Minha cabeça se movia para cada barulho, estava em uma sala amarrado a uma cadeira e vendado. Não sei nem o porquê da venda, já vi a sala mesmo.
Era um cômodo sem nada, absolutamente nada dentro. Só a porta de entrada e saída, e uma janela que parecia enferrujada.
Escutei a porta ranger e me encolhi, queria poder estar invisível, mas como estava bem no centro da sala, seria impossível. Passos se seguiram e pareciam vir em minha direção, senti alguém se ajoelhar a minha frente.
— Um rapaz tão lindo... — Uma voz falou e a mão da pessoa passou por minha bochecha. Me encolhi fazendo uma careta.
— Só peça o número do namorado dele. — Alguém que parecia estar um tanto longe resmungou. Um suspiro foi ouvido e pelo ar que eu senti contra meu rosto, só pode ter sido da pessoa que estava na minha frente.
— Vamos fazer assim, você me dá o número de seu namorado, nós ligamos para ele e pedimos o dinheiro pelo seu resgate. Vamos marcar um local e vamos entregar você a ele, mas é claro que só depois de ele nos dar a grana. E então você vai estar livre. — Meu interior pareceu dar voltas de felicidades ao ouvir a palavra 'livre'.
Acabei por dizer o número de Harry, ainda bem que eu o tinha decorado. Eles saíram, mas antes tiraram a venda, pelo menos isso.
Fiquei inquieto com o pensamento de minha família estar preocupada, espero que minha avó não sofra muito com isso.
Um tempo depois, o qual não sei pois perdi a noção dele, a porta foi novamente aberta.
Um dos homens entrou e me soltou bem devagar, ele agarrou meu braço e saiu me arrastando porta a fora. Passamos por um corredor e lá no fim vi uma porta, finalmente iria sair daquele lugar. Estava feliz que eles não haviam me machucado.
— Entra aí. — O homem que me segurava me jogou para dentro de um carro.
— Faça-o dormir.
Não tive nem mesmo o tempo de protestar, minha cabeça foi empurrada contra a janela e só pude ver tudo preto a seguir.
Algumas horas depois.
Meu corpo estava sendo balançado com violência, abri lentamente os olhos na esperança de ver Harry. Mas tudo que vi foram os homens que me sequestraram, demorei a perceber que ainda estava no carro.
A porta foi aberta e meu corpo puxado para fora, estávamos em um parque. O mesmo parque que Harry me trouxe. O céu estava escuro, deviam ser umas oito horas da noite, ou quase isso.
Caminhamos até a ponte e do outro lado estavam Harry e Liam, mas o que ele fazia aqui? Se Liam está aqui, então ele e Harry voltaram a ser amigos? Espero que sim.
— Vai. — Meu corpo foi empurrado para a frente, eu comecei a andar pela ponte até Harry.
Quando cheguei nele me joguei em seus braços. Ele beijou meus cabelos e me passou para Liam, que me abraçou e foi me puxando.
— O dinheiro está aí. — Olhei por cima de meu ombro e vi Harry jogar uma maleta pela ponte.
Um dos homens a pegou e a abriu, estavam bolos de dinheiro dentro. Harry já se virava quando um dos sequestradores reclamou:
— Ei! As notas são falsas.
Prendi a respiração, droga!
— Achou que ia ser fácil nos enganar?
Harry se virou lentamente, o homem estava com a arma apontada para ele. Liam tentou me puxar, mas me soltei e corri até Harry.
Então tudo aconteceu lentamente.
O som de tiro, Harry caindo, os gritos das pessoas que passavam, outro tiro, meu braço queimando, as sirenes dos polícias, os carros dos paramédicos, eu me jogando no chão ao lado de Harry.
— Amor? Fala comigo, por favor! Você não pode me deixar! — Lágrimas corriam por meu rosto enquanto Harry tossia sangue. Eu não sabia onde a bala estava, então não toquei nele para não piorar a situação.
— Eu amo você. — Ele disse, as palavras saindo com dificuldade.
Não sabia o que fazer, não queria que ele tivesse me dito isso assim.
Meu braço estava ardendo muito, parecia que tinham jogado ferro em brasa nele.
Meu corpo foi levemente puxado do chão enquanto os paramédicos colocavam Harry na maca.
— Você está sangrando. — A voz de Liam soou em meu ouvido. Era com ele que eu estava abraçado.
Meu braço jorrava sangue, e estava deixando a blusa dele encharcada.
— Um, dois, três. — E então a maca foi levantada e levada para a parte traseira da ambulância.
— Venha, meu bem. — Uma mulher falou me pegando de Liam e me levando para a mesma ambulância em que Harry estava. — Precisamos ver seu braço.
Me sentei e fiquei olhando Harry, ele estava desacordado. — Aqui. — A mulher fez pressão em meu braço com um pano, fiz uma careta de dor.
Olhei para fora e vi minha mãe abraçada com minha avó e Anne, elas choravam muito. Gemma estava ao lado de Niall, ela estava com o rosto escondido no peito dele e também parecia chorar. Um pouco afastado estava Liam, quando viu que eu o olhava ele sorriu de lado.
— Vai ficar tudo bem. — Consegui ler em seus lábios antes de fecharem a porta da ambulância e arrancarem para o hospital.
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Luxury Bitch [L.S]
FanficLouis William Tomlinson é um jovem de 20 anos. Sua família está passando por uma crise, dívidas aumentam a cada dia. Sua avó o manda para pedir ajuda a Harry Styles, amigo antigo da família. "Então está disposto a tudo para ajudar sua família?" "Sim...