12 - Jane

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Fiquei meio balanceada depois da conversa que tive com Jasper, perder um pai ou uma mãe não é nada fácil. Eu nunca passei por essa experiência, de perder alguém tão próximo a mim. Um tio meu faleceu quando eu tinha apenas cinco anos, lembro-me de como minha mãe ficou abalada e eu não sabia o que fazer por ela.

Porém Jasper falava dela com tranqüilidade, como se falar dela não fosse motivo de tristeza e sim, uma razão para deixá-lo feliz.

No mesmo dia, quando voltava para casa, me deparei com uma cena chocante, mas não incomum. Um rapaz agredindo a namorada. E eu me peguei pensando no que leva uma pessoa a fazer e aceitar isso.

É bem fácil inflar o peito e dizer que "eu nunca deixaria isso acontecer", mas às vezes nós não temos esse poder. As mulheres estão com tanto medo que não conseguem denunciar. O que me choca mesmo é quando elas voltam para o companheiro mesmo sabendo do que ele é capaz.

Eu espero nunca ser agredida por meu parceiro nem por ninguém. Ser agredida não fere apenas o corpo, mas a mente, sua dignidade. Fere a alma. Pense como a pessoa se sente por dentro... Suja, com vergonha, humilhada.

Nós precisamos de mais mulheres como Jane, que ensinou Jasper a ser um homem, um cavalheiro. Que nunca levantará a mão para uma mulher. É nisso que temos que focar.

Em ensinar aos homens desde pequenos que eles não são superiores, não são melhores e que eles não têm direitos de mandar nas mulheres, muito menos agredi-las. Nós não temos que ensinar as mulheres a como se defender, nem a como deve respeitar o marido para que ele não a bata. Nós temos que ensiná-los a não bater.

Pena, que não é isso que acontece.


Os Desamores de Elizabeth (REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora