Capítulo 30

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No final das contas, eu estava certa o tempo todo. Enquanto bebia a segunda bebida oferecida para mim, sem ao menos me questionar quem a mandou ou olhar para dar atenção ao meu admirador. Meu garçom sorria, depositando outra dose diante dos meus olhos. Lauren ria enquanto se esfregava descaradamente em seu marido. Eu me divertia do meu jeito, mesmo sendo questionada sobre isso, Lauren insiste em que eu passe os olhos pelo bar e procure algum homem para passar a noite comigo. Eu, inclusive, acho isso patético, não tenha a menor vontade de dormi com outro homem por um bom tempo. Não costumo gostar de coisas passageiras.

Meus pés doem e eu já me sinto um pouco tonta. Hoje eu cheguei ao limite do ridículo, às pessoas que me assistiram cantar, sabem bem disso. E agora, eu tô aqui, quase chorando ouvindo uma música que eu diria que, não é nada romântica. Não entedia nada do que era falado pelo cara, mas sua gritaria está me deixando melancólica. Nunca mais ouvirei um rock da mesma maneira que antes.

— Ash... — Ryan grita. — Você está bem?

Sorrio. Balanço minha cabeça, quase caindo da cadeira. Sinto suas mãos em minhas costas e um olhar preocupado sobre meu rosto.

— Acho que já estar na hora de irmos para casa?.. Não é? — nego, bebendo rapidamente a última bebida que um cara qualquer tenha me mandado.

— Eu estou bem, Ryan. — gritei. — Estou pensando na próxima música que devo cantar. — eu sorri. — Sabe... Eu acho que eu poderia ser uma bela dançarina, você me viu dançando?

— De jeito nenhum, Ashley. Os seus passos de dança estavam me lembrando o último filme que eu e Lauren vimos. — riu se inclinando sobre o balcão.

— Se ela dança eu danço. — sugeri mesmo sabendo que não era nada parecido com isso que se passou pela sua cabeça.

— Na verdade melhor do que isso. — Ryan sentou na cadeira do bar, e me olhou sorrindo como se lembrasse de algo engraçado. — Lembra o filme que tem àquele ator o... Will Smith, é esse.

Dou de ombros de imediato. Não tinha o poder de advinhar e nem tenho certeza se já assisti todos os filmes que esse cara já fez.

— N-Não.

— Lauren qual o nome do filme que assistirmos ontem? — Ryan perguntou para a minha amiga com um sorriso escroto muito bem colado no seu rosto.

Lauren passou seus braços pelas suas costas, mantendo Ryan em seus braços, enquanto me olha.

— Os homens de preto. — falou rindo.

Olho para o Objeto de Lauren indignada. Os dois riam, tenho certeza que já tinha comentado sobre isso antes. Revirei meus olhos. E lá vem de novo o garçom bonitinho, colocando um copo cheio novamente. Já é a quarta bebida que seja qual for a pessoa me pagou, fora as que eu paguei com meu dinheiro ou com o do Ryan, e isso me faz me perguntar se já não é o bastante. Ignorando a minha completa falta de preocupação comigo mesmo, viro o líquido na minha boca.

Em quinze ou menos que isso, me veja andando tonta pelo bar, com um copo de bebida na mão, enquanto meus lábios cantam ao som de Alan Walker. Rindo a toa, encosto meu corpo em uma parede.

Isso me lembra épocas diferentes da minha vida. Estou casada há quase dois anos, mas paramos de fazer qualquer coisa parecida com isso muito antes. Tenho 23 anos e me sinto uma velha de setenta. Com esse pensamento, fecho meus olhos, voltando novamente o momento de tristeza, enquanto bebo, grito, danço, em um bar no sábado a noite.

Eu, definitivamente, tenho muito o que viver na minha vida. Passar por situação diferentes, boas ou ruim não é nada demais, eu diria. A vida de cada pessoa é como uma roleta da sorte, um dia você a têm, no outro não. E é por isso que, essa noite estou celebrando a minha vida, tudo que houve nela, tudo que vai haver em um futuro não muito distante. A vida é para ser vívida, não lamentada!

Um Dia Tudo MudaráOnde histórias criam vida. Descubra agora