Capítulo 22

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Minha presença está cada dia mais indesejável, pelo que noto. Thomas não me dirige o olhar a quatro dias, tentei falar com ele sobre o que poderia estar acontecendo, mas tudo que recebo foi um " Não te interessa, Ashley" da forma mais rude que você possa imaginar. Tudo que venho fazendo é para tentar melhorar a nossa relação, mas com tudo isso, eu não sei se, pode ser possível ela ser melhorada. Provavelmente, não fiz uma dás minha melhores escolhas sobre convidar um parente seu para dentro da nossa casa, eu nem sequer o conhecia. Percebo que posso ter sido idiota, ele poderia ser perigoso, mas com a minha empolgação, não pensei em anda, sem ser no Thomas. Não me parecia algo e alguém que eu deva temer, mas quatro dias atrás vi o oposto do que eu pensei. Talvez o modo como eu estava vendo aquilo, não me fez perceber que talvez não era a melhor escolha pro momento... E no foi.

Thomas está me fazendo ver isso todos os dias após aquela noite.

Se eu não tivesse feito o convite, nós certamente, estaríamos bem. Estávamos nos entendendo, eu sei, notei pelo modo que ele me tratou.

Mas eu não posso somente me culpar. Eu fiz isso muitas vezes, tomando para mim, algo que era de nós dois.

Ele me esconde coisas, não me conta sobre sua família, se esquiva de tudo que possa me fazer questionar sobre isso. E o que eu deveria pensar sobre isso?

Eu não sei, esse é o problemas. Eu nunca sei nada.

Nem ao menos sei como devo me sentir sobre isso. Eu simplesmente não sei mais o que eu faço, eu mesma não me autorizo a lhe questionar nada, tive muito tempo para conversar com ele, mas eu sempre deixava para depois. Agora, eu não sei se devo cobrar algo, que antes para mim, não importava.

No entanto, isso não me diz se eu estou certa ou errada. Eu não queria lhe pressionar, nunca fui desse tipo de pessoa, que quando acha que seu marido esconde algo move céu e terra para conseguir revelar o seu segredo. Preferiria que ele me contasse, não que eu o forçasse a isso, algo que nunca farei, se ele não está confiando em mim, a sua esposa, o problema já não é comigo.

Temia que algumas coisa nos distanciasse no futuro, mas nunca imaginei que fosse apenas uma história que ele se recusa a contar para mim. Achei que esse momento chegaria por um erro de algum de nós, ou por sermos diferentes, porém nada igual a isso.

Minhas decisões, supostamente, não são algo que deva ser levado em conta. Todos já me olharem como se eu fosse a garota burra do grupo, que não consegue nunca formar uma decisão coerente que favoreça a todos, não ao contrário. Meus pais pensam dessa forma, meu marido, meus amigos, até eu mesma penso assim.

Por uns dois dias atrás, estava cogitando a idéia de me encontra com Franklin às escondidas, para saber mais sobre o que os separa e causa todo esse ódios entre os dois. Porém, eu pensei melhor e vi que isso não era algo que eu faria, não mesmo. Mesmo morrendo por dentro de curiosamente, finjo para mim, que não é nada, apenas para viver o meu dia bem melhor. Tentar viver bem melhor, algo que está se tornando aos poucos sufocante.

Conseguia enxergar de longe meu marido vindo em minha direção com um olhar sério. Joguei meus cabelos para trás, juntamente com a minha cabeça. Não queria ter que lhe encarar tão cedo e principalmente aguentar o seu humor logo na hora que tirei para o meu banho de sossego.

Sentia minha pele queimar, a cada segundo que passo aqui, ela está ainda mais quente. Porém me sinto bem confortável, ao redor dessas delicadas flores que não me julgam e nem falam, só pra constar.

— Levanta da porcaria do chão e trate de me acompanhar. — ronsou, tomando a minha frente o pouco de sol que chegava em meu rosto.

Nego, ainda com meus olhos fechados.

— Se fosse um pouco mais gentil eu iria com toda certeza, porém, sinto que não foi o suficiente. Pode tentar mais tarde.

Nem um pouco assustada, já imaginando o que viria. Sinto meu braço ser puxado, e é claro, eu fui junto.

— O que diabos acha que está fazendo? Acha mesmo que pode me ignorar e quando bem entender decidi vim me inferniza, está muito enganado.

Retiro suas mãos abruptamente, para deixar bem claro o que não aceitarei suas mudanças tão gentilmente.

— Venha agora, Ashley. — Murmurou duramente apertando seus olhos com seus dedos.

— Não. — digo, decidida. — Quer falar comigo? Então será no momento que eu decidi.

Suspiro fundo.

—Vai se ferrar. — gritou. — Você só sabe falar e falar, nunca faz porra nenhuma.

Ok. Isso é verdade. Mas não agora, não desse jeito.

— Quantas vezes em, Ashley? — zombou. — Quantas malditas vezes você falou a mesma coisa? E o que diabos você fez? Nada!

Sem perceber, já tinha dado um tapa na cara de Thomas. O seu olhar indignado, me diz que, talvez eu não deveria ter feito isso. Mas eu não poderia vê-lo falar desse jeito comigo. Meus olhos estavam cheios de lágrimas e minhas mãos tremiam, mas não permite, que nenhuma descesse.

Eu sabia que assim que o vi, nossa conversa não iria acabar bem. Sentia minha mão arder, então a fechava e a abria, sem tirar o meus olhos dos deles. Thomas mordia seus lábios tão forte, com uma carranca horrível, ele respirava com dificuldade, desviando seus olhos de mim pouco tempo depois.

— Te quero lá dentro em menos de três minutos. — rosnou, virando as costas para mim, caminhando apressado para longe.

Fechei meus olhos, apertando minha não que antes batia o seu rosto, contra o meu peito. Ele mereceu. Digo, voltando a sentar no chão.

Com a visão embaçada, deixo as primeiras lágrimas escorrerem. O que está acontecendo com a gente?

Sempre fomos diferente do que agora faz o nosso presente, houve sim, muitas brigas, mas nenhuma delas, absolutamente nenhuma terminou com um dos dois apanhando. E foram tantas, com vários motivos diferente, uns até mais grave que esse, que até agora, não consigo indentificar o que é. Thomas sempre foi esquentado e eu sempre fui o oposto dele, tentava ver às coisas de forma mais calma, sempre tentando achar um justificativa para defender quem fosse, já ele, sempre julgou pelo que via. Ele não confia em ninguém, nem mesmo em mim.

Limpando minhas lágrimas, levanto com dificuldade do chão, me encaminhando para dentro sem a menor pressa. Apertava meus dedos uns aos outros, fungando a todo momento até chegar a porta. Não queira que ele descobrisse que eu estava chorando.

Thomas jogou na minha cara as coisas que eu abrir mão por ele. Às decisões que eu deixei que ele tomasse, mesmo as achando errada, porque achei que seria o melhor para nós, mas não foi. Eu lhe dei a confiança de que, não importa o que houver, eu vou sempre está do seu lado para ceder o que ele precisar.

Minhas pernas tremiam, contudo, eu permanecia a caminhar como se nada estivesse atrapalhando tal ação.

Me sentia patética. Eu achei que estava lhe ajudando, nos ajudando, porém não. Agora não conseguimos conversar porque ele acha que minha decisão não importa, que a dele sempre vai valer mais que a minha.

— Minha mãe me convidou para passar uns dias na casa dela. — sussurrei olhando para as suas costas. — Eu aceitarei. — resmunguei. — preciso ficar longe de você por uns dias, acho que você também quer isso.

Eu não vou fingir que tudo está bem, porque não está, não mais. Antes, talvez eu teria medo de sair por aquela porta, de dizer para ele o que eu achava, mas agora, não acho que ele se importe tanto. Em um dia Thomas me fez perceber que estou dedicando a minha vida por uma pessoa que me vira as costas quando as coisas estão feias. Isso me faz questionar que tipo de pessoa ele acha que eu sou?

Talvez eu descubra em algum outro momento. Só não quero me arrepender por isso.

Um Dia Tudo MudaráOnde histórias criam vida. Descubra agora