Eu estava atrasada.
Droga! Eu estava muito atrasada.
Professora Rita iria comer meu fígado no jantar, e eu tenho certeza que ela adoraria fazer isso porque ela me odeia.
Desde o ano passado eu faço aulas de teatro na escola, para compensar minhas notas, que não eram as melhores. Na época, eu pensava que teatro seria bem mais fácil do que as outras aulas extracurriculares da escola, mas eu estava errada, é claro. Preferia mil vezes fazer contas absurdas de matemática, do que ter que imitar um pato e trazer divertimento aos meus colegas atores.
A minha professora é aquele tipo de mulher enviada pelo próprio Lúcifer para infernizar as pessoas na Terra. Parece exagero, eu sei, porém ela não é muito minha fã e faz de tudo para acabar comigo, tudo porque eu derrubei café nela.
Na cabecinha ruiva dela, eu fiz isso de propósito. Mas é óbvio que isso é loucura, porque eu não desperdiçaria meu Cappuccino nela.
Pelo visto, hoje tudo corria ao meu favor, e quando eu cheguei à sala não havia sinal algum da professora. Respirei aliviada e me esgueirei para dentro do covil das cobras, indo diretamente para o fundo da sala. Madeline se aproximou de mim com um sorriso sarcástico, que permitia a visão privilegiada de seu piercing.
-Olha só quem resolveu aparecer! – No começo, eu morria de medo dela. Ela tem aquele estilo gótico nada suave, que te faz pensar que ela bebe sangue de virgens em toda lua cheia, e um olhar psicótico que te faz manter distância. Mas viramos amigas quando descobrimos que odiávamos a mesma pessoa.
O alvo do nosso ódio estava sentada do outro lado da sala, Lupita Bactéria Johnson, a pessoa mais desagradável da turma.
Daí em diante, descobri que ela não é nada do que aparenta ser. Nem de longe ela poderia ser uma psicopata, porque ela passa mal toda vez que vê sangue, e apesar desse estilo meio dark, ela nutre uma paixão secreta pelo Justin Bieber. Mas não diga que eu falei isso, ela vai negar.
-Fiquei presa na aula de Ed. Física, tive que ouvir um puta sermão por fugir das aulas – ela gargalhou. Não era engraçado, era trágico! Agora que o professor sabia das minhas fugas, seria mais difícil fugir das aulas e me livrar dos exercícios.
-Eu pensei que você estava fazendo academia com a Ramona... – ela arqueou a sobrancelha.
-Sim, eu faço – suspirei. Infelizmente eu fui obrigada a largar o sedentarismo e entrar em uma academia, após muita chantagem emocional – Mas isso não significa que eu goste de fazer.
-Certo. – ela me olhou desconfiada – E aí, o que achou da carne nova?
-Oi? – Carne? Que carne?
-Hello-ou, o garoto novo da turma. – ela apontou discretamente para o outro lado da sala, onde pude ver um tufo de cabelo azul – Como você não viu aquele aglomerado de gente em volta dele?
-Eu estava mais preocupada em não ser pega pela professora Rita – ela revirou os olhos para minha falta de interesse, mas depois abriu um sorriso malicioso, típico dela.
-Aposto dez dólares que ele é gay! – Há algo sobre mim que vocês ainda não sabem, eu amo apostas, e Madeline sabe disso.
-Ele não é gay. – Olhei para o grupo – A Lupita está dando em cima dele, você acha que ela não sacaria que ele joga pro outro time?
-A Bactéria é tapada demais pra isso Eliza. Mesmo que ele fosse 100% gay, ela estaria dando em cima dele – Dei de ombros, até que ela tinha razão.
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Os Desamores de Elizabeth (REVISÃO)
Teen FictionElizabeth quer provar ao mundo que pode viver muito bem sozinha. Mas tudo começa a sair dos eixos quando Jasper, o novato, começa a mexer com os seus sentimentos. Será que ela irá resistir ao rapaz e provar para todos que não precisa de um namorado...