Tantas coisas para fazer e dizer
Mas eu não consigo encontrar uma maneira
Mas eu quero saber como
Eu sei
Eu estou destinado à outra coisa
Mas primeiro eu tenho que me encontrar
A matriarca da família, Ekaterina Blissova, olhou para Rowan com os olhos azuis iguais aos de sua neta e perguntou:
— Me diga, criança — falou, suas mãos mexendo majestosamente na massa para os biscoitos. — Você deseja o que eles têm?
Simmons a olhou assustada, sendo pega no flagra.
Nos dias que estava passando na cidade de Odessa — a cidade mesmo — havia se aproximado muito da avó da amiga e ouvido todos as histórias peculiares dos seus tempos como bailarina do Bolshoi e sua adolescência em Simferopol, na Crimeia.
Seus olhos estavam grudados em Erik e Odessa, sentados juntos perto à lareira. O jogador tinha chegado alguns dias antes na Ucrânia para conhecer a família materna da cazaque.
Assistiu eles tomando vinho e conversando, aquele sentimento novo que estavam experimentando, sendo transmitido pelos sorrisos em seus lábios e a forma como as mãos dele sempre procuravam pelas dela.
A inglesa percebeu que, embora a relação deles fosse muito recente, havia um amor sólido e forte ali.
Ela baixou os olhos para a sua taça e passou o dedo pela borda.
— Eu estive o que sua neta e Erik estão tendo — respondeu. — Mas então eu deixei escapar entre meus dedos.
Ekaterina parou de mexer na massa, e focou sua atenção na garota.
— E o que está fazendo que ainda não o recuperou?
Rowan ficou por um momento sem palavras. Mas, amarguradamente, respondeu:
— Porque ele me deixou, e não precisou de palavras para dizer que era o fim.
— Besteira, minha criança! Vocês jovens são apressados para amar, mas lentos demais para se reconciliar — disse a senhora, os cabelos acinzentados brilhantes contra a luz. — Querida, você tem certeza que ele a deixou?
Aquele conversa parecia um déjà vu.
— Não há outra explicação.
A senhora Blissova deu um sorriso triste.
— O amor não morre de um dia para o outro — sussurrou, como se aquilo fosse um segredo. — E se ele a deixou porque achava que isso era o melhor para você?
O sangue dela gelou nas veias.
— A falta que eu sinto dele não me parece algo que foi para o meu melhor.
Rowan fechou os olhos rapidamente. Era a última noite do ano, e não gostaria de passá-la chorando. Talvez, escrevendo e chorando.
Ekaterina afastou-se da mesa para lavar as mãos. Simmons olhou novamente para Erik e Odessa e encontrou eles dançando no meio da sala ao som de Crazy Little Thing Called Love do Queen.
Ela sorriu para a cazaque quando a mesma riu em sua direção, depois bateu palmas no ritmo da música.
Por um momento, tudo o que quis foi voltar no tempo para o exato momento em que ela e Joshua estavam no Lago Königssee e dançaram juntos. Parecia que tal lembrança tinha acontecido há anos.
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Dreimal in München
Fanfiction"Mas... e se o destino quisesse dar três chances para alguém que não acredita no mesmo, esbarrar nele, sendo Munique palco dessa história?" Rowan Simmons é uma estudante de História, que há dois anos deixou Londres e o passado para trás, e mudou-se...