1 - Man Killer.

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"Escrito nessas paredes estão as histórias que eu não consigo explicar. Deixo o meu coração aberto, mas ele fica bem aqui, vazio por dias. — One Direction (Story Of My Life)."

Madison's Point Of View.

Sinto meu corpo tão frágil, que de certa forma os meus batimentos cardíacos pareciam fazer com que eu como um todo tremesse.

Tento abrir os olhos, mas estou tão exausta, que de certa forma eu preferia os manter fechados, desejando com todas as minhas forças poder desaparecer daqui, sumir de tudo isso.

Os sons dos pingos de chuva caindo do lado de fora se faziam cada vez mais presentes, assim como a minha respiração fraca, ecoando nas paredes dessa sala vazia e úmida, onde ultimamente, só tem eu aqui.

5 dias.

Fazem 5 dias que eu não vejo nem sequer a luz do dia. 5 dias que eu preferiria estar morta, realmente em qualquer outro lugar, menos nas mãos deles.

E acredite, quando falo "eles", acho que ninguém mesmo esperava por uma junção tão audaciosa e covarde. Uma junção que me ensinou que cuidado é algo que devemos ter com todos, literalmente todos à nossa volta.

— Com fome? — Um dos seguranças questiona, o que faz apenas com que eu encolha mais o meu corpo e passe minhas mãos sobre minha pele desnuda. — Vagabunda, eu perguntei se vai comer essa porra aqui ou não. — Sinto o meu braço ser segurado, mas não tinha forças. Pelo menos não mais.

Já gritei, esperneei, fiz de tudo, e isso apenas fez com que eu apanhasse mais, que realmente sofresse mais, e aprendesse o que acontece quando irritamos pessoas como eles.

— Abre os olhos quando eu falo contigo. — O aperto no meu braço aumenta, fazendo eu gemer de dor e finalmente abrir os olhos, mas logo os fechando por conta da luz acesa, que realmente é forte demais para os meus olhos.

— Nã... Não. — Eu falo isso e sou empurrada mais para trás, sentindo as algemas em minhas pernas realmente machucarem mais devido a forma que o meu corpo é estirado.

—  Devia comer, ouvi que os chefes tem planos grandes pra você hoje. — Ele fala gargalhando, realmente achando a situação com uma graça fora do comum. — Se prepara. — Então ouço seus passos se afastando e de seguida a porta da sala sendo fechada de forma bruta, o que faz com que o som ecoe de forma alta até mesmo dentro da minha cabeça.

Observo o lugar a minha volta, não vendo uma única janela, ou sequer um único móvel. A telha do telhado é o que deixava o som da chuva tão evidente.

Eu durmo no chão, sem travesseiro ou colchão. Isso quando durmo, porque tem vezes que eles fazem questão de me machucar tanto, que a última coisa que eu faço, é fechar os olhos.

Me dão comida uma vez por dia, isso quando dão. Dizem que não fazem questão de me ver "forte" ou "hidratada", pois de qualquer maneira no fim disso tudo, eu seria descartada, e no fundo, esse é meu maior medo, mas também é o que eu mais anseio. Que chegue o fim disso tudo, que eu apenas saia desse lugar.

Independente se for com ou sem vida.

Me apoio nas correntes que estavam na parede, tentando de alguma forma me erguer e ficar de fé, mas força é o que mais me falta nesse momento.

Desço o olhar até as minhas pernas, vendo os machucados causados por suas mãos, isso quando eles não...

— Céus. — Murmuro para mim mesma quando sinto uma dor em excesso nas minhas costas.

Eu emagreci bastante, minhas coxas estão mais finas, assim como meus braços, o que me deixa pior ainda.

Sei que deveria estar chorando, realmente ficando completamente desidratada por conta das lágrimas, mas eu não consigo mais, não consigo porque nem sequer dormir eu durmo. Nos primeiros dois dias eu fiquei completamente apagada, mas quando acordei, começou o verdadeiro pesadelo. Então lágrimas já caíram sem limites, me fazendo perceber que com o passar do tempo, minhas lágrimas afetam mais à mim do que à eles, pois os dá prazer de continuar com tudo.

Chains 2Onde histórias criam vida. Descubra agora