Noah
"A gente costuma gostar do que não pode ter."
A música alta invadia minha cabeça, mas não conseguia afastar meus pensamentos. A garota embaixo de mim não se encaixava no meu corpo, não me tocava como eu gostava e gemia mais alto que as caixas de som do DJ. Tudo estava errado.
Em poucos minutos eu teria um encontro com Olivia Hampton e aqui estava eu, descarregando toda tensão do meu corpo e procurando um meio para esquecer a culpa — nem que fosse por alguns minutos.
— Oh, Deus! — A garota gemeu, ou melhor, gritou no meu ouvido.
Senti enquanto ela gozava. Eu estava tão perto. Segurei em seu ombro enquanto a outra mão apertava forte o seu quadril. Soquei com força, uma, duas, três vezes até preencher a camisinha.
Meu peito subia e descia rápido. Minha respiração ecoava alto e gotas de suor banhavam o meu corpo.
Aquela sensação de plenitude me viciava. Era como deitar nas nuvens. Não havia preocupações, nem ameaças. Eu focava somente na dormência do meu corpo, no trabalho pesado do pulmão e no êxtase nas minhas veias.
Era bom enquanto durava.
Mas logo tudo voltava. A garota grudenta ao meu lado — alguém que eu escolhi no meio de tantas outras iguais e fodi tão forte quanto a anterior —, o serviço sujo, o encontro marcado.
Me levantei devagar enquanto tirava a camisinha e jogava no lixo.
— Você sabe como funciona. — A deixei na cama e entrei no banheiro.
Eu digo para mim mesmo que não fui grosso, porque elas realmente sabem como funciona. Não obriguei ninguém a transar e espero que ela esteja fora antes que eu saia do banheiro.
Fui rápido no banho. Mais ainda na hora de me arrumar. Vesti o que estava limpo e os indispensáveis coturnos sujos.
Sai da festa.
Liguei a moto.
Parti.
...
Olivia me mandou seu endereço por mensagem hoje mais cedo. Evitei trocar mais mensagens além do essencial, sabia que não podia parecer insistente ou ansioso. O prédio era pequeno, mas aconchegante. Era o tipo de lugar onde velhinhos e mães solteiras moravam até morrer,
Apertei a campainha às oito em ponto. Sem atraso. Olivia abriu a porta depois de algum tempo.
Eu não consegui evitar o sorriso no rosto quando a vi.
Seu cabelo agora estava curto, na altura dos ombros. Era tão preto e brilhante que me fazia querer afundar os dedos entre os fios. O rosto estava limpo, não havia sequer um batom. E o tamanho do meu sorriso aumentou.
Sempre fui um fã das mulheres, principalmente das bonitas. Sabia muito bem apreciar uma obra de arte como aquela.
Calça, camisa, jaqueta e coturnos. Coturnos tão brilhantes, que eu desconfiei que acabaram de sair da caixa.
Ela estava linda. Ela era linda. Linda de verdade. Não era a roupa, ou o corte novo. Era o sorriso estampado nos lábios grossos e o brilho no olhar.
E que olhar.
Olhos verdes tão profundos que qualquer um poderia se perder. Um mar esmeralda, pacifico, que me engolia com toda aquela calmaria. Foi a primeira coisa que eu notei em Olivia Hampton: seus lindos olhos. Não no jardim da minha fraternidade, mas dias antes, quando Lia me entregou um dossiê sobre a garota. Quando eu fiquei sabendo que teria que ser um filho da puta com ela, que teria que interpretar mais uma vez o papel que eu tanto odiava.
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Desastre Sensual (REPOSTANDO)
Romance‼️CAPÍTULOS TODOS OS DIAS‼️ Os maiores desastres são sempre os mais bonitos, não é o que dizem? Para Olivia Hampton, o desastre tem nome, um sorriso devastador e, misteriosamente, parece gostar muito dela. A estudante de psicologia não consegue acre...