Capítulo 11

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Paro em frente ao local marcado, sentindo meu peito arder, por ter mentido para David, espero de verdade que ele não conte a Thomas que eu sai de casa, não quero ter que brigar com ninguém nesses dias, estou prestes a fazer as pazes com a minha mãe, e é claro, que ela tinha que ter chamado o Francis e o papai para uma reunião em família, como a mesma disse. Thomas ficaria uma fera, se descobrisse que toda sua família está agora em um almoço, e ele não foi convidado, mais sim outra pessoa para o ocupar o seu lugar na cadeira.

Às vezes não sei o que se passa na cabeça de minha mãe, é cada coisa que a mesma faz, que por um momento, infelizmente, dúvido da sua racionalidade. Eu sou uma péssima filha, eu sei! Mas, com todas às suas atitudes fica impossível não pensar dessa forma. Tudo bem, ela não gosta de Thomas, nenhum deles gostam, contudo, ele é meu marido e merece respeito e pretendo exigi-lo isso ainda hoje, se eu tiver coragem de entrar, talvez faça!

Isso está tão errado! Eu sei que Thomas não é um genro perfeito, mas agir como se ele não existisse em algumas ocasiões é ridículo. No começo tudo era tão divertido, meus pais o amava, todo mundo estava feliz. E de repente, tudo mudou, eu não sei o que aconteceu, porém, me dói tanto ser o motivo para eles não se derem bem, e ao mesmo tempo ser o único motivo para eles tentarem ser legais uns com os outros. Eu os amo, não posso escolher, eles tem que entender isso uma hora ou outra.

Nenhum deles são perfeitos e eu não os julgo, por que não podem fazer isso com eles mesmo? Talvez assim poderíamos ser felizes.

- O que tanto pensa, Ashley? - dou de ombros, sorrindo para parecer gentil para o nosso convidado, que deveria estar lá dentro, não aqui fora comigo.

- Nada demais, e você o que faz aqui fora? - Pergunto, virando-me para ele, que comprimenta-me com um beijo na bochecha.

- Eu acabei de chegar, achei que estaria atrasado. - sorri, pondo suas mãos em seus bolsos. - Parece que não sou só eu, não é? - questiona-me divertido.

- Não, é só você mesmo, apenas estava tomando um ar antes de entrar.

- Se você nunca entrou, então porque precisaria tomar um ar? - pergunta-me, enquanto olha para dentro do restaurante.

- É.... Estou apenas abastecendo. - digo, divertida - Sabe como é minha mãe, ela consegue ser bem sufocante quando quer e eu tenho quase certeza que ela vai ser assim que eu entrar por essa porta.

- Eu sei como é, minha mãe também não é nada fácil. Às vezes não sei o que fazer, então opto por não ir aos encontros em família, se torna bem sufocante quando começam a te cobrar coisas que você sabe que não está pronto.

- É bem estressante. - sorri, tentando manter o clima de antes.

Eu não quero ter que começar a me abrir para ele, como ele está fazendo nesse momento, se eu deixar ele continuar eu vou acabar falando demais. É quase impossível controlar a minha boca quando uma pessoa decidi me contar certas coisas, eu sinto necessidade de falar um pouco da minha para dá-lhe pouco de conforto, é quase que uma obrigação.

- Acho melhor entrarmos. - falo, sorrindo educadamente. - Minha mãe não gosta de atrasos, e você não vai querer ela reclamando.

- Provavelmente, isso não acontecerá. - Olho para o mesmo, dando de ombros.

- Talvez.... Vamos? - Pergunto, e o mesmo assenti.

Caminhamos lado a lado, para adentrarmos no restaurante em silêncio, não há absolutamente nada pra conversarmos. Paramos brevemente na recepção, e em seguida fomos para a mesa, que não havia ninguém, não era de se esperar que estivesse mesmo, a garota nos informou que meus pais não havia comparecido no horário marcado.

Um Dia Tudo MudaráOnde histórias criam vida. Descubra agora