-Aqui está – estendi o livro na direção de Jasper. Ele estava sentado em uma sombra proporcionada por uma árvore centenária que havia em minha escola.
-Já? – concordei e ele o pegou – Qual é, você não pode ter lido tudo.
-Pois é – dei de ombros e me sentei ao seu lado – Não é como se eu fosse uma pessoa muito ocupada, então...
-E o que você achou? – ele me olhou com expectativa.
-Inovador, mas não surpreendente – Ele revirou os olhos e me olhou impaciente.
-Isso nem pode ser considerado uma crítica descente! – Pisquei atônita. Eu havia passado as últimas três horas bolando uma frase que me fizesse parecer mais inteligente, para ele vir me dizer isso?
-Tá, eu achei bem comum. Estou tão acostumada em ler livros que retratam os séculos passados e que as mulheres são pobres e se apaixonam por homens de outra classe social, e eles enfrentam todos os obstáculos juntos. – suspirei – Isso é tão clichê!
-Era disso que eu estava falando! – ele abriu um sorriso, e que belo sorriso ele tem. Eu já mencionei que ele tem um piercing no lábio?
Foco Elizabeth, foco.
-Ainda assim, eu adoraria viver no século XVIII ou XIX. Parece que tudo é tão encantador – mas não é, é só a magia dos livros de nos iludir – Mas isso não ia dar certo, porque eu não ia conseguir ser subordinada de ninguém.
-Minha mãe sempre disse isso – ele gargalhou – ela falava que não nasceu para ser uma boa moça.
Não deixei de notar que ele se referiu a ela no passado, e talvez, aquele texto que encontrei no fim do livro, fosse mesmo destinado a ele
-O sonho dela era ter um romance digno das histórias da Jane Austen. Porque ela era sua autora favorita, e felizmente ela teve!
-Como assim? – Franzi o cenho. Será que a mãe dele foi em um lugar igual a aquele do filme Austenland? Se foi, eu quero o endereço, por favor.
-Aquelas paixões arrasadoras que só acontecem uma vez na vida. Meus pais se conheceram em uma padaria e começaram a namorar. Quando eles casaram, meu pai realizou os sonhos dela de casar em uma Igreja antiga para caramba e teve até uma carruagem.
-Meu Deus! – Seria esse o meu sonho? – Deve ter sido lindo!
-Olha só se não é a descrente no amor dando sinais de romantismo!
-Engraçadinho – lhe dei um soco digno de uma dama -, essas frases que você vive falando são todas de livros?
-Ah, sim! – ele sorriu, folheando o que estava em sua mão – Minha mãe tinha uma porção deles, todos repletos de frases cabeças – ele deu de ombros – Ela gostava de grifá-las e eu, de decorá-las.
-Nossa... eu não decorei nem o número do meu celular – Realmente, minha memória é terrível. – Então, foi sua mãe que o fez um romântico incurável?
-Sim – ele sorriu. Percebi que é uma das coisas que ele mais faz, e isso o torna tão diferente – Pode soar meio gay, eu não ligo, mas para mim, o amor é a coisa mais importante de todas.
Sorri em resposta, isso não é nada gay, é apenas lindo.
E isso me lembrou uma coisa.
Eu ganhei a aposta.
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Os Desamores de Elizabeth (REVISÃO)
Teen FictionElizabeth quer provar ao mundo que pode viver muito bem sozinha. Mas tudo começa a sair dos eixos quando Jasper, o novato, começa a mexer com os seus sentimentos. Será que ela irá resistir ao rapaz e provar para todos que não precisa de um namorado...