Entrei no quarto, avoada e me sentei na cama.
O sol baixou entre as nuvens deixando o lugar mais escuro e eu nem consegui me incomodar.
Minha mente girava confusa.
- Ei... Tudo bem? - Nate disse saindo do banho.
Nem tinha percebido que ele estava ali até finalmente olhá-lo e ter que desviar os olhos rapidamente já que estava molhado com apenas uma toalha enrolada na cintura.
- sim. Desculpe não vi que estava aqui. - falei virando o rosto enquanto ele ia até o guarda roupa pegar suas roupas ficando de costas para mim.
- percebi. O que aconteceu? - perguntou casualmente enquanto colocava a camisa.
Meus olhos ficaram vidrados nele sem conseguir escapar. Observei os músculos de suas costas e braços, a pele levemente bronzeada e macia. Seus cabelos estavam molhados quase pingando o que os deixavam maior e mais liso de forma que chegava a cair na nuca e a franja na orelha.
Quando ele deixou a toalha cair colocando a cueca e a calça senti todo meu corpo esquentar. Não era nada que eu já não tenha visto, mas era algo que eu nunca havia tentado resistir.
Assim que ele se virou para mim desviei os olhos, constrangida por saber que estava corada. Torci para que não desse para reparar na meia luz do quarto, mas havia o som acelerado do meu coração.
Ouvi seu riso discreto antes dele sentar ao meu lado fazendo a cama balançar.
- me diz, o que foi? - perguntou casual fingindo que não havia percebido nada.
Não o olhei encarando a janela.
- nada demais. Eu só... - engoli seco sabendo que minha voz estava tremula.
- desculpa, isso incomodou você? - Nate disse preocupado, mas eu sentia a pontada de diversão em sua voz. - posso me afastar se quiser.
Peguei sua mão com força ainda sem olhá-lo antes que ele se mexesse.
- não. Fique. - falei sem jeito. Nate relaxou ao meu lado. - eu estava tendo uma conversa seria com o Chris e de repente tudo ficou estranho e confuso...
O senti enrijecer assim que disse, apertei mais seu pulso. Não queira que ele fosse embora, nem entendesse nada errado.
- não tire conclusões. Deixe-me terminar. - falei receosa.
- estou ouvindo. - falou perto demais o que me fez arrepiar.
Disfarcei tentando me concentrar na conversa com Chris.
- ele ouviu nossa conversa ontem.
- eu sei. - Nate disse simplista como sempre.
Fechei os olhos suspirando.
- claro que sabe, nem teve a decência de ocultar o som. – resmunguei controlando um revirar de olhos.
Ele sorriu fraco puxando meu rosto para olhá-lo. Verde e castanho. Um dos meus preferidos.
- sei por que ele veio falar comigo de madrugada.
- o que!?
Ele fez uma careta.
- foi bem estranho. Disse umas coisas sem sentido e fez perguntas das quais já sabia a resposta. - Nate deu nos ombros por fim como se desistisse de entender.
- que tipo de perguntas?
Seus olhos intensificaram nos meus.
- sobre o que eu faria por você, até onde iria, como imaginava nosso futuro, se eu te amava de verdade. Ele não parecia tão chateado como deveria. - o cenho dele franziu com a lembrança.
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Anjos da Terra
FantasyHá séculos anjos e demônios brigam entre nós sem que percebemos, sem um vencedor ou fim. Procriando entre humanos para aumentar suas vantagens. E se alguns de nós pudessem vê-los?