Capítulo 5

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César Évora

Foi tudo lindo, estou muito orgulhoso de meu filho!

José Eduardo está se tornando um homem. Estou feliz por isso, mas ficaria mais feliz, se alguém parasse de me ignorar como está fazendo minha ex mulher. Victoria está fingindo demência, só pode! Ela não fala comigo nem me olha direito, esta me ignorando. Sei que o seu desejo seria estar sofrendo de Alzheimer agora, mas não está, não estamos, então farei questão de lembra - lá de cada detalhe da noite passada que tivemos e que ela esta tentando esquecer .

Sorrio por dentro.

Minha querida ex esposa terá que me aguentar até terminar nossa estadia nesse hotel.

E nesse momento, estamos em um restaurante sentados em uma mesa redonda para 6 lugares, nela estamos todos nós. E como Victoria segue empenhada em me ignorar, ela fala com todos, menos comigo.

Tomei um gole de minha bebida rindo, enquanto a olhava de lado.

- O que foi papai que ri ? – Olhei pra frente . – Suspirei olhando pra Victoria novamente.

Quero provoca - lá.

Então, rindo por dentro tirei um pé dos meus sapatos debaixo da mesa.

- Estou apenas feliz filha, feliz . –Respondi minha filha erguendo minha bebida. – Hoje meu filho homem se formou, tenho muitos motivos pra estar feliz. - Continuei, e depois pisquei para eles na mesa .

- Aí se é assim também estou feliz papai, mas não só porque José Eduardo se formou – Ouvi Mariana dizer, enquanto sorrindo passava meu pé que tirei do meus sapatos , em uma perna de Victoria. Já disse que quero provoca -la?

- Nos diga o por que também está tão feliz filha ? – Perguntei ainda acariciando com meu pé a perna de minha ex tão presente mulher.

Vi que Victoria tocou os cabelos de um modo que ela toca quando está nervosa, mas nada disse apenas seguia olhando para nossos filhos na mesa, ignorando ainda minha existência. Mas não por muito tempo, segurei meu riso.

- Bom, porque estamos nós todos aqui, juntos em um almoço papai, depois de tanto tempo, e isso é épico. – Sim é, pensei deixando de tocar em Victoria com meu pé .

- Eu estou muito feliz por isso também, é bom ver que agora o senhor papai e minha estão se dando bem . – José Eduardo nos disse. - Sorri mais .

Se soubessem o quanto eu e mãe deles estamos se dando bem agora.

Mas falando sério, Victoria e eu por anos depois de nossa separação, não podíamos nos cruzar que brigávamos. Então eu entendo a alegria e a surpresa de nossos filhos em nos ter assim um perto do outro e em paz.

- A mamãe está tão calada. – Ouvi Vickyta dizer, e olhei Victoria que parecia estar longe em qualquer lugar menos na mesa que estávamos.

Mas talvez agora ela volte.

- Victoria . – A chamei tocando a perna dela debaixo da mesa.

Rápido ela tirou a perna de minha mão em um pulo. Quis rir outra vez.

- Oi, oi o que diziam meus amores? – Ela perguntou de volta para terra. Estava ela longe, pensando em mim ?

- Dizíamos que estamos felizes mamãe que depois de tanto tempo nós 5 , bom 6 com meu noivo. Estamos reunidos aqui sem brigas – Mariana disse sorrindo. -

Sorri para meu anjo, Mariana tem meus olhos e os cabelos bem pretos de Victoria assim como os irmãos dela.

- Bom, na verdade não tem porque haver mais brigas não é mesmo minha filha ? - Não, não há, respondi em pensamentos o que Victoria acabava de dizer. - Estamos aqui pra comemorar a formatura de seu irmão. - Ela continuou com os olhos demonstrando emoção. - Estou tão orgulhosa de você meu filho.

Sorrindo, Victoria ergueu a taça em um brinde em direção a José Eduardo . E todos fizemos o mesmo.

- Parabéns meu filho, eu e sua mãe estamos orgulhosos de você .- Eu também disse sincero.

Bebi e voltamos a comer até que veio em minha mente uma ideia. Ainda quero a atenção de Victoria, mesmo que seja em meio a provocações.

- Eu queria falar umas palavras.- Comecei. - Todos falaram acho que o pai de vocês pode também, não? – Perguntei fazendo charme para meu filhos.

- Ah claro que pode paizinho. – Vickyta me disse, sorri para meu bebê .

Olhei para Victoria erguendo minha taça pra ela, mostrei um sorriso largo com o que eu vou fazer, sei que provavelmente ela não vai gostar muito.

- Queria fazer um brinde a mãe de vocês, Victoria – Disse o nome dela a encarando. – Você fez um ótimo trabalho com nossos filhos, e boa parte sem mim. Você realmente é boa em tudo que faz, tudo mesmo! - Sorri com um pingo de malícia nesse tudo. - Então - Continue meu pequenino discurso. - Agradeço por ter tornado nossos filhos quem são hoje, sem você com eles, e sem minha presença poderiam ser tornado apenas mais um jogados em um sofá em meio aos vídeos games ou baladas . - Suspirei, tentando chorar .

Terminei minhas palavras, aparentemente comoventes, mas só para constar eram verdadeiras. Ainda que ver todos me olharem, inclusive Victoria, como se eu fosse um ET naquela mesa estava me fazendo querer rir. Esperava calado, um pronunciamento dela ao que eu disse.

E Nervosa a vi pegar sua taça na frente de seu prato.

- Bom, não sei porque tanta admiração de repente César , mas obrigada. – Victoria então disse, bebendo um pouco de sua bebida.

Sorri pra ela, porque eu ela sabemos que nada que eu disse e fiz até agora, não tem um porquê, e não foi de repente a minha "admiração" como ela disse.

- Não é de repente está minha admiração, e você sabe Victoria . – Ri e pisquei pra ela pra que a mesma entendesse o que eu queria dizer, e então a vi se engasgar com a bebida outra vez mas, agora na mesa que estávamos.

Via Victoria tossir muito e ficar vermelha, fui socorre - lá.

- Sai César, não me toca . - Ela disse assim que toquei no seu braço ainda tossindo vermelha.

- Sogrinha, Sogrinha respira. – Maurício que estava do outro lado dela, começou abanar o rosto dela com o guardanapo da mesa .

- Mamãe, mamãe ? – Ouvi uma de nossas filhas chamando por ela.

Passei a mão no rosto agoniado, acho que peguei pesado.

Victoria Ruffo

Santa Bárbara, California

Enfim em casa, enfim longe de César Évora.

Peguei meu voo as 16:00 da tarde e ele as 17:00, graças a Deus ainda que Cesar tentasse não havia conseguido trocar de voo para viajar comigo.

Mariana e Maurício ficaram em Nova York no hotel, junto com José Eduardo. Eles disseram que quando voltassem juntos iriam fazer uma festa para comemorarem a formatura.

E Vickyta, bom, minha menina esta a essa hora a caminho de los angeles outra vez, e só virá pra casa no dia da festa de José Eduardo.

Dormi cansada depois que cheguei, vi inúmeras ligações de César mas ignorei todas . O que houve em Nova York meu querido, ficará lá.

Ao amanhecer do dia seguinte, sai para correr.

E enquanto corria, avistei um carro preto e logo ele parou ao meu lado. Rezei aos céus que não fosse César Évora nele, mas quando baixou o vidro vi meu arquiteto Arturo. Botei a mão na testa, havia esquecido completamente que tínhamos uma reunião marcada hoje.

Por isso entrei no carro dele, e ele me levou de volta para casa . Conversamos um pouco no caminho, e acabei descobrindo que ele também era do clube dos divorciados.

Na frente da minha casa no jardim, sobre uma mesa, eu e ele víamos mais uma vez a planta da minha cozinha, atentos aos detalhes. Até ouvirmos um barulho de carro, e eu perceber que dele descia meu ex marido.

Suspirei, contando até 10 mentalmente enquanto o via se aproximar de nós, todo trabalhado na roupa social e óculos escuros.

Simplesmente Complicado - ConcluídaOnde histórias criam vida. Descubra agora