gentilmente com seus lábios o meu pescoço. Sinto a cadeira se arrastar, virando para ver um lindo sorriso. - Basta você dizer que sim, que eu juro que faço dessa noite o oposto da merda que está nos esperando mais tarde. - afirmou, confiante, passando suas mãos pelas minha coxas, deslizando para dentro do meu vestido.

Somos interrompidos, pelo barulho alto que vem ao lado nosso lado. Sinto meu rosto corar ao ver Júlia alí, agachada juntando os cacos de vidros espalhados pelo chão branco. Tadinha.

- Olha para mim, Ashley. - Thomas, ordenou, voltando a passar seus dedos pelas minhas coxas..

Olho hesitante, me sentindo constrangida.

- Esquece esse encontro. - murmurou, inclinando-se para beijar meus lábios.

Seguro seu rosto nas minhas mãos, respondendo a sua pergunta com um beijo. Eu precisa fazer isso, esses dias, nos mantemos tão afastados que nem um selinho eu ganhei. Sinto seus lábios formarem um sorriso, com eles juntos aos meus.