Stigmatized

Somente seu

Fechei meus olhos e os flashbacks voltaram, estava alí;

Sentado em minha cama de hospital não conseguia tirar meus olhos do anel em meu dedo, aquele mesmo que comprei para pedi-la em namoro.

Queria muito estar errado, estar louco e demente por sentir tudo que estou sentindo agora. Mas não, eu o sinto doendo em meu dedo, em meu peito e em meu coração.

Eu era um ninguém e talvez sempre serei;

Um grande egoísta.

E eu acreditava, acreditava em mim e sei que o amor é a coisa mais egoísta que existe.

A gente ama o outro por tudo aquilo o que ele nos faz sentir... e ser.

Doía tanto saber que existia alguém nesse mundo por quem estava apaixonado, embora saiba que não podia estar com ela, continuava apaixonado.

Sakura merecia alguém melhor para estar ao seu lado, alguém que a pudesse oferecer o mundo, e eu? Eu não tinha nada.

Ela era exatamente como uma princesa, que a cada passo dado tudo se iluminava e todos ao seu redor se encantavam com sua beleza e ternura.

Nunca realmente conversamos sobre sua família, mas sabia, conhecia seu sobrenome pela televisão, seu pai era um político famoso. Encantei-me assim que a vi como nunca tinha acontecido em minha vida, a admirei como nunca feito por outra garota, achei que não era possível amor a primeira vista, no primeiro brilho do olhar.

Achei que era coisa inventada, ilusória.

Hoje sei que não é ilusão, não é roteiro, é real.

O amor é real.

Contudo, assim que a conheci algumas pessoas fizeram questão de me jogarem na cara de que ela não era para mim, de quem era filha. Eu sabia que estavam certos.

O medo e o receio de me declarar vieram estrondosos.

Todavia, Sakura invadiu meu coração sem pedir permissão e retorno. Adentrou ferozmente, levando tudo que um dia sonhei ter para apenas pensar nela, e unicamente nela.

Porém, no fundo aquele medo ainda estava lá.

O medo de prejudicá-la, de a machucarem, de nunca nos aceitar, aquilo não parava de martelar em minha mente.

Precisava muito ouvir de seus lábios que lutaria por nós, e assim me decidir, irei atrás dela o mais rápido possível. Se realmente estava disposta a ainda ficarmos juntos, faria de tudo por Sakura, daria minha própria vida para ficar ao seu lado e para lhe fazer a mulher mais feliz do mundo.

Tentei me levantar da cama, e assim que consegui, olhei-me tentando identificar os machucados. Já estava melhor, não sentia dores, a maior dor mesmo era por dentro, em meu coração. O medo de perdê-la era tão enlouquecedor e desesperador, medo de a levarem para longe e de nunca mais poder a ver.

Lavei meu rosto com calma, suspirando e olhando-me no espelho. Precisava ser forte por Sakura.

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Ouviu os aparelhos que monitoravam seu batimento cardíaco apitaram, fechou os olhos frustrado.

Tinha se esquecido desse detalhe.

Enfermeiras entraram desesperadas e se depararam com um Sasuke em pé no quarto pedindo calma, dizendo que apenas precisou ir ao banheiro.

Recolocaram os aparelhos nele.

- Você ainda está muito fraco, precisa de repouso, sua pressão está muito baixa por ter perdido tanto sangue, não pode sair andando assim por enquanto – o alertava enquanto terminava de monitorar seus batimentos.