14 - O Urso do Maymont Park

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-Minha nossa! – Nic exclamou assustado – O sol já está nascendo! – segurei o riso e desviei o olhar, enquanto Liv soltava alguns palavrões.

-Isso é uma lâmpada seu idiota – ela lhe deu um tapa na nuca, e ele, como um bebezão que era, começou a reclamar.

-Que horas são, ein? – Matt perguntou enquanto procurava seu celular.

-Já deve ter passado das duas – Maddie disse se sentando ao meu lado. A festa tinha acabado a um tempo e nós ficamos para ajudar um pouco. Em vão, é claro, já que estava todo mundo meio tonto pela bebida.

Agora, estávamos sentados próximos a piscina, lamentando de dores no corpo. Que espécie de adolescentes nós somos afinal?

-Eu acho que pisei no vômito de alguém – Ramona se aproximou, segurando alguns cobertores. Nós éramos as mais sóbrias, comparado aos meninos.

-Eca! Tira esse pé de perto de mim sua nojenta – Matt tentou pular para longe, mas se atrapalhou, caindo de costas na grama. Ram apenas deu de ombros e se sentou, cansada demais para dar atenção a um bêbado de um metro e oitenta.

Arthur e Blake se aproximaram, trazendo várias garrafinhas de refrigerante e água, enquanto Liv trazia alguns salgadinhos que sobrara.

-Isso me lembra a três anos atrás – Nic comentou, com a voz abafada pois ele usava as pernas de Maddie como travesseiro.

-Nem me lembre disso – Arthur disse abrindo uma latinha – Foi a pior ressaca da minha vida.

-A primeira ressaca a gente nunca esquece – Liv riu e nós a acompanhamos.

-Nem acredito que a gente já vai se formar – Blake iniciou o assunto proibido.

-Por favor – choraminguei – Não vamos falar de faculdade.

Ficamos um tempo em silêncio, cada um preso em seus próprios pensamentos. Já éramos quase adultos, Art já era um. As responsabilidades estavam batendo na nossa porta.

-Vocês lembram quando o urso escapou do Maymont Park? – Arthur comentou, chamando a nossa atenção.

Ah não... Essa história não.

-E a Eliza não quis sair de casa por que achou que ele iria pegá-la? – Liv completou, já rindo.

-Há há, muito engraçado – cruzei os braços -, vocês só dão risada por que não viram ele no meu quintal. – Meu comentário fez com que eles rissem mais ainda.

-Pelo amor de Deus Liz! – Matt exclamou levantando da grama – Era o cachorro da sua vizinha! – dei de ombros, nada que eles dissessem me faria mudar de idéia.

-Pensa comigo – Blake me olhou – O Maymont é longe daqui. Aquele urso não chegaria na área residencial sem que o controle de animais fosse acionado.

-Por que vocês estão focados em mim? A gente devia falar do dia que o Art caiu no bueiro e chorou igual uma criancinha – dei meu sorriso mais doce para ele.

-Sua traidora – ele me atacou uma latinha vazia.

-Não acredito – Ramona, que não morava aqui na época, começou a chorar de rir.

-Isso é mentira – Arthur me olhou irritado -, eu não chorei igual uma criancinha.

-Foi pior – Nic, que até um minuto atrás estava dormindo, se levantou – Ele chorou igual a um bebê recém nascido.

-Porra, você não estava dormindo? – Blake que tomara um susto com Nic, gritou.

-Só estava descansando os olhos Mané.

-Ai, minha reputação – Arthur murmurou, se escorando em Ramona.

-Você nunca teve uma cara – Matt falou nos fazendo rir.

Observei a todos nós ali, juntinhos, e sorri. Eu amava quando estávamos todos juntos, pena que isso não duraria para sempre.

Os Desamores de Elizabeth (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora