6 - I Was The One Who Survived.

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"Foi preciso toda a força que eu tinha para não cair em pedaços. Continuei tentando remendar os pedaços do meu coração partido. E eu passei muitas noites só sentindo pena de mim mesma. Eu chorava, mas agora mantenho minha cabeça erguida. E você me veja, como uma nova pessoa. — The Pussycat Dolls (I Will Survive)."

— Não Kate, eu não quero. — Falo pela terceira vez, suspirando e cruzando minhas pernas, mas logo as descruzando e vendo a minha—nada querida— psiquiatra me olhar com uma expressão reprovadora no rosto.

— Madison, já falamos sobre isso. — Ela fala e eu nego, cruzando os braços e não conseguindo nem sequer manter contato visual com ela.

— Não, eu escutei enquanto você falava o como é importante se abrir e por tudo para fora. Acredite, são coisas diferentes. — Falo firme e vejo que ela suspira de forma pesada, fazendo eu apenas olhar pela janela e conseguir ver o quão ensolarado o dia estava para um típico inverno em Toronto.

Sim, o Justin está pagando ela para vir aqui, pois falei e repeti, não quero sair de casa, pelo menos não agora.

— Vamos tentar de novo. — Ela sorri de forma fraca e agora rio irônica, não conseguindo nem sequer me segurar.

— Você não passou pelo mesmo que eu, não pode esperar que eu tente de novo. Não pode me obrigar a tentar cavar na minha mente memórias e cenas que eu quis enfiar o mais fundo possível. Isso é desumano da sua parte. — Levanto da cama e ela nega, acenando para eu sentar, mas não consigo.

— Você tem que por para fora, para conseguir aceitar tudo o que aconteceu. Você tem que lidar com a sua dor, não simplesmente tentar a esconder, pois vai chegar à um ponto que você não irá aguentar. Vai chegar a um ponto que nem os calmantes que eu receito para você, te ajudarão a dormir. — Ela fala realmente de forma calma, mas não, nem isso me tranquiliza.

— Eu não quero. — Fecho os olhos com calma e olho o relógio no quarto, percebendo que já era quase 16h, então logo logo a sessão de hoje acabaria.

— Chegou a visitar a sua mãe? — Ela pergunto e eu já lanço um olhar mortal.

— Você sabe que eu não vou. Tenho que focar em mim agora, não é? — Ironizo e ela se levanta, cruzando os braços e me encarando de forma mais séria.

— Madison, precisamos conversar sobre isso. Seu pai foi morto, e sua mãe está com morte cerebral. Você sabe que eles estão apenas esperando que você vá até o hospital para desligarem os aparelhos devido as outras falhas que se apresentaram no corpo. — E com isso eu nego.

— Eu não tenho autoridade nenhuma sobre ela lá, quem não quer desligar são os meus avós e o Francis, pois eles não estão prontos para dizer adeus. — Falo de forma fria e chego a estranhar, porque dói falar isso. Dói ser assim quando o que eu estou sentindo por dentro não é isso, mas apenas... É difícil. Eu não consigo mais confiar em ninguém, não tenho vontade de fazer nada e nem sequer de comer. Só quero ficar deitada na cama olhando série e dormindo, perdendo mais ainda o semestre que eu não vou ter nem a mínima chance de recuperar.

— E você está pronta? — Ouço a voz da kate e pareço voltar em mim, pois ergo o olhar e fico a encarando, mostrando que não faço a mínima ideia do que ela está falando. — Você está pronta para dizer adeus? — Ela ergue a sobrancelha e eu encaro o relógio, não contendo o sorriso.

— Acabamos por hoje. — Eu falo e ela nega.

— Eu falo quando a sessão acabou. Essa já é a nossa quarta, e nunca saímos do mesmo lugar. — Ela fala e agora rio.

Chains 2Onde histórias criam vida. Descubra agora