Stigmatized

Por ele

Com a expressão crispada tentei abrir meus olhos, minhas pálpebras doíam como se tivesse levado um soco no rosto.

Esbafori sofrida, e analisei tudo ao meu redor.

Pondo-me de pé, fiz um esforço a mais, interpelei não conseguindo me lembrar onde me encontrava. Suspirei baixo sentindo um pouco de falta de ar, e finalmente, consegui identificar onde eu estava.

No hospital.

Uma enfermeira acompanhada de um homem vestido com jaleco entrou no quarto assim que um grito foi auferido de dentro do ambiente;

- Senhorita Haruno, por favor, não se levante da cama – o aparente médico propalou.

- O que houve? Porque estou no hospital? Meu pai está bem? E a Nina? – supliquei confusa esperando respostas.

- Senhorita, está tudo bem, ok? Somente descanse agora. Você levou uma pancada muito forte na cabeça e sofreu um traumatismo leve, precisa de repouso absoluto por pelo menos 12 horas ainda.

- Só quero saber se está todo mundo bem. Aquela monstra, o que houve com ela? Por favor, me responde eu preciso saber – desesperada, comecei a chorar.

Estava fraca de tanto sedativo, acabei apagando de novo.

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Acordei ouvindo vozes dentro do quarto.

Abri meus olhos e a primeira coisa que vi, foi o rosto de meu pai. Ele estava com os olhos vermelhos, parecia muito abatido.

- Papai! – exclamei um pouco grogue.

- Minha filha! Fiquei tão preocupado – enxerguei singelas lágrimas descerem de seu rosto a me ver acordar.

- Nina? – perguntei.

Papai balançou a cabeça em sinal de negação, e nesse momento, arregalei os olhos.

- Ela está bem, por favor, me diga que ela está bem? – comecei a chorar em desespero sem conseguir acreditar.

Papai fez menção de levantar, mas segurei seu braço.

- Por favor – embriagada pela tristeza, degluti minhas lágrimas.

Papai conseguiu levantar, e de costas para mim, escutei suas palavras;

- Ela levou o tiro Sakura, está se recuperando no hospital – proferiu assim, sem me olhar nos olhos.

- VOCÊ DEIXOU ISSO ACONTECER? – gritei.

- Ela pulou na minha frente, eu não pude fazer nada. Sakura, filha – voltou a se sentar na cama – Uma culpa não diminui a outra, independente de quem seja a irmã boa ou a irmã má, elas nos enganaram, nada retrocede o que fizeram conosco durante uma vida toda.

- Ela é minha mãe, sempre foi minha mãe e eu sempre a amei como uma, sei que você também sente o que eu sinto, papai, ela não é como aquela outra – aos prantos, me desabei.

- Uma acobertava a outra, provavelmente planejavam um golpe contra o legado de nossa família – papai vociferou.

- NÃO! Você não entende? Você a conheceu antes de se casar, e eu a enxergava, papai. Nos olhos a vejo, ela é, e sempre foi uma pessoa simples e humilde. Ela não quer seu dinheiro papai, ela ama você de verdade e nunca foi igual aquela megera que tomou o seu lugar conosco. Alguma coisa aconteceu que a fez fazer isso, e eu tenho certeza que foi a monstra que a obrigou.

- Não importa mais Sakura acabou, elas serão presas. Será agora somente eu e você – papai tentava me enganar, mas, eu enxergava em seus olhos o quanto estava sofrendo por dentro.