Capítulo XIV - Uma mordida fatal...

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Peguei meu roupão branco de veludo que está pendurado ao lado da banheira e coloquei-o indo até o meu quarto e então ouvi uma voz que vinha da sala, e estava subindo, uma voz irreconhecível, e traumática. Minha mãe. Corri até a porta do meu quarto e a fechei, trancando-a, e por precaução rodei a chave duas vezes e fui caminhando na ponta dos dedos até a minha cama, como se eu estivesse pisando em ovos. Vi em cima da minha cama o meu pijama de capcake e o coloquei. Peguei o meu roupão e pendurei no banheiro, ao lado da banheira.

Fui caminhando até a cama e me joguei nela, como estava com saudade da minha caminha.

– Como eu amo você – Falei ajeitando o meu travesseiro. Ok estou à beira do abismo, estou falando com travesseiros? É isso mesmo?

Peguei em cima da cômoda um livro que ainda não terminei de ler, um romance, o livro conta a história de uma adolescente que tem que decidir com quem fica, se fica com um lobo lindo, quente, e vivo ou um vampiro que pode a qualquer momento te matar com uma mordida fatal... Já sei qual ela vai escolher, mas eu escolheria o lobo, pois nunca escolheria virar vampira, ser uma morta-viva, mas a entendo, e mesmo não concordando com a personagem, continuo lendo, e para se ter uma ideia de como amo esse livro essa é a nona vez que leio, e ainda não a entendo. Ela tem a vida toda pela frente e prefere virar uma morta? Ela é louca... Mas gosto do jeito dela, me identifico muito com ela, tirando a parte que ela escolhe o vampiro e quer viver a eternidade toda com ele, mas tirando isso, sou muito responsável como ela, amadureci muito mais do que qualquer pessoa da minha idade, menos a Luiza, ela parece ter uns trinta anos, o jeito que ela fala, se comporta, um pouco diferente, mas bastante madura... Comecei a ler o livro

"Toc toc" Ouvi batidas na minha porta e gelei olhando para a porta.

– Hannah?! – Chamou Celina e respirei aliviada deixando cair o livro na minha cama e correndo para atende-la. Abri a porta e para a minha surpresa a vi com uma bandeja e em cima da mesma está uma panela vermelha, duas colheres e uma jarra de água e dois copos de vidro. Apenas sorri sabendo o conteúdo dentro da panela, é dia de filme com brigadeiro, é o dia das meninas!

Celina entrou e tranquei a porta, e ela se sentou na cama, pousando a bandeja e pegando o meu livro.

– Novamente? – Celina perguntou lendo o título e ri – Você já leu quantas vezes isso? Dez? Cem? Mil? – Ela falou rindo, enquanto que eu pegava o controle da televisão, e fui correndo para a cama, batendo com o joelho na cama, sorte e é box e é macio. Mas não pude deixar de rir com a situação. Me sentei novamente na cama ao lado de Celina e a entreguei o controle remoto, mas ela não o pegou e ficou olhando diretamente para mim com o olhar curioso.

– O que foi? – Perguntei, achando estranho o olhar dela – O que foi Cê – Repeti a pergunta a chamando pelo apelido.

– Não está usando óculos? – Celina perguntou ainda olhando para mim.

– Ah sim! – Falei dando de ombros e voltando a olhar para a televisão.

– E está enxergando bem? – Perguntou Celina olhando para frente enquanto que está à procura de algum filme na sessão romance e comédia romântica.

– Perfeitamente! – Falei sorrindo, um sorriso de um lado a outro do rosto. – Não é estranho? – Perguntei agora olhando para ela.

– Muito... Tem que ir ao oftalmologista – Ela falou agora olhando para mim séria. – Isso é realmente espetacular, mas é bom ir ao médico ver isso.

– Ah sim! Irei logo – Falei, concordando com ela.

– Quando que começou a enxergar direito? – Perguntou Cê, olhando para a televisão e fazendo caretas ao ler a sinopse.

A vida de HannahOnde histórias criam vida. Descubra agora