Chupa, Velho!
Preocupada com a chegada do Comando, Sandra se prontificou em levar Clara embora. Apenas Eduardo e Rosana ficaram, ansiosos pelo desfecho.
Claudio saiu do escritório e pediu que Eduardo recebesse o Comando no portão, Rosana e Claudio se entreolharam , apreensivos quando a porta se abriu. Eles se cumprimentaram, apenas uma mulher com o rosto coberto por um capuz se manteve distante e não apertou a mão de ninguém. Sempre rolou uma conversa de que a mulher não gostava de ser tocada.
Guilherme abriu a porta, preocupado com o quase ataque de pânico que Sophie parecia ter. Rosana nem precisou dizer, ele já sabia que o Comando havia chegado e precisava acalmar Sophie, pediu para Rosana avisar que já estavam descendo.
— Por favor, se controla! – Pediu abraçando a moça. — A gente precisa descer, eu sei que você está com medo, mas precisamos encarar, não tem jeito.
— Eu sei! – Ela se afastou e respirou fundo. — Não é de propósito, é a primeira vez que fico assim. – Conseguia sentir a tremedeira diminuindo enquanto tentava se acalmar. Sentou na cama e controlou a respiração.
— Vamos? – Ele estendeu a mão e ela apenas aceitou e saiu do quarto com ele.
Desceram de mãos dadas, Sophie tentava não pensar em como suas pernas pareciam gelatinas e se apoiou em Guilherme. Na metade da escada já conseguiam ver todos na sala, Marcos encarou os dois e todos fizeram o mesmo, eles pararam, Sophie congelou, sem qualquer reação. Sem saber o que fazer, Guilherme se virou para a moça e de repente uma expressão de raiva e medo tomou conta do rosto dela. Ela se abaixou, cochichou algo no ouvido de Guilherme e subiu correndo a escada.
— Ela já volta, não está se sentindo bem hoje, só foi pegar uma blusa de frio.
Como um raio, ela invadiu o quarto, pegou a arma da caixa, conferiu se estava pronta para atirar, guardou na cintura na parte de trás da calça, colocou a primeira blusa de frio que encontrou pela frente e voltou para a sala.
— Se quiser podemos esperar mais um pouco, não tenha pressa? – Marcos provocou quando viu a moça.
— Desculpa, aqui na sala está muito frio. – Respondeu se colocando ao lado de Guilherme no sofá.
Rosana ficou parada perto da porta da cozinha e se assustou com a chegada de Sandra, mesmo discreta, ela cumprimentou todo mundo e ficou perto da escada.
Marcos ficou de frente para Sophie e Guilherme e automaticamente para Eduardo, que estava em pé atrás do sofá. Claudio se acomodou perto dos seguranças que se espalharam pela sala. Dois estavam perto dele e de Sandra e o outro ficou próximo da mulher de capuz, entre Eduardo e Rosana.
Sophie conseguiu ver de relance os olhos verdes da mulher, verdes demais, inumanos e isso a deixou ainda mais apreensiva.
— Bom, não percamos mais tempo! – Marcos começou. — Sophie, fique ao meu lado, quero que você veja pelo melhor angulo o que acontece com traidores.
Sem contestar, ela se colocou ao lado dele, deixando Guilherme sozinho no sofá, estático.
— Levante-se, Guilherme. Consideramos os seus anos na Agência... – Continuou antes mesmo que Guilherme ficasse em pé. — Infelizmente, em tempos de desafios não podemos deixar passar, você será o exemplo de que precisamos. Sua punição é a morte!
Num piscar de olhos Marcos estava com a arma apontada para a testa de Guilherme, que permanecia em silêncio, apenas ele, pois todos, se não cochichavam, respiravam de forma audível e pesada.
— Pode fechar os olhos, garoto! – Marcos avisou.
— Não, se você vai fazer, faça do jeito mais honrado, olhe nos olhos de quem você mata!
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Manipuladores do Futuro - O Covil
Science FictionEncrenca deveria ser o seu sobrenome. Sophie entende que não descobriu metade do que precisava sobre sua vida e a agência e não tem certeza se quer mesmo saber do resto. Recebeu ajuda quando precisou, mas agora precisa distinguir melhor de quem vem...