Depois de tudo, decidimos que era melhor levar Chris para casa antes deles chegarem.
No caminho mesmo sendo um pouco estranho decidi contar tudo a Chris. Contei sobre meu trato com Alastair e sobre Nate.
Pedi ao meu pai que colocasse alguns símbolos de proteção no carro, principalmente aquele para ninguém ouvir o que se fala ali dentro.
Chris ouviu com atenção, mas parecia relaxado e ao mesmo tempo distante.
- estou confiando em você e também não quero te usar. Quero que saiba que fiz aquilo porque tive vontade de fazer. - me expliquei enquanto estacionava na frente de sua casa.
Ele me deu um sorriso tranquilizador.
- tudo bem Mon. Não é como se fosse uma coisa ruim. - suas palavras me fizeram corar. - entendi tudo e para falar a verdade estou aliviado de não ser o culpado por acabar com seu romance. Mas é um pouco absurdo o que estão fazendo, o que ele está fazendo...
- eu sei. Mas é preciso. O problema é que eu não quero ficar esperando por isso, não quero saber que eles estão juntos e eu sofrendo sozinha em casa.
Chris me observou.
- se você queria só sexo não precisava dizer que estava apaixonada por mim. - falou irônico em um humor negro que eu conhecia bem para saber que ele estava cogitando aquilo.
Dei um tapa em seu braço.
- não seja imbecil. - adverti. - já falei que estou sendo sincera com você.
- tudo bem, eu entendi. Você está dividida e tudo o mais, mas tem uma coisa que está me intrigando. Vocês estão juntos ou não? Quero dizer, não sou esse tipo de cara traíra, sabe...
Respirei fundo, pensativa.
- eu não sei. Mas não consigo ver como podemos estar juntos se ele está com ela, mesmo sendo "de mentira" ainda é real. - olhei para ele que tinha seus olhos extra-claros em mim com análise. - e eu estou onde estou.
Chris pegou minha mão em meu colo me jogando um olhar compreensivo.
- não queria que fosse assim, mas isso não deixa de ser real como você mesma disse então... - ele suspirou hesitante. - se você quiser tentar, por mim tudo bem. - sugeriu. - sempre tive muita noção de onde estava nessa luta e nunca pensei achegar até aqui, onde estou com você.
- no carro? - brinquei o vendo sorrir abertamente sem jeito.
- você entendeu.
- sim, entendi.
Tirei seu cabelo do olho e desci minha mão até seus lábios os analisando e deixando minha mente ser invadida pelas lembranças.
Ele sorriu ao perceber, então pegou minha mão e a beijou.
- então? - perguntou.
- me diga você. A incerteza aqui sou eu. - respondi incerta.
Ele me deu um olhar fixo e sedutor. Eu poderia dizer que nunca me acostumaria com ele daquela forma, mas não seria verdade. A verdade era que eu o preferia daquela forma e preferia achar que ele era assim apenas comigo.
- não fique se achando. - ele mordiscou meu dedo me fazendo soltar o ar em surpresa. - não espere que eu te espere para sempre. Foi você quem disse que eu deveria dar uma chance ao Leo. - provocou. - duvido que com ele seja apenas sexo.
Puxei minha mão com irritação divertida.
- eu amo seu sarcasmo Christopher, mas se disser isso de novo, de qualquer jeito, em qualquer frase, eu juro que quebro seus dentes. - ameacei o fazendo rir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Anjos da Terra
FantasyHá séculos anjos e demônios brigam entre nós sem que percebemos, sem um vencedor ou fim. Procriando entre humanos para aumentar suas vantagens. E se alguns de nós pudessem vê-los?