09 - Pedacinhos em Ravensburg

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A lógica e a alma não funcionam como uma, eu sei

E não há nada inteligente sobre mim e você

Mas diga que eu me liberte, sim, diga que você me deixaria ser

Há alguém melhor depois de você?

09 - Pedacinhos em Ravensburg

Se alguém tive falando para Rowan há meses atrás que ela estaria sentada no sofá de casa, não apenas uma vez, mas sim várias ao longo dos meses, para assistir futebol, teria olhado para os lados e perguntado se estavam, de fato, falando com a mesma.

Mas aquilo estava realmente acontecendo: a inglesa perguntava constantemente a Cece em cada jogo assistido o que aquela jogada estratégica significava, o porquê tal jogador não havia sido expulso ou "mas não parecia estar impedido, parecia?"

Até mesmo já havia chegado atrasada em alguma aula da faculdade, por causa de um jogo da Champions.

E toda vez que assistia um jogo, podia sentir a mesma sensação de quando viu pela primeira a partida do Bayern, no estádio crescer mais no peito.

O fim de outubro passou mal se despedindo conforme o decorrer dos dias. Depois da festa de Halloween em Dortmund, o tempo tinha avançando consideravelmente — embora aquilo fosse relativo.

As temperaturas estavam cada vez mais baixas, obrigando-a a sair de casa sempre com um grosso casaco e luvas para não congelar os dedos. O verão parecia ter acontecido em outra vida, mas lá no fundo, Rowan não se importava: ela estava contando nos dedos para ver a neve cair em Munique.

Havia algo sobre a neve que a cativava.

Só que, naquele momento, outra coisa a cativava.

Joshua mexia em uma frigideira, fritando bananas, uma expressão de pura concentração estava no seu rosto, com um avental amarrado nas costas e pescoço. Havia um frase escrita nele: "POSSO COZINHAR PARA VOCÊ?"

— É claro que você pode — disse Rowan, apontando com o dedo para o avental e sorrindo.

Ela estava sentada em cima da mesa da cozinha, comendo um maçã.

Joshua virou de lado, olhando para o seu rosto, então encarou os lábios dela.

Em um passo, ele estava invadindo seu espaço pessoal e roubou um beijo.

O doce da fruta deixou o beijo mais doce do que já era, e a garota enrolou os braços no pescoço do jogador.

Era engraçado em como as coisas entre eles haviam fluído consideravelmente. Nem se lembrava mais do que era acordar sem Joshua ao seu lado, uma mensagem dele durante a aula, uma foto no treino com o time ou ele aparecendo na livraria.

Seus colegas do trabalho diziam que nunca a tinham visto tão feliz, afinal ela cantava enquanto arrumava pilhas enormes de livros.

Simmons se sentia feliz, mesmo que de vez em quando recebesse ligações de Teresa e dezembro se aproximasse cada vez mais rápido, trazendo lembranças amargas.

Pela primeira vez, Rowan estava permitindo que alguém entrasse no seu espaço gelado que era seu coração.

Ele colocou as mãos na cintura dela e, apesar do suéter grosso que usava, pode sentir o calor do toque.

Scheiße, você vai fazer eu queimar a comida — murmurou o alemão, descendo os lábios para o pescoço dela.

Rowan fechou os olhos.

Dreimal in MünchenOnde histórias criam vida. Descubra agora