Capítulo 83

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Olhei para Alastair mortalmente sem conseguir me levantar.

- o que você está fazendo!? Tínhamos um acordo! - grito tentando escapar de suas correntes invisíveis.

Ele sorri de canto.

- ah sim, ainda temos senhorita Collins, não se desespere.

Ouvi algo se torcer atrás de nós como um galho grosso sendo quebrado ao meio, mas sabia que não era isso.

- Nate! - gritei tentado me virar para trás para avistar algo, mas não consigo ir muito longe.

O riso maligno de Alastair me faz gelar.

- ele vai ficar bem. - disse com desdém. - agora você vem comigo.

Ele pegou minha camisa e me levantou como uma pena. Segurei a mão de Chris, mas era impossível não soltar. Ele está tão prensado contra o chão que nem conseguia falar. Apenas podia ver sua luta em vão ao me afastar enquanto Alastair me arrasta.

Debati-me inofensivamente para ele que nem pareceu perceber.

- me solta!! O que você está fazendo!?

Ele pareceu se divertir com a situação e não respondeu. Largou-me pouco a frente onde supostamente havia um feitiço de proteção.

Cai como uma fruta do pé esparramando no chão, o que me faz respirar devagar pelo incomodo duro das pedras. Porém o que me deixou sem ar mesmo foi o corpo torto e desacordado de Nate ao meu lado. Segurei o grito até me recuperar e avançar até ele.

- Nate! - soltei em desespero o colocando em meu colo. Algo nele estava quebrado e vendo isso o coloco reto no chão aumentando a chance de se curar mais rápido. - você vai ficar bem. - garanto baixo.

- quanto drama. – Alastair disse revirando os olhos. - ele já vai levantar. Nathaniel sempre teve um dom a mais em se recuperar. - ele me puxou pelo braço com impaciência me colocando de pé sem dificuldade e pegou minha mão a esticando de encontro ao provável feitiço a frente.

Tentei recuar sem sucesso, Alastair era forte e se mantinha firme com seus braços de ferro no meu.

- não! Me solta! - gritei em vão.

Ele empurrou mais meu braço de modo que senti como se tocasse em uma rede de vento fina e volátil. Logo, em um jogo discreto de cores que tremem ao meu toque, vi o campo se desfazer como uma rede sendo deteriorada. Ela deu lugar a uma pequena caverna que parece mais uma toca ou um montante de pedras largas com um buraco no meio.

Era perceptível porque eu deixaria ali já que apenas uma criança caberia naquele lugar.

Alastair sorriu levemente ao me puxar com ele a passos largos e breves até o vão das rochas.

- coloque a mão ai e pegue. - ordenou com firmeza.

- não. Eu pegaria de qualquer forma e você não precisava fazer isso.

Seus olhos negros ferveram de perto e sua mão apertou em torno do meu braço me fazendo segurar o grunhido de dor.

- pegue antes que eu tenha que arrancar seu braço para pegar. - soltou impaciente.

Hesitei conhecendo a verdade naquela ameaça.

Com receio estendi a mão percebendo que não era muito fundo ou cumprido, logo meus dedos tocam um pacote de papel quente. O peguei lentamente o arrastando para fora vendo que era um pacote pardo lacrado com uma corda fina e um símbolo em vela derretida no meio, parece um eclipse como no meu colar o que me faz entender porque Alastair não pode toca-lo.

Anjos da TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora