Capítulo 34

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— Vocês? — Lauren peguntou.

Tento esconder o sorriso em meus lábios, mas falho miseravelmente. Eu não saberia como começar a dizer para minha melhor amiga que eu dormi com meu quase ex marido, após ele dizer que não assinou o divórcio. Eu fui idiota, mas uma idiota feliz nesse momento. Thomas foi gentil a todo momento, foi atencioso comigo, aquela noite foi a melhor de todas, tinha algo de diferente. Lauren bate na minha testa, me tirando dos meus pensamentos.

— Não vai me dizer que vocês voltaram? — perguntou, horrorizada.

— Não. — respondi e ela suspirou aliviada. — Eu só transei com ele. — falei bebendo o vinho com um sorrisinho.

— O que? — gritou. — E você não me disse nada? Isso faz o quê? Um dia, uma semana?

Levantei quatro dedos e ela arregala seus olhos.

— Você é uma péssima amiga. — afirmou. — quatro meses...

Nego, rindo de sua cara.

— Quatro semanas exatamente hoje.

Lauren me olha me reprendendo com o seu olhar. Dou de ombros. Eu não voltei com ele, a gente nem sequer conversou sobre isso. Trinta dias atrás resolvemos não tocar na nossa situação, só curti um ao o outro sem limitação, sem cobranças. E por isso, foi o melhor de muitos, não pensávamos nos outros, só sentíamos e fazíamos.

Sua expressão suavizou e de repente ela me olha séria.

— Você não estava...

A campainha acordou Lauren para a realidade. Eu sabia que a gente não tinha muito tempo, então resolvi contar, esperando que essa seja a melhor hora para não ganhar um sermão. Balancei minha mão para que ela vá, e recebi um tapa na mesma.

— Eu não sou um cachorro, vadia. — me reprendeu, me lançando um olhar raivoso antes de ir atender a porta.

Eu sorria da sua cara de brava, mas sentia a ardência na minha pele. Lauren é forte!

Ryan entrou na cozinha, já com as mãos levantadas avisando que só está aqui para pegar cerveja. Lauren o proibiu de descer, enquanto rolasse as noite das garotas. Meu amigo está trancado dentro do seu quarto com suas pernas para cima, assim como ele disse.

— Seja rápido. Ela está chateada e não acho que ela gostaria de te vê aqui. — Falei rindo da sua cara.

Ryan deu de ombros, como se dissesse que isso era normal.

— O que diabos está fazendo aqui? — Lauren gritou.

— Eu avisei. — falei, pulando da minha cadeira para olhar nossa primeira e última convidada da nossa noite. — Madeline. — a saudei alegremente.

Nesses dias também fiz amigos novos. Eu e Madeline acabamos nós entendendo o que fez com que se aproximássemos. E como eu só tinha Lauren, nós três viramos um belo trio.

— Como você está?

— Bem. — riu, acenando com a sua cabeça para o casal ou melhor para Lauren que ainda gritava, porque Ryan já tinha dado as costas com sua caixinha de cerveja.

— Lauren, sossega um segundo, ok? — falei, enquanto seguia Ryan.

— Onde você vai? — perguntou, desconfiada.

Virei para ela.

— Ao banheiro, não estou indo agarrar seu homem na escada. — brinquei ganhando um dedo do meio levantado para mim.

— Com isso eu não me preocupo, sua bússola só funciona com um.

Revirei meus olhos, voltando a caminhar, pois já estava apertada.

— Quando eu voltar, perderei meu tempo a te responder.

Nossa noite foi um completo fracasso. Estávamos as três como Ryan nesse exato momento; de pernas para cima. Assistimos um filme e uns cinco episódios de friends, o que nos fez dá algumas risadas e o outro arrancar de nós algumas lágrimas. O milagre da cela sete me deixou melancólica, pensando o que eu faria se fosse aquela menininha ou até mesmo aquele homem.

Lauren não conversou muito, seus  pensamentos estavam longe, assim como ela, mas seu olhar estava em mim toda vez que eu levantava. Madeline já tinha ido embora há alguns minutos atrás. Josh veio buscá-la, nos comprimentou rapidamente, levando sua namorada para longe das duas amigas alérgicas a diversão.

Agora, estamos só nós duas.

— O que tanto me olha? — perguntei, limpando o restante de lágrimas dos meus olhos

— Você está tão ferrada.

              Thomas Baker.

Uma bela assinatura, penso enquanto olhava minha certidão de casamento com a Ashley. Estava sentado confortável sobre minha cadeira no meu escritório, com apenas uma calça e uma garrafa de rum ao meu lado. Eu não tinha nada para fazer, tentei discar o seu número duas vezes, mas nenhuma das duas passou da voz da operadora. Seu celular estava desligado! O que ela estaria fazendo? Me vesti e tirei as roupas no máximo três vezes. Eu queria ir até ela, mas não saberia como seria recebido, então não fiz.

Levanto da cadeira jogando o papel dentro do cofre novamente. Esse movimento já é o quinto.

Minha noite está sendo resumida em olhar sua foto, pegar o bendito papel nas minhas mãos para ter certeza de que eu não estava delirando.

Harry já tinha saído daqui já faz uns cinco minutos. Estava me acompanhando, enquanto tentava me dá conselhos de como eu devo agir a partir de agora. Ele jura que eu ainda tenho chances, eu não acreditava tão fielmente, até aquela noite. Ashley está diferente, não diferente ruim, ela está me surpreendo, espero que isso ainda ocorra muitas vezes.

— Trouxe uma coisa pra você. — Harry resmungou sério fechando a porta.

Olho para o lenço em suas mãos.

— Pega. — falou, jogando o pano no meu rosto.

— O que eu vou fazer com isso? — perguntei abrindo o tecido.

— Não se faça de sonso. — respondeu, jogando-se encima do sofá. — Limpe suas lágrimas assim que começar a chorar.

Revirei meus olhos, jogando a merda no chão.

— Não tenho motivos para chorar. — falei, fechando meus dedos no copo.

Harry rio.

— Te dou mais quatro copos desses e aposto que você aceitará meu presente de bom grado.

Olho para a bebida, deixando ela de volta a mesa. Meus olhos foi direto para a fotografia da minha mulher. Seus cabelos estavam voando com o vento e seu sorriso carregado de alegria. Ashley transmitia uma calma impressionante, a mulher podia te deixar bobo apenas com um sorriso.

— Agora terei que arrumar outro para a sua baba. — Harry brincou ao me ver sorrir.

— Vai se ferrar.

Sorrio.

— Ela merece alguém muito melhor que você. — Harry resmungou, continuando a me chatear. — Posso me candidatar, talvez eu ganhe alguns pontinhos, sou seu irmão.

Harry gritou alarmado com o copo que por pouco não acertou sua cabeça.

— Fale essa merda de novo, que você irá ver se ganhará alguns pontos comigo por ser meu irmão.

Harry após se recuperar do susto, se reergueu sorrindo, exagerando no barulho.

Parou de frente a janela, apontando para alguma coisa do lado de fora.

— O que merda aconteceu com seu jardim?

Pulo da cadeira, lembrando de algo que eu posso fazer. Harry me olha por cima dos ombros, com os olhos semicerrados.

— Você está muito nervosinho. Era só uma brincadeira. — falou me vendo caminhar até ele.

— Cala a boca. — falei analisando o estrago lá fora, está um pouco escuro, nem todas as luzes estão ligadas o que dá um ar melhor ao lugar depois do que fiz nele.

— Eu e você teremos uma semana longa, meu irmão.

Um Dia Tudo MudaráOnde histórias criam vida. Descubra agora