14 - Separation

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"Haverá separação do trigo e do joio. Deixe que eles cresçam juntos, e no dia da colheita, diga aos ceifeiros que colham primeiro o joio, para que ata-os em molho para queimar [...]"

Mateus 13:30

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O trem está em movimento. Tony me ajuda a levantar. Charlotte e Helena também estão se levantando.

– Mas que droga está acontecendo aqui? - Diz Helena, indo olhar pelas janelas. Ela não vê nada além de paredes ensanguentadas e sujas.

– Será que tem alguém controlando esse trem? - Pergunto.

– Eu acho que não. Tá óbvio que isso é coisa da escuridão. O trem só começou a andar depois que a sirene tocou. - Diz Tony.

– Vamos atrás dos outros. - Digo, abrindo a porta que está mais a minha frente, é um outro vagão... Mas está vazio. Não há nada.

Charlotte, que está na outra ponta, abre a porta que está perto dela. Para nossa surpresa, surge uma criatura bizarra. Olhando de longe ela parece uma criança, porém sua cabeça está grudada nas costas, o que lhe deixa com uma aparência nada agradável, fora que ela tem uma boca horrível e fedorenta.

Ela vem para cima de Charlotte, mas Helena é rápida e dá vários tiros nela.

– Gente... Por aqui. - Digo, indicando o outro vagão. Tony e Charlotte se juntam a mim, Helena ainda atira pois aquelas coisas estão se multiplicando.

– Droga... Tem muitos deles. Estão surgindo um atrás do outro. - Diz ela, atirando, e em seguida fechando a porta do vagão em que estamos. – Tony... Me ajude... Você também Clay, precisamos colocar essa barra de ferro aqui na porta.

A barra de ferro está meio inclinada, parece que ela serve de trinco para a porta do vagão. Tony e eu começamos a empurrar com toda a força até que a barra bloqueie a passagem. As criaturas batem e empurram a porta.

– Mas que diabos são essas coisas? - Helena parece assustada.

– Eu não sei... Mas vamos rezar pra essa barra de ferro aguentar por mais tempo. - Diz Tony, olhando para a porta, que balança devido ao impacto dos bichos do outro lado.

– Vamos continuar procurando os outros. A gente não pode se separar. - Digo, indo em direção a outra porta, que por sinal está trancada. – Ah que ótimo... Tá trancada.

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Albert e Hayley estão sozinhos no terceiro vagão. Eles estão sentados um ao lado do outro.

– É ruim ficar sem saber o que fazer. - Diz Hayley.

– Fica calma... A gente tá no mesmo trem. Vamos ficar aqui e esperar o pessoal achar a gente. - Acalma Albert.

Eles ficam um tempo calados. Até que Albert olha para Hayley.

– Sabe Hayley... Já faz um tempo que eu quero te dizer umas coisas... - Ele parece tímido.

– O quê? - Ela vira-se para ele e eles se olham nos olhos.

– Eu estou ap... - Quando ele está prestes a falar, uma das janelas do vagão quebra e um tentáculo parecido com o de um polvo invade o ambiente indo em direção aos dois.

CHERNOBYL 2: Do Que Você Tem Medo?Onde histórias criam vida. Descubra agora