Capítulo 2

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Fui boazinha e mandei mais um capítulo para vocês hoje, espero que gostem!


   Eu estava aterrorizada, eu não sabia o que fazia. Devia abraçá-lo e rir do destino por colocar a loba mais fraca do bando junto com o Alfa? Deveria me curvar e prestar respeito? Ou deveria correr para bem longe dele?  Enquanto eu pensava isso tudo, Alfa Roman ainda me encarava curioso.

-Quem é você? -ele pergunta e me encolho. Ele nem ao menos sabe que faço parte de seu bando.

-Me chamo Eva Reigns, sou da organização de ataques. -respondo rapidamente olhando para baixo... Por favor, não me pergunto porque estou na organização, não me pergunte.

-Desde quando fêmeas trabalham na organização de ataques? Que eu me lembre só lobos veteranos fazem parte. -ele segura meu queixo me forçando a olhá-lo. Sinto cócegas no local em que ele toca. -Você está mentindo para mim, garota?

-Não! Eu juro que não! Eu... eu faço parte da organização porque foi o único lugar que acharam para me colocar para que eu não fosse expulsa do bando Silverlight. -respondo morrendo de vergonha e ele franze a testa.

-Porque seria expulsa? -seus dedos saem do meu queixo e agora seus braços estavam cruzados sobre o peito. 

-Eu... Descobriram que eu não servia como soldado. E se de todas as funções que existem, você não consegue ser um mísero soldado, então o que mais eu poderia ser aqui dentro? De que utilidade eu seria? Os anciões quando viram que eu não tinha jeito para a luta resolveram me expulsar, porém meu pai jurou que eles poderiam usar meu raciocínio e inteligencia para programar ataques a alcateias inimigas. Então me colocaram como organizadora. A última batalha que teve, no ano passado, eu fui uma das organizadoras.

-Aquela foi uma batalha de sucesso, conseguimos dominar três territórios inimigos. -ele diz perplexo e eu sorrio. Pelo menos nisso eu havia me provado boa. -Mas você é assim tão ruim como soldado? Lute comigo. -ele pede e se afasta.

-QUE? Não! Eu não farei isso! Eu não lutarei com o Alfa! -exclamo surpresa. Porque ele não podia ser que nem os outros machos que acham a companheira, que se abraçavam e conversavam sobre o futuro juntos. Porque ele tinha que ser o meu Alfa e agora estar querendo me humilhar me fazendo ter que lutar, algo que eu não fazia há anos.

-Está com medo de me machucar? Pode ficar calma, eu não me machuco fácil. -ele sorri e começa a desabotoar sua camisa.

-Eu estou com medo de me machucar!

   Assim que ele tira sua camisa e a taca no chão ele me olha.

-Eu nunca te machucaria, Eva. É a última coisa que eu faria na minha vida.

Olho para ele, meu coração acelerado enquanto via todo seu peitoral e braços tatuados. Eu só o havia visto uma vez, quando ele se tornou Alfa com dezessete anos, eu tinha somente quatorze anos na época, e pelo que me lembro ele não tinha nenhuma dessas tatuagens. Depois daquele dia eu nunca mais o vi, não que uma loba tão inferior hierarquicamente iria algum dia ver seu Alfa assim tão de perto.

-Ande logo, Eva. Tire sua roupa e vamos lutar. -ele diz desabotoando sua calça e arregalo os olhos e rapidamente corro para trás de uma árvore. Tremendo de medo e de frio começo a tirar minhas roupas. Eu estava prestes a passar pela maior vergonha da minha vida na frente do meu prometido. Assim que tiro minhas roupas sinto o calor subir por meu corpo e depois meus ossos se deslocando até eu estar em minha forma de loba.

   Saio de trás das árvores e vejo Alfa Roman na minha frente. O lobo alto, forte e de pelagem escura me olhava como se eu fosse uma presa e algo fácil de esmagar. O que é pura verdade.

Você não é muito magra para ser um soldado? Escuto ele dizer em minha mente, seu tom de Alfa me fazendo encolher.

Como eu disse, eu nem sou um soldado. Faz anos que não luto com alguém. Respondo e vejo seu lobo bufar consternado. 

Prepare-se. Ele diz e quando eu estava preparando para me agachar e ficar em posição de ataque, ele já estava em cima de mim, sua pata acertando em meu rosto fazendo minha cabeça bater no chão. Levanto-me assustado com o ataque repentino e olho em volta. Alfa Roman estava na minha frente, sua cabeça tombada para o lado com um olhar confuso. Ele vem se aproximando de mim lentamente até seu lobo estar na minha frente. Tenho que olhar para cima para manter meu olhar ao dele, seu corpo bem maior que o meu. Ele começa a andar em volta e para atrás de mim. Viro minha cabeça olhando o que ele faria, e sem que eu perceba ele chuta a minha pata me dando uma rasteira e me fazendo cair deitada no chão.

Como você pode ser tão ruim assim? Como você não pode ao menos imaginar o que eu faria? E como pode cair no chão assim tão fácil, suas outras três patas deveriam manter você em equilíbrio!  Ele grita na minha mente e me encolho enquanto levanto do chão.

Esse é um dos motivos do porque quase fui expulsa.

Ele se afasta de mim e volta a sua forma humana. Sou pega de surpresa e acabo por ficar observando seu corpo tatuado. Seu peito definido, suas pernas grossas, suas mãos grandes e com veias, seu...

-Volte ao normal, você terá muito tempo para me ver pelado, este não é o momento. -ele rebate e corro para trás da árvore voltando para minha forma humana e vestindo minhas roupas. Minhas bochechas queimavam de vergonha. Eu tinha acabado de encarar meu Alfa pelado como se eu fosse uma vagabunda. 

   Assim que saio de trás da árvore, Alfa Roman se aproxima de mim e segura meu rosto com suas duas mãos, me fazendo olhar em seus profundos olhos castanhos.

-Como que uma pessoa como você pode ser minha companheira? Você é fraca demais para ser uma Luna. -ele diz e me encolho. Ele estava me rejeitando? Era então isso que a Deusa da Lua tinha planejado para mim? Ficar sozinha para sempre, fraca e enfiada dentro de um escritório cheio de mapas? 

-Me desculpe, Alfa Roman. -digo olhando para o chão, sinto uma lágrima escorrer por meu rosto. Talvez eu nem falaria com meus pais sobre o ocorrido, talvez eles realmente acreditariam que eu nunca teia um companheiro.

-Me chame de Roman. -escuto-o dizer e volta a olhar em seus olhos. Seus lábios se aproximaram de minha bochecha e ele beijou a lágrima que escorria. -Não chore. Eu não quis dizer por mal.

-Não há outro significado para o que disse a não ser o mal. Mas você está certo, eu nunca conseguiria ser uma Luna. É mais fácil me rejeitar e você mesmo escolher uma Luna, toda a alcateia ficará melhor desse jeito. -digo baixinho e ele balança a cabeça confuso.

-E porque eu te rejeitaria? -pergunta acariciando meu rosto. -A Deusa da Lua me deu você como companheira... Fraca ou não, você é minha. Eu não rejeitarei uma benção dessas. Você é minha, e será minha Luna.





Uma pena que homens fofos assim só existem em livros, não é não? Bom galera, é isso que temos por hoje, espero que tenham gostado. Não esqueçam de comentar! O que acharam do Roman? E da Eva?

Preto no BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora