Capítulo 15

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Sem revisão!

Suspiro fundo, decidindo voltar a desempacotar os objetos dentro das caixas. Parei por um breve momento, para tomar algo refrescante para me incentivar a desembrulhar tudo que pedi para trazer. Thomas me deu essa tarefa gentilmente, disse que ninguém poderia me ajudar, já que, como eu insisti tanto para trazer tudo isso, era meu dever colocar todos nos seus devidos lugares. Canalha!

Removo uma mecha de cabelo do meu rosto, olhando desanimada para todas às caixas.

- Tem certeza que não quer ajuda, senhora Baker? - Maya, a mais nova emprega da nossa nova casa, me pergunta pela terceira vez vendo a minha suspeita animação.

Pensei em trazer Rose para vim morar comigo, no entanto, Thomas não deixou, disse que se estamos indo embora para uma vida nova, não necessitamos de algo que nos prenda ao passado.

Porém, Maya foi uma das melhores escolhas de Thomas, até agora.

- Não. - falo, com um sorriso gentil. - Obrigada, mas eu preciso fazer isso sozinha, se não.... Espera? - penso, rapidamente em algo que me faz sorrir.

- Sim, Senhora?

- O que ele poderia fazer, por algo tão besta? E se você me ajudasse, como ele saberia, se eu não contar e nem você? - abro um sorriso malicioso, olhando para os papelões espalhados pela sala, e para Maya.

- Senhora?

- Pensando bem, Maya. Eu vou aceitar a sua ajuda, com todo prazer do mundo . - falo, sorrindo amorosamente. - E, por favor, me chame de Ashley. - falo alegre, caminhando até a mesma. - E então, vamos começar? - Pergunto, passando meus braços por seus ombros.

Paro em frente a porta do seu escritório, suspirando fundo antes de entrar. Não estou com paciência, para escutar seja lá o que for, que ele quer me dizer. Desde de que chegamos, não nos comunicamos muito, pelo menos da minha parte, ele até tenta se aproximar, mas recuo querendo distância, por alguns dias. Eu não posso fingir que nada aconteceu, e continuar a tratá-lo como antes.

Bato levemente na porta, escutando sua voz ressoar por detrás dela.

- Entra. - reviro meus olhos, com o seu tom rude.

Adentro em seu escritório, olhando um pouco a bagunça ainda presente nele. Não tivemos tempo suficiente para arrumar nossos lugares, aliás, a nossa mudança não foi planejada e por isso, às coisas não estão indo tão bem.

- O que você quer? - Pergunto, arrogante, mantendo uma distância.

- Venha até aqui. - balbuciou, relaxando suas costas na cadeira.

Nego, entrelaçando meus dedos em frente ao meu corpo.

- Se tem algo para me falar, sugiro que você comece agora. - resmungo, confiante. - Tenho várias coisas para fazer, e não irei perder meu tempo com seus trocadilhos idiotas.

- E que coisas seriam essas? - indaga, levantando de sua cadeira.

- Já esqueceu do que me pediu, querido? - ironizo.

- Não, claro que não. - bufou, caminhando até mim com um sorriso presunçoso. - Eu lembro perfeitamente disso, e também lembro de pedir para somente você fazer; e não outra pessoa em seu lugar. -
mordo meus lábios, erguendo minha cabeça para cima.

- Está tão incomodado, venha me ajudar, porque sozinha eu não irei fazer. - esbravejo, retirando sua mão que se encontrava no meu rosto.

- Tenho coisas melhores a fazer, querida. - comunicou.

- Certo. - falo. - Eu também, então com licença. - digo, caminhando para a porta.

- Pare aí mesmo, Ashley. - berrou.

- O que ainda quer, meu marido? - Pergunto, desinteressada.

- Precisamos conversar sobre nós dois. - afirma, colocando suas mãos dentro de seu bolso.

Assinto, voltando a me interessar nas próximas palavras que irão sair da sua boca.

- Finalmente algo que concordamos. - admito, voltando para perto dele lentamente.

Steve Johnson

Aperto meus olhos, começando a me irritar com as perguntas e reclamações da minha esposa. Passo meus dedos sobre minha testa, massageando a mesma, enquanto ela roda de um lado para o outro.

- Nós deveríamos ter ido, Steve. - resmunga. - Deveríamos ter posto juízo na cabeça da nossa filha. - reclama, inconformada.

- Quantas vezes irá repeti a mesma coisa? - Pergunto, irritado.

- Quantas vezes for necessário, não ver no que a Ashley está se metendo?

- Não exagera, Mary. O Thomas pode não ser o ideal, mas nunca chegará a tanto. - explico, tentando consola-la um pouco.

Nem eu mesmo sei, o que o Thomas teria coragem de fazer. Ele nunca foi uma boa pessoa, está longe de ser, com seu temperamento hostil, e outras das suas péssimas qualidades, que ele faz questão de renová-las todos os dias.

No começo, achei que aquele garoto era tudo que a minha filha precisava. Ashley é muito ingênua, muito fácil de se manipular, procura bondade em tudo que os outros faz, não importa o quê. Agora percebo que ela mudou um pouco, mas não tanto, para ser capaz de resolver seus próprios problemas. Ainda é manipulada pelo seu próprio marido, coisa que ele diz jamais permitir que aconteça, com tanto, que seja ele e não outra pessoa, tudo bem.

Tudo é nessa questão, ele pode fazer o que bem entender com ela, mas não permite que nenhum outro faça. Eu realmente ainda não sei se isso é bom, até o momento ele nunca chegou a machucar a minha filha, pelo menos não fisicamente, e isso de alguma forma me deixa mais tranquilo, porque aparentemente ele não séria capaz. Mas, eu não consigo acreditar cem por cento, Thomas fingi muito bem, tão bem que eu achei que ele era um homem bom, no entanto, eu acabei sendo enganado como todo mundo.

- Tem certeza? Ela não pareceu concordar dessa vez com as suas exigências e isso nunca aconteceu. Não sabemos qual será a sua reação ao ver que ela não o apoia como antes.

- A Ashley tem que começar a aprender a se virar sozinha, Mary. - murmuro, voltando a minha atenção para os papéis espalhados na minha mesa.

- Ela não sabe... - assegurou.

- Ela tem que começar a aprender. - respondo. - Não vejo motivos para nos meter no seu casamento.

- Já temos um grande motivo; o próprio marido. - suspiro fundo, largando novamente os papéis.

- Você realmente não consegui entender, não é? - questiono- O que nós ganhamos em todos esses anos, tentando colocá-la contra ele? - Pergunto, tentando fazê-la entender que nunca ganharemos nada se continuarmos como antigamente.

- Aonde você quer chegar, Steve? - retrucou.

- Devemos parar de nos meter no seu relacionamento, deixá-la por conta própria. A Ashley nunca deu um passo, sem a gente ao seu lado, mesmo não concordando sempre estávamos lá, não é?

- Acho que sim...

- Por isso, que a partir de agora, ela não terá mais o nosso apoio, em absolutamente nada, Mary. Ashley vai aprender a cuidar de si mesma, mesmo que isso nos machuque, não faremos mais as suas vontades, não estaremos sempre a sua disposição. A partir de agora, será ela e o seu marido, apenas eles, estamos fora, Mary.

Um Dia Tudo MudaráOnde histórias criam vida. Descubra agora