12 - O espaço entre nós

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Eu não me reconheço já faz um tempo

E desde que você se foi, eu fico acordada toda noite

Pensando que se você estivesse aqui, você iria me ajudar

Eu sei que eu era idiota por permitir que o que tínhamos fosse para o lixo

Por que tudo que eu amo sempre é levado?

A filha de Thomas e Dalla tinha nascido em uma quarta-feira fria do dia 13 de dezembro, como um presente antecipado de Natal — palavras propriamente ditas pelo jogador.

Rowan tinha recebido dezenas de fotos do bebê algumas horas depois do seu nascimento, e facilmente (não que fosse difícil) tinha se apaixonada pela pequena Iris.

Quando perguntou para a amiga o porquê daquela nome, Dalla apenas riu no telefone, dizendo que fazia todo o sentindo a filha dos dois ter o nome da música que representava a história de reencontro dela com Thomas.

Simmons não sabia muito sobre como eles tinham se conhecido, exceto que tiveram que atravessar mais pedras no caminho que a maioria das pessoas.

Mas, apesar daquele dia ter ficado marcado pelo nascimento da primeira filha do casal, para ela aquele dia seria lembrado como o reencontro de um fantasma do passado.

Não tinha sido fácil levantar da cama no estado em que se encontrava, mas Rowan não podia mais adiar aquela visita e, consecutivamente, conseguir respostas.

Havia uma parte dela que não queria ficar mais sentada e chorando em casa, tendo apenas metade da história disponível. Não era apenas Joshua que esteve no escuro por tempo demais; ela também, e agora que estava em Londres, poderia correr atrás das respostas para as suas perguntas. Por isso, parada em frente a porta do apartamento de Callum Krasinski, ela estava determinada a tê-las, mas, quando ele a abriu, sua mente apagou por completo.

Cal parecia o mesmo rapaz por quem tinha se apaixonado anos atrás, cheirando e tendo tinta no cabelo preto, as roupas velhas cheias de respingos secos de diferentes tons, parecendo uma paleta de cores.

Do seu apartamento, vazava uma composição de Vivaldi enquanto ele a encarava em choque com os olhos castanhos arregalados.

— Eu não acreditei quando o porteiro me disse que você estava subindo, mas aqui está você, parada a minha frente, como um sonho.

Rowan fechou os olhos por um breve momento, absorvendo aquela voz tão acolhedora com aquele sotaque.

Seu coração sempre esteve guerra quando se tratava dele.

— Posso entrar? Precisamos conversar.

Ele deu espaço para que ela entrasse.

O apartamento tinha uma vista privilegiada para o rio Tamisa, e estava repleto de pinturas. Ela até achou que havia mais obras de arte do que móveis no lugar. O sol tímido que entrava pelas amplas janelas dava um charme diferente ao ambiente.

Callum era pintor e estudante de Artes Visuais — provavelmente quase terminando o curso agora.

Esse havia sido um dos motivos pelo qual Simmons tinha facilmente caído por ele: a sua alma de artista. Cal respirava arte, e era a sua verdadeira vocação na vida. O seu talento para pintar era de causar inveja e transcendia a perfeição. Parte das coisas que Rowan tinha aprendido antes de entrar na faculdade de História e, sem ser pela sua mãe, tinha sido por ele, que a ensinara a ver a história através da arte.

Dreimal in MünchenOnde histórias criam vida. Descubra agora