Vazio

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♥♪♩♡❤♪♯❥
Você disse adeus, e me deixou de braços vazios.
Um golpe tão profundo, eu não merecia.
Você sempre foi invencível para mim.
E a única coisa contra nos agora, é o tempo.
Não poderia ser mais difícil dizer adeus e sem você.
Ver você partir e encarar a verdade.
Se eu tivesse só mais um dia.
Não poderia ser mais difícil viver minha vida sem você.
Estou sozinho, estou sozinho.
♥♪♩♡❤♪♯❥

Acordei cansada e com o celular gritando, deixei tocar, senti o vazio.

O dia na casa da Hinata comemorando o final do primeiro semestre da faculdade de medicina acabou comigo, principalmente por ter escutado tudo que escutei ao chegar em minha casa. Mas, aquele dia em específico estava pior. Para ser sincera, não andava me sentindo bem nos últimos tempos, meu coração apertava, não sabia dizer ao certo o que era, nem de onde vinha. Na verdade eu sabia, era o vazio, o mundo que vivia às vezes me parecia um grande vazio.

Talvez seja o estresse, sim, falhava em pensar, pois me sentia muito fraca em relação a tudo isso, queria que fosse diferente, que nada me deixasse para baixo como estava acontecendo ultimamente.

Todo esse estado estava me prejudicando além do interior, não conseguia estudar direito, não conseguia sair e me sentir um pouco livre em finais de semana raros ao lado dos meus amigos de turma, uma prova final terrível que peguei logo de cara na faculdade quase me derrubou.

Peguei meu celular e vi a foto da Ino no visor, deixei para atender mais tarde.

Ino era aquela amiga que se encontra uma vez na vida, fica sempre ao seu lado mesmo nas suas piores fases. Nos conhecemos no ensino médio, quando estudávamos no mesmo colégio em Nova York, que é nossa cidade natal. E andávamos muito juntas, éramos inseparáveis, as mais populares mesmo eu não pedindo por isso.

No entanto, sempre gostei muito de dançar, chegamos a ser as famosas lideres de torcida. Ainda somos amigas, porém, infelizmente, há um ano tive que mudar de país e Ino passou numa faculdade diferente da minha, assim
optando por um outro curso, o de Direito. Agora com a mudança dos meus pais daqui uma semana, retornarei para casa e voltaremos a estudar juntas, dessa vez na faculdade.

Meus pais, eu os amo muito, mas não sei ao certo como conseguimos conviver. É tudo muito superficial, sinto que isso que venho passando interiormente é da nossa convivência. Muito monótona, distante e fria. Tratam-me sempre como a garota perfeita, exatamente como uma boneca de plástico, que nunca erra em nada.

Meu avô foi o fundador de uma famosa marca de carros e coube ao meu pai administrar o seu império, mais tarde também começou a mexer com política, voltaremos justamente por sua campanha como governador do estado. Com isso, ele não se tornou uma pessoa muito amável, digamos assim, para ele o dinheiro vem sempre em primeiro lugar, ao se conhecer algo ou alguém.

Eu me considero bastante vaidosa, admito, pinto sempre meus cabelos de rosa, que é minha cor favorita. Acho sim que sou a patricinha, sonhadora e romântica que Ino tanto me rotula. No entanto, minha mãe passa dos limites, ela é muito fútil, vive por beleza e num mundo muito mesquinho e superficial. Às vezes me espanto com algumas atitudes dela, pois em frente a papai e seus colegas se porta sempre com muita classe e educação, mas, é só virar o rosto que começa a diminuir as pessoas, ninguém é bom o suficiente para ela.

Eu cresci em berço de ouro, eu sei, não sou ingrata, sei que tem gente com problemas muito piores que os meus, mas tento sempre ser uma pessoa melhor, mais humana, que trata ao próximo como seu semelhante, não gosto de menosprezar ninguém.

Quando vi pela primeira vez o meu filme favorito aos dez anos, chamado "A bela e a fera", coloquei aquilo como um lema para minha vida. Não se engane pela aparência das pessoas, a beleza está sempre em seu interior.

StigmatizedOnde histórias criam vida. Descubra agora