Capítulo 16

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Victória Ruffo

Respiro e inspiro olhando para o café da manhã que Cesar me fez ainda calada. Meu coração bate estranhamente forte no peito. Por que nós mulheres somos tão fracas com detalhes como esses ?

- O que ? Não gostou do que fiz? – E a voz de César ao me perguntar, me tira dos meus pensamentos.

Olho então pra ele, e vejo seu bonito olhos verdes, seu sorriso branco, naquela boca que me chama sem pelo algum de sua barba para beija -lo. Como se fosse meu, como que eu não tivesse que devolve-lo no dia seguinte para as piores das vagabundas, a galinha das galinhas. 

Pigarreio, limpando a garganta para espantar novamente esses meus pensamentos inoportunos.

- Por que isso tudo César ? – E então, eu finalmente consegui falar algo.

- Como pra que morena? Você merece um café na cama não?  - E César rápido me respondeu,  colocando a mesinha do café no meio de minhas pernas,  se aproximando mais de mim.

E suspiro inquieta, com  essa extrema atenção de César voltada a mim.

- Café com rosas? Amantes não ligam para esses detalhes César   . – Então digo, forçando um sorriso,  mas no fundo estou nervosa com tudo que César faz.

Olho mais um vez para meu café da manhã que ele preparou, e sinto fome.  Enquanto olho, ouço César suspirar, então me preparo pra ele dizer algo, diante do que eu falei.

- Sabe que não é só isso pra mim, não sabe Victoria? Você é muito mais do que somos agora pra mim. – E calada  pego uma fatia de pão integral, e começo passar  um pouco de patê nele. Como se eu não tivesse ouvido  o que César acabou de me dizer. Como se não fosse nada .

Sinto que a qualquer momento, ele pode falar o que falou comigo ontem.  Se César continuar assim, com toda essa atenção ele vai falar, e eu vou me abalar e na sua frente. Não, por favor César, não fale nada! E intercedo assim, em pensamentos, sentindo meu coração bater rápido de novo.

Mas então César não fala nada, e começo a respirar mais aliviada . Acho que estou ficando paranoica demais, preciso ficar calma.

- Montou muita coisa aqui nesse café César, vai tomar comigo. – E sorrindo tentando espantar a tensão que ainda estou, eu disse. 

E  noto César me olhando demais, ainda sem falar nada, talvez não seja só eu que esteja nervosa . Respiro fundo, tenho que ficar calma.

- Queria conversar contigo Victoria, e ainda hoje . Ontem o que menos fizemos foi conversar.  – Então, com a boca ocupada, termino de engolir o que comia.

Aquela calma que eu estava procurando, já não sei como encontra-la, depois de ouvir César .  Levo meu copo de suco de laranja na boca, bebo um longo gole dele, para me ajudar pensar no que falar .

- Conversar sobre o que ? -E por fim, eu pergunto. Sem querer demonstrar importância. Mas sinto meu coração acelerado mais uma vez.

Coloco então meu pão que comia no pratinho, e pego uma pequena colher para comer o mamão sobre outro prato no canto.

- Sobre nós. – Suspiro.  César devia se calar, deixar isso para depois. Eu não estou preparada para ouvi-lo. Não estou .

- César por favor.  – E de olhos fechados eu disse, implorando interiormente para que meu coração se acalmasse . 

- Por favor digo eu Victoria, deixa eu conversar com você sobre nós, sobre o que vivemos, sobre o que estamos vivendo, você sempre foge , sempre faz com que eu me cale quando entro nesse tema . Eu preciso falar o que sinto  – Molho os lábios com a língua nervosa, olhando a mão de César na minha perna pousada levemente, depois de suas palavras.

Simplesmente Complicado - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora