Cap 8

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Imbróglio

A carta para a sua família já estava pronta, de todas as coisas que estava preparando antes de sumir no mundo, essa era a pior. Dizer que precisava de um tempo e que iria estudar em outro país e ter que justificar essa decisão, foi desastroso, tinha certeza que seus pais não iriam acreditar e quando não conseguissem contato com ela ficariam desesperados, tentava não pensar muito nisso, mas era inevitável. Esperava que a conversa que teve com eles naquele restaurante contasse para que acreditassem pelo menos um pouco.

Guilherme realmente tinha resolvido todo o resto para Sophie, receosa em escolher seu destino, selecionou alguns e pediu ajuda dele para decidir. Resolveram então que seria inteligente não sair do país, mas morar em um lugar distante e com pouca tecnologia, Pirenópolis - GO.

— Agora qual é o próximo passo? – Sophie estava apreensiva, tudo estava certo para a sua fuga, só faltava saber quando ir.

— Em duas semanas vai ter uma reunião com o pessoal da agência. Eu estarei livre de dia, mas á noite preciso participar da reunião... Calculo que a essa altura você já estará no avião.

— Concordo, estarão distraídos. Só por curiosidade... qual o motivo dessa reunião?

— Bom, meu pai sabia, não me pergunte como, que a filha de Lívia morava nessa cidade. Sabíamos que chegariam a você em algum momento, então decidimos nos adiantar... Eu vim para cá primeiro, sondei a cidade e abri o estande de tiros para ter um motivo para ficar por aqui sem que levantasse suspeitas. Quando um braço escolhe uma cidade é necessário ter contatos e eu fiz os melhores. Inclusive investi em vários empreendimentos na cidade e claro, tudo sem fazer alarde. Acontece que o Velho veio para a cidade antes do braço do meu pai, mas não preparou o terreno.

— Vão tirar ele daqui?

— Não, foi oferecida a oportunidade de alguns agenciados trocarem de comando e isso vai acontecer na reunião. O Velho vai ficar, mas estará subordinado ao meu pai.

— Ele deve estar muito bravo com isso.

— Muito, principalmente porque foi feito um "intercâmbio" entre braços, o Fernando ficou sob o comando do meu pai e eu fiquei no braço dele, foi assim que eu e Lucas ficamos amigos. Depois que nós brigamos eu assumi a função de lixeiro e fui mandado para longe, assim não incomodaria o filhinho dele. Em duas semanas eu volto a fazer parte do braço do meu pai, pelo menos oficialmente. Todo mundo sabe que nem eu ou Fernando mantivemos a troca. E foi durante o intercâmbio que eu me adiantei e fiz contatos na cidade. Sou um traidor para o Velho.

— Uau, cada hora é uma novidade! – Recostou-se no sofá, impressionada com o imbróglio que era essa agência.

— Por isso eu não te conto tudo de uma vez, são tantas informações que você ficaria perdida e considerando que você vai embora, seria perda de tempo.

— Seria mesmo. – Não porque ela não faria uso das informações, mas porque não se interessava mesmo, queria toda aquela confusão bem longe.

— Tenho muitas coisas para resolver, acho que já é hora de ir para a minha "casa". – Riu. Sua casa já estava pronta, porém passava mais tempo com Sophie e considerando que não tinham nenhum compromisso, estava ficando difícil não responder as perguntas de Letícia.

— Letícia já contou aos meus pais sobre você, dei algumas poucas informações para que não se preocupassem. Meu pai gostava muito do Lucas e ficou decepcionado quando soube de você. – Riu também, pensando que finalmente aquela cisma do seu pai tinha desaparecido.

— O próximo passo é esperar, enquanto isso, você segue agindo normalmente. Não ficarei perto o tempo todo, mas estarei ao alcance de uma ligação ou mensagem. Tudo bem?

Manipuladores do Futuro - O CovilOnde histórias criam vida. Descubra agora