Assim que Celina fechou a porta, peguei meu livro e abri na página cento e oitenta e sete e comecei a ler, quando cheguei na página duzentos e um, senti de repente minhas pálpebras pesarem, e senti um sono enorme, tentando lutar contra o sono continuei lendo, porém mal conseguia ler, e então larguei o livro em cima da cômoda, ajeitei o travesseiro e fechei os olhos, mas me lembrei da porta destrancada e despertei do sono assustada, e então levantei-me num pulo e corri até a porta, a trancando duas vezes e voltei para a minha cama, puxando o lençol para cima de mim, me virando para a grande sacada com a porta de vidro e vendo a paisagem, principalmente o céu que está sem nenhuma nuvem. Finalmente fechei os olhos, porém ouvi uma batida na minha porta, e abri um olho, sem ouvir mais nenhuma batida e voltei a fechar os olhos, e novamente ouvi batidas e me levantei indo até a porta.
– Quem é?! – Perguntei encostando delicadamente meu ouvido na porta e minha mão segurando a maçaneta e a chave. Minha voz é um conjunto de curiosidade, medo, surpresa e muito sono, muito sono mesmo.
– Sou eu... A Luiza – Reconheci sua voz e abri a porta rapidamente.
– Oi! – Eu a abracei e eu a puxei para dentro e assim que ela entrou fechei a porta trancando e me virei para ela, e a vi com uma cara não muito feliz
– Ela está aí!? – Ela perguntou, já adivinhando a minha preocupação toda em relação a porta.
– Não à vi ainda... – Falei dando um sorriso torto e ela deu um sorriso sem graça também.
– Eu estou preocupada, não te vi na escola – Ela falou, me olhando dos pés à cabeça, percebendo o meu pijama e fazendo uma careta – Gazeou aula Senhorita Hannah?! – Luiza arqueou uma sobrancelha fazendo um sinal de negação com a cabeça, e de braços cruzados.
– Não... Claro que não – Falei, pensando um pouco mais – Sim... – Falei notando que o que eu fiz foi gazear a aula. Estou com muita raiva da Isabella, ela já me fez gazear duas vezes a aula... A primeira vez, foi quando eu ia para a aula de economia, inclusive foi no dia que conheci a Luiza... Segunda vez... Hoje.
– Eu pensava que você não fazia essas coisas – Falou Luiza estreitando os olhos em sinal de reprovação.
– Eu não... eu faço... Bom, não gosto de fazer – Falei, voltando atrás – Vou te explicar tudo, se sente... – Falei apontando para a minha cama e ela logo se sentou. – Então... – Comecei a falar, sem saber como começar e me lembrando que a calça da Luiza ainda está no cesto de roupa suja, esperando para sexta-feira ser levada para a área de serviço e ser lavada, e muito bem lavada. Pelo menos umas mil vezes...
Assim que contei tudo para a Luiza ela fez cara de que não estava acreditando, e a entendo perfeitamente, nem eu acreditaria.
– Puts – Falou Luiza botando a mão na boca – Por que ela faz isso contigo? Quando começou?! Ela sempre foi assim? – Luiza jogou perguntas uma atrás da outra sem me dar chances de responder...
– Sempre foi assim... – Falei com um olhar baixo, tentando me lembrar de quando pelo menos um dia ela foi legal comigo... E eu não me lembro desse dia – Não sei por que ela faz isso – Respondi quase chorando, tentando segurar o choro, mas de repente me veio algum sentimento avassalador dentro de mim – Temos que fazer alguma coisa, para parar a Isabella – Falei decidida, e percebi que esse sentimento é a raiva, o ódio invadindo o meu peito.
– Meu Deus, que olhar é esse de assassina? – Luiza brincou rindo, e se afastando de forma engraçada e ri. Realmente devo estar com um olhar maquiavélico – Mas você tem razão... – Ela olhou para mim rindo e com o mesmo olhar satânico – Já até demoramos para fazer algo – Ela falou mexendo o queixo em forma de pensamento e sorriu – Querida, mexeu com minha amiga... Mexeu comigo! – Falou apontando para ela própria.
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A vida de Hannah
Ficção AdolescenteUma adolescente que sabe o que quer, mas não sabe o que a família é. Uma mãe maldosa, uma irmã que odeia a outra. Um novo colégio, um novo amor, mas como sempre o bullyng com a Hannah nada de novo... Mas o final do livro será tudo novo e misterioso...