Capítulo 31

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No dia seguinte, Nate me disse no caminho para a escola que Josh concordou com algum receio em me ajudar, parece que essa era uma boa forma dele me estudar também, mas não quis dizer isso a Nate.

Alastair não apareceu de novo, isso poderia parecer um bom sinal, porem algo dentro de mim gritava alto sobre o quanto aquilo representava perigo.

Quando Rose colocou seus livros no armário ao lado do meu tomei coragem para encara-la. Ela parecia abatida, como se ficar perto de mim a deixasse nervosa.

- você está bem? – perguntei receosa.

Ela não me olhou.

- porque se importa? – parecia contida, como se segurasse a própria voz.

- eu sempre vou me importar com você. Foi você que brigou comigo lembra?

Ela respirou fundo ao fechar o armário e me olhou brevemente.

- eu estou bem. - afirmou sem me convencer.

Antes que ela pudesse sair e passar por mim, peguei seu pulso a fazendo me olhar com um quase desespero que fez meu coração rachar.

- você sabe que pode contar comigo para tudo, não sabe? Você é minha irmã de alma Ross, eu sinto sua falta. – falei sincera.

Quase pude ver suas lagrimas reprimidas quando seus olhos escuros brilharam intensamente.

- não me chame assim. – disse friamente antes de puxar seu pulso e sair andando rapidamente.

Estava acontecendo algo. Talvez fosse só o sumiço de Alastair que a estava abalando. Brincar com alguém e depois sumir daquela forma chegava a ser cruel, mas era Alastair afinal.

- sem avanços? – a voz de Chris me fez olhar para trás e encontra-lo observando.

- ela age como se eu fosse algo toxico, doloroso. – suspirei. – não sei o que fazer.

Chris colocou sua mão em meu braço solidariamente.

- sinto muito por isso Mon. – disse parecendo totalmente sincero. – vou tentar ficar de olho nela. – ele olhou para onde ela havia saído com uma careta angustiada. – tem algo... Quando olho para ela, todo meu peito dói. – ele sorriu de canto sem jeito depois de perceber o que disse. – não deve ser nada.

Era algo e eu sabia disso, mas não sabia o que e descobrir me assustava.

- será que não é chamado de amor? – brinquei tentando desfazer o clima ruim.

Ele apertou os lábios em uma linha dura. Chris tinha problemas em assumir o que sentia, mas também não negava.

- é diferente. É doloroso. – contou perdido em seus próprios pensamentos.

- às vezes o amor pode doer. – argumentei o vendo negar com a cabeça.

- não assim. É algo mais profundo e sombrio. Tenho a sensação de que devo ficar com ela o tempo todo, protege-la.

Peguei sua mão quente em uma tentativa de passar conforto.

- se você acha que é preciso, então faça isso. – falei como um pedido. – proteja-a melhor do que eu pude. Sei que você é capaz.

Chris me analisou.

- você pode protegê-la também. – disse ele com as sobrancelhas loiras levemente franzidas.

Sorri secamente sem humor.

- ela passou meses com aquele... – repensei a palavra. – cara, e ainda não fala comigo. Acho que isso não entra para a lista de proteção.

Anjos da TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora