Covil

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Quando pararam o carro na frente da pequena mansão, Guilherme pegou nas mãos suadas dela. Sophie estava, além de nervosa, abismada com o lugar, nunca tinha ido naquele bairro, sabia que sua cidade, apesar de ser de interior, não era pequena, mas não imaginava que existisse um lugar luxuoso daquele na cidade.

— Não se preocupe, não importa qual vai ser sua decisão... Claro que no meu braço as coisas ficam mais fáceis, mas eu vou te ajudar de qualquer forma, entendeu? – Ele sentia a umidade das mãos dela e entendia o nervosismo.

— Entendi, obrigada! E desculpa por não contar quem era no telefone, eu não...

— Eu imagino para quem você ligou e não espero que a ligação que vocês têm desapareça. O que nós temos não é uma prisão, no momento em que você disser que não me quer por perto, vou ficar chateado, mas vou respeitar.

Sophie assentiu, respirou fundo e desceu do carro.

Guilherme ficou ao lado dela e juntos caminharam para a entrada. Ele estava elegante, vestindo um colete por cima da camisa, algo ultrapassado, mas nele ficava charmoso. Sophie vestia calças jeans escuras, saltos pretos e uma camisa social feminina vermelha com certa transparência.

Um funcionário indicou o caminho até a sala de jantar, o lugar parecia de filme e os detalhes em dourado do corrimão e lustres dava um ar cafona, afinal, num lugar daqueles não era necessário ostentar, parecia coisa de gente rica querendo parecer ainda mais rico do que realmente era.

A sala já estava ocupada, Hiago, Natália, Lucas, Eduardo, Sandra, o Velho e até mesmo Fernando estavam lá, apenas um homem e uma moça que Sophie não conhecia, mas podia deduzir facilmente quem era aquele homem.

— Até que enfim vocês chegaram! – Eduardo abraçou sua amiga e fez o mesmo com Guilherme, deixando-o sem jeito. — A única do nosso braço que chegou mais cedo foi a chata da Sandra.

— Não gosto de chegar cedo nessas coisas. – Guilherme deu de ombros. — Chegamos na hora combinada.

Sophie observava o ambiente, apreensiva. Decidiu que seria melhor tentar novamente contar sobre sua decisão com Lucas, uma vez que ele realmente tinha ajudado e queria aproveitar para sentir o terreno.

— Está menos falante, o que aconteceu? – Eduardo puxou assunto com ela mais uma vez. — Não vejo a hora de começar, estou com fome.

— Acredite, enquanto estiver aqui, não vou conseguir comer uma azeitona. – Tentou brincar, mostrando como se sentia. — Eu já volto. – Deu um toque no braço do amigo e indicou a Guilherme aonde iria, ele apenas acenou com a cabeça.

Desviou de Hiago, cumprimentando-o apenas com um aceno e foi direto falar com Lucas.

— Que bom que decidiu vir, quando me ligou...

— Eu precisava falar com você, não esperava ser apresentada tão cedo.

— Mudança de planos, mas não é oficial ainda. Achei que seu namorado tivesse explicado. – Ela sentiu a acidez na frase, mas decidiu ignorar.

— Preciso falar com você sobre...

— Você não me deve explicações, as coisas continuam como eu te falei. – Ele a interrompeu, já se afastando.

— Eu sei que não devo, não é sobre...

— Desculpa, a Natália está me esperando.

A forma rude e evasiva dele a irritou. Ela olhou para Natália, que sorria de forma cínica. Sophie revirou os olhos.

Manipuladores do Futuro - O CovilOnde histórias criam vida. Descubra agora