Um Dia Tudo Mudará

Capítulo 41 (02/02)

           

                — Ashley Baker

Não posso cometer o mesmo erro, não todas as vezes.

Sempre a velha desculpa de que nao possamos, porque já não aguentamos mais, porém é sempre a mesma escolha, só que em ocasiões diferentes. Nós fingimos não vê o óbvio, porque sentimos medo e quem não sentiria? Ter seus sentimentos influenciando suas escolhas, lhe fazendo parecer uma idiota, mas ja não somos desdo o começo? Quem em sã consciência procuraria o amor sabendo das consequências que ele traria? Ninguém pode ser idiota o bastante para acreditar que o amor é no seu todo bonito, às vezes, passamos mais tempo sofrendo que amando, para no final, qual ser a sua recompensa?

Às vezes, você não a tem!

E, mesmo sabendo disso tudo, nós ainda amamos uns aos outros, porque é algo mais forte do que nossas ideologias sobre como ele é, ou como ele seria, porque não conseguimos controlar o que sentimos.

Não conseguimos controlar quem amamos ou deixamos de amar, e isso deveria ser triste e talvez seja. Mas o que mais se pode fazer?

Eu estava alí, em todos os momentos, sendo bons ou ruins. E, eu sei que passei mais tempo fingindo um sorriso do que realmente sorrindo. Mas a vida não era vista da forma como eu vejo agora. Eu amava Thomas loucamente, porém, agora eu tinha percebido algo.

Como que eu possa amar alguém, sem saber como amar a mim mesma?

E não foi por vingança ou qualquer outro sentimento, que me mantive afastada da vida de muitas pessoas no primeiro mês. Eu tentava buscar o que eu tinha perdido ao longo do caminho, eu precisava achar, para começar a amar a mim mesma como eu amaria outra pessoa.

Eu corri pelo meu passado, caminhei por todas as calçadas e pedi e ofereci desculpas para todos.

Eu tinha pensado muito no que tinha que fazer e no que eu não deveria. Pensei tanto que cheguei a desistir. Eu não precisava moldar os meus passos para o meu futuro, não importa o que eu decidiria, o futuro sempre é incerto, eu só precisava buscar aquilo que eu queria.

E eu fui, fui atrás de todas as pessoas que importavam para mim. Bom, nem toda elas, algumas eu precisei de mais tempo.

Suspirei fundo.

Eu tinha deixado um David chocado dentro do carro. Eu tinha deixado todos chocados ultimamente, as pessoas me perguntam o tempo todo, mesmo sem querer ser incoveniente, mas já sendo, o porque deu está a agir como se a vida sorrisse para mim a todo instante. Sei que todos me olham e perguntam entre si o que diabos estava acontecendo comigo. Tudo era recente demais, as minhas cicatrizes ainda permaneciam bem visíveis em minhas coxas, mas eu não pretendia e não pretendo nunca mais deixa as coisas para depois. Só fazia três meses, mas foi mais que o suficiente para me fazer entender o que eu deveria escolher para a minha vida e toda as prioridades dela.

Eu olhei para David e ele sorriu me encorajando a bater na porta.

Eu respondi o seu sorriso e lágrimas quase brotavam dos cantos dos meus olhos. Eu tenho tudo agora, como eu não poderia ser feliz?

Olho para a minha barriga e sorriu novamente. Parte de mim, também estava aqui pelo meu filho. Eu quero que ele seja a pessoa mais feliz desse mundo, eu quero dá tudo a ele. Não quero que ele cresça e acha que pode ter direito sobre as decisões de ninguém, muito menos da pessoa que ele um dia amará. Eu quero que ele seja livre, mas que também saiba dá liberdade. Eu quero que ele seja um homem que eu espero que o pai dele seja quando eu entrar por essa porta.

Eu quero que todos sejamos alguém, mas juntos.

Fecho meus olhos e bato duas vezes na sua porta.