Bônus

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Ashley Baker

Bato meu dedo freneticamente sobre a sua mesa, esperando o seu silêncio acabar e o mesmo começar a citar os seus desejos patéticos, sobre como devo me comportar. Sei que é melhor esperar ele dizer o que deseja, para que eu não seja interrompida com as suas contradições, após eu começar a falar. Molho meus lábios, já impaciente por seu olhar a me analisar e sua boca a se mover em um sorriso de canto, cada vez que um suspiro sai da minha boca.

- Impaciente, querida? - indaga, inclinando seu corpo sobre a mesa.

Nego, solenemente.

- Apenas não gosto de ficar a olhar para alguém que não possui boas intenções comigo. - falo.

- Ah, Ash. - suspira. - Eu sou o seu marido, o que de errado eu posso fazer com você? - pergunta, passando a língua lentamente sobre seus lábios.

Olho para a sua boca, reprimindo a minha vontade de ir até ali e, beija-lo. Abaixo minha cabeça, arrumando a camisa que estou a vestir, passando minha mão sobre o tecido, que está um pouco amassado. Se Thomas pensa que irei facilitar, ele está muito enganado! Vejo que tudo que fiz até hoje, foi fingir que nada de errado estar acontecendo, para que não discutissimos, no entanto, percebo que não fiz nada certo. Ficar ao seu lado, independente do que ele faz ou fez, não nos serviu de nada, deixei que achasse que eu perdoaria qualquer coisa, mas não é assim que as coisas funcionam, funcionava! Porém, a partir de agora não será mais assim. Eu terei a minha opinião através de qualquer coisa, e com certeza, o meu marido terá a dele, espero que sejam iguais para não nos desentendermos, mas se não forem, Thomas terá que lidar com isso dá melhor forma possível.

- Não acha que essa greve está indo longe demais? - reviro meus olhos, retirando uma madeixa de cabelo do meu rosto.

- Não acha que suas decisões que estão indo longe demais? - retruco.

Vejo o mesmo a morder seu lábio inferior, deitando suas costas no encosto da cadeira.

- Ashley, Ashley. - murmura. - O que te faz pensar, que irei respeitar o seu tempo? Aliás, por que está tão decidida a se contrapor em tudo que eu faço?

Dou de ombros.

- Você não me dar escolhas. - afirmo. - Sempre que eu acho que estamos bem, você vai lá e encontrar uma maneira de acabar com tudo.

- Isso não é verdade. - responde. - Você sabe que se não fosse a sua mãe, não estaríamos aqui.

- Thomas, você sabe que isso não é verdade. - resmungo. - Você só estava esperando um momento certo, para nós mudarmos, uma desculpa para que eu te entendesse ou pelo menos tentasse.

- Realmente acha isso, querida? - zomba.

- Nem comece.

Me ponho de pé, com a intenção de me retirar da sua sala. Não teremos uma conversa, ele apenas quer me manipular, Thomas sabe que não gosto de permanecer com mágoa de ninguém, não vejo necessidade de procurar brigas por coisas passadas, porém, não posso deixá-lo me persuadir.

- Quem te mandou sair? - questiona rude, também se colocando de pé.

Volto a olhá-lo, com desinteresse.

- Não tenho motivos para permanecer aqui. - alego.

- Não? - sussurra. - Eu querer você aqui dentro, já deve ser um dos principais motivos.

Aperto meus lábios, colocando minhas mãos na minha cintura.

- Não vejo isso como um motivo. - menciono. - Agora eu tenho vários para não ficar aqui. - acrescento.

Ignoro o seu riso irônico, dando mais dois passos para trás.

- Nesses quatro dias, fiquei me perguntando o que a minha mulher teria. - confidenciou, passando para o outro lado da mesa. - Pensei em como a faria voltar ao normal.

Reviro meus olhos.

- Por que pensa que eu não estou?

- Olha para você, meu amor. - sorri. - Nunca na sua vida ousaria me desafiar, você é totalmente submissa a mim, Ashley. - Continua, caminhando até mim. - Ou melhor, era.

Levanto meu rosto, assim que seus dedos tocam o meu queixo. Olho dentro dos seus olhos, analisando o seu humor. Como já falei várias vezes, Tom não gosta muito de expor seus sentimentos, preferi deixar apenas para ele, não suporta que alguém o veja indefeso.

- O que pretende? - questiono.

- O que acha que eu deveria fazer?- retruca.

- Me deixar viver a minha vida ao seu lado, como um casal normal? - sugiro, tristemente.

Brigamos muitas vezes sobre como eu deveria me vestir, quais roupas seriam adequadas para uma "mulher comprometida", fora as discussões envolvendo outras pessoas, meus amigos, que nem sequer ouço mais falar, porque achei que seria o melhor para nós dois. Me afastei das pessoas que estavam ao meu lado, porque tinha medo de acabar perdendo Thomas, mesmo com tudo, eu permaneci ao seu lado. Agora, estamos casados, achei que depois que isso ocorresse as coisas para mim seriam mais fáceis, que eu teria mais o seu apoio ao em vez de julgamento, só que tudo piorou.

Agora seu obstáculo, são meus pais.

- Ashley.. - fala, lentamente passando seus dedos pelas minhas lágrimas. - Tem ideia do que está me pedindo?

Assinto, colocando um pequeno sorriso no rosto.

- Eu só quero que você me deixe viver um pouco mais a minha vida. - coloco para fora o que desejei falar há anos. - Eu perdi amigos para estar ao seu lado, tive que renúnciar tantas coisas, coisas dais quais nenhum outro homem pediria. Mas eu fiz, fiz porque amo você, agora não está na hora de começar a sua renuncia também?

- E o que eu deveria renúnciar? - ofegou. - O que eu tenho para renúnciar, Ashley? - exclama, segurando meu rosto entre suas mãos. - Eu só tenho você, e você é a única coisa intocável na minha vida. Não me peça para deixar você livre, porque não é o que você quer e você sabe disso. - protestou. - Quando eu te dei liberdade, quando eu te dei opção de escolhas; você me escolheu, sempre me escolheu. - Lembrou. - Então não finja que escolheria o contrário.

- E se eu escolhesse? - questiono, fazendo o mesmo a sorri desacreditado.

- Que pena que isso não mudaria nada, não é? - sorri, desenhando meus lábios com seus dedos. - Você continuaria sendo minha e de mais ninguém.

- Não se iluda, Thomas, às coisas podem mudar.

- Realmente, Ashley. A partir de agora, você não tem permissão para sair sem mim, não poderá conversar com ninguém, a não ser, a Maya. E, principalmente não falara com sua mãe ou seu pai, agora sim você acertou, as coisas mudam.

- Você não pode fazer isso, seu cretino. - respondo.

- É claro que eu posso, eu sou o seu marido. - retruca. - E você deve total obediência a mim, Ashley.

Afasto suas mãos do meu rosto, sorrindo descreditada.

- Não.. - sussurro. - O fato deu amar você, não me faz burra o bastante para não entender que você não manda em mim. Eu, Thomas! Eu! Farei o que bem entender, porque ser o meu marido, não é o mesmo de ser o meu dono, até porquê isso não existe.

- Ah, é? - sorri, maliciosamente. - Então, vamos ver se isso realmente não existe, querida.

Um Dia Tudo MudaráOnde histórias criam vida. Descubra agora