Sinto a minha nuca gelada e ouço alguém falar comigo, uma voz próxima ao meu ouvido.
"Acorda"...
"Acorda"...
Uma voz masculina, com um sotaque diferente começa a tapear delicadamente o meu rosto, e a cada fez que pousa a sua mão no meu rosto é como se estivesse colocando uma pedra de gelo. O céu é assim? Frio? Gélido? Sinto os dedos no meu pulso e novamente no meu rosto. E resolvo abri meus olhos aos poucos, vendo a figura de um anjo á minha frente.
– Foi tão rápido a morte – Sussurrei, vendo o anjo de cabelos castanhos a minha frente – E não sinto nenhuma dor – sussurrei sem força, me sentindo tonta.
– Você não está morta – Falou o anjo sério. Olhei ao meu redor, e ele tem razão... Tem muitas pessoas ao meu redor, eu não estou no céu – Ela está bem, pessoal. Saiam de perto – O anjo... O rapaz falou, olhando para todos.
– Como eu não morri? – Sussurrei, me sentando ao invés de continuar deitada.
– Eu salvei você... – Ele falou revirando os olhos, como se fosse obvio – Você quer morrer guria? – Perguntou ele agora me soltando e gritando comigo – Se quisesse poderia ir até um penhasco e se jogar, mas não faça mais isso em público, ninguém precisa ver essa palhaçada – Ele falou agora de pé, ainda gritando comigo, olhei para as pessoas que estavam de queixo caído vendo o rapaz gritar comigo, não consegui dizer nada, pois ainda estou em choque. Apenas fiquei olhando para ele.
O rapaz que supostamente me salvou começou a olhar para mim com um olhar estranho aproximou-se, ficando de cócoras a poucos metros de mim e se levantou repentinamente, me assustando e então saiu correndo de perto de mim. O que é que eu fiz de errado?
– Estás viva... Por causa daquele rapaz bonito – Murmurou uma senhora a poucos metros de mim e eu a olhei voltei a olhar para o rapaz grosseiro, porém não o vi mais. Não tive a chance de agradecê-lo, mas depois daquela ofensa que me fez, não poderia agradecê-lo. Levantei-me da calçada, olhei para as pessoas, agradeci e comecei a andar, ao invés de correr como fazia antes.
– Menina... Precisa ir ao médico – Falou alguma voz feminina atrás de mim, porém não dei bola e continuei andando.
Tenho que ir até o metrô para ir para minha casa, ou posso ligar do telefone público para minha casa, e é isso que eu farei. Comecei a andar, procurando telefone público, mas nada, será que pleno centro da cidade não tem telefone público?
Olhei a minha frente e vi a fachada do metrô, e desisti automaticamente de procurar um telefone público, e desci as escadas, fui até ao local de compras de passagem e à comprei, entrei, andei alguns metros e fiquei esperando o trem chegar, assim quem chegou me sentei rapidamente, pois havia poucos assentos disponíveis, e além do mais o grosseiro do rapaz que me salvou machucou minha perna. Assim que todos se sentaram... Por último uma senhora chegou e ficou em pé do meu lado, e como tenho coração mole, tenho certeza que vou ceder meu lugar a ela, até por que ela está com bolsas enormes de compras.
– Senhora... – A chamei, cutucando-a – Sente-se – Falei triste me levantando do tão agradável assento. Ela agradeceu e apenas sorri. Notei que fiz uma boa ação hoje. Encostei a minha cabeça no cano do trem e suspirei pensando no meu dia. Acabei perdendo o meu celular, minha vida social... Mas essa eu já tinha perdido faz tempo.
– Menina... – Alguém me chamou e logo me virei para a voz – Ah você – Falou o rapaz que me salvou, que ao me ver fez cara de nojo. Qual o problema desse cara? – Sente-se, pois ainda assim sou um cavalheiro – Falou o rapaz se levantando.
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A vida de Hannah
Novela JuvenilUma adolescente que sabe o que quer, mas não sabe o que a família é. Uma mãe maldosa, uma irmã que odeia a outra. Um novo colégio, um novo amor, mas como sempre o bullyng com a Hannah nada de novo... Mas o final do livro será tudo novo e misterioso...