cap 15

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Pedido de casamento

De madrugada Sophie acordou sobressaltada com um barulho, ainda com o raciocínio lento, levantou para ir ao banheiro e quando voltou, notou a cama vazia e ligou ao barulho. Pensou: se eu acordei eles vão acordar também e sabe Deus o que Guilherme está aprontando?

Desceu correndo a escada e o encontrou parado na porta, ele não fazia nada, só estava parado lá. Sophie se aproximou e foi como se o despertasse.

- O que aconteceu? - Percebeu sangue nos braços dele.

- Não é meu, fica tranquila!

- Tranquila? - Quase gritou de indignação.

- O que está acontecendo aí?

Marcia desceu a escada e esfregando os olhos. Guilherme congelou, tudo o que não precisava era gerar desconfiança.

- Desculpa, vó, ele tropeçou. - Sophie arrastou Guilherme para o sofá e o colocou sentado.

Marcia viu o sangue nos braços dele e correu para o banheiro.

- Merda, e agora? - Ele sussurrou para Sophie.

- Fica quieto e concorda com o que eu disser.

- Aqui, trouxe algo pra limpar o sangue e desinfetar o machucado. - Colocou uma caixa em cima da mesa e abriu, mas Sophie a interrompeu.

- Vó, ele não está machucado, o sangue não é dele.

- Então o que aconteceu? Achei que vocês estavam dormindo. - Deixou a caixa onde estava e os encarou, esperando uma resposta.

- Um primo dele ligou pedindo ajuda porque tinha sido assaltado, bateram muito nele. Guilherme foi ajudar e o levou ao hospital.

- Por que não avisaram a gente? - Marcia parecia estarrecida e preocupada.

- Eu não fui, só ele. Não queríamos incomodar.

- Dona Marcia, meu primo vai ficar bem, foi só um susto, não foi grave, mas o sangue assusta, desculpe te acordar.

- Não se desculpe por isso. Eu acordo durante a noite mesmo, tenho o sono leve. - Ela se levantou e bocejou. - Vocês querem alguma coisa? - Os dois negaram com a cabeça. - Então vou pra cama. Tentem descansar.

- Vamos, você precisa de um banho. - Sophie o ajudou a se levantar.

Era difícil inventar uma mentira de improviso, mas aparentemente deu certo. Sophie tentou se manter acordada até Guilherme sair do banho, queria entender o que tinha acontecido. Não teve jeito, acabou pegando no sono.

Quando acordou não havia sinal dele no quarto, imaginou que estivesse na cozinha com sua família. Se arrumou para descer e estava certa, todos ao redor dele davam risadas, Guilherme divertia até mesmo o seu pai.

- Bom dia! - Puxou a cadeira ao lado da sua mãe para se sentar.

- Que loucura o que aconteceu ontem com o primo dele, filha! Vocês deviam ter avisado a gente.

- Não precisava, pai.

- E agora já está tudo bem. Ele só ligou pra mim porque meu número é o único que conseguiu decorar e que atenderia ligação a cobrar.

- Filha, não come muito, daqui a pouco a gente almoça.

Decidiu então nem comer, bebeu apenas um suco e puxou Guilherme para fora da casa, precisava saber o que tinha acontecido. Encostou perto do portão, sabia que ali ninguém ouviria a conversa.

Guilherme parou em sua frente, parecia bem e alegre, como se nada tivesse acontecido.

- O que aconteceu ontem? Que trabalho você teve que fazer? Quem teve que matar?

Manipuladores do Futuro - O CovilOnde histórias criam vida. Descubra agora