Epílogo

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Este mundo continua a girar mais rápido

Em um novo desastre então eu corro para você

Eu corro para você, baby

E quando tudo começa a surgir inacabado

Baby, você é o único à quem eu corro

Eu corro pra você

Nós corremos sobre fumaças

A sua vida e a minha

Tal como as areias do tempo

Escorrendo através

E o nosso amor é a única verdade

É por isso que eu corro para você

27.07.2019

A galeria de arte que Callum havia comprado no início do ano ficava localizada bem no coração de Munique, entre uma perfumaria e uma padaria italiana. Ele tinha se mudado para a cidade no ano passado para, segundo o mesmo, focar mais na sua arte, mas todos sabiam que o inglês havia cortado contato definitivamente com seu pai.

Depois que voltou de Londres, no ano passado, Cal e Rowan jamais tinham perdido o contato novamente. Principalmente nas primeiras semanas que o jovem inglês tinha se assumido homossexual para toda a família e explicado a situação de não estar realmente namorada ela.

Mas, apesar de ter ficado triste sobre a briga entre eles, era notável para todos o quanto Cal parecia estar vivendo os melhores anos da sua vida sem a presença paterna, e as correntes invisíveis das mentiras ao lado de Theo, com quem iria se casar nos próximos meses.

Por isso, quando ele mandou uma mensagem a Rowan, que o encontrasse na galeria no final da tarde, pedindo ajuda nos últimos ajustes da sua primeira exposição na Alemanha, ela não tinha achado estranho.

Quando Simmons chegou lá, todo o lugar estava com as luzes apagadas, e parecia não haver ninguém.

Ela abriu a porta e ascendeu as luzes do lugar.

Rowan levou um choque ao constatar que nenhuma pintura de Cal estava ali, e por um momento, achou que tinham sido roubados.

Então ela viu os quadros pintados sobre eles.

Telas que contavam a história dela com Joshua.

Algumas eram pequenas; outras ocupavam uma parede inteira. Ricas em detalhes e cores, eternizadas em pinceladas precisas.

Com o coração a mil, Rowan chegou mais perto e segurou o choro quando percebeu que cada pintura estava disposta em uma ordem cronológica de acontecimentos.

A primeira vez que encontrou Joshua no meio da rua, esbarrando nele.

Quando viajaram para o Lago Königssee.

A primeira vez que se beijaram no meio da chuva.

Ela dançando com ele no chafariz do Louvre, em Paris.

Quando ele foi até a sua casa em Londres, e a deixou depois.

Ela parada na neve sorrindo, depois que resolveram voltar.

A partir dessa última, uma tela em branco se destacava, escrita re(start) e depois tudo começava de novo.

O pedido de namoro feito na Cappadocia, na Turquia.

O dia que ela se mudou para o apartamento dele.

Quando se tornaram tios.

Havia dezenas de pinturas contato cada detalhe da vida deles juntos, os bons e ruins momentos, os altos e baixos que tiveram. Cada obra representava a forma com que Joshua encarava Rowan, como se o seu mundo girasse em torno dela.

Simmons continuou olhando as pinturas, fascinada, até chegar a última.

O seu coração parou no peito, até começar a bater violentamente, e lágrimas caírem livremente pelo seu rosto.

Era Kimmich ajoelhado no meio da galeria, com um anel em mãos e Seyit ao seu lado, o cachorro que eles haviam adotado juntos.

Wow — alguém disse atrás dela. — Esse cara aí deve amar muito essa garota.

Rowan virou para a voz e encontrou Joshua encostado na parede, um sorriso torto puxado nos lábios, o Golden Retriever ao seu lado.

Era incrível como toda vez que se encontravam, ela achava que se apaixonava por ele mais um pouco, como se houvesse sempre um pedaço do seu coração que não estivesse inundado de amor.

A inglesa não disse nada, com medo de que suas palavras pudessem de, alguma forma, fazê-la acordar daquele sonho.

Joshua andou até ela e a segurou em seus braços. Os olhos verdes pareciam estrelas coletadas do céu pela forma que a encaram, a intensidade no olhar.

— Ano passado, você me deu o seu livro de rascunhos dos poemas — ele falou, tocando em seus cabelos. — Havia um que você escreveu que eu senti um puxão sabe, como se ele fosse importante para mim, mas naquele instante, eu não entendi o porquê. Agora eu sei, Rowan, porque eu sei que é você. — O jogador subiu sua mão e a depositou no rosto molhado dela, então recitou as palavras: — Você é o milagre que surgiu no caos / O sangue nas veias / O sol e as estrelas / Um oceano infinito de possibilidades / A gravidade que me puxa / A eletricidade no ar / Um porto seguro / Você é o meu lar.

Mais lágrimas desceram pelo rosto dela, quando então ele a soltou e ajoelhou-se no chão, puxando um caixinha aveludada do bolso. Kimmich abriu-a, e disse emocionado:

— Eu nunca quis uma coisa tão verdadeira e intensamente como quero ficar ao seu lado. Eu sei que é a coisa certa, porque é o que meu coração indica. E quando uma coisa é certa, é simples, verdadeira e para sempre. Nós dois somos assim. Feitos para dar certo, feitos para durar. Então, Rowan Barbara Simmons, você aceita se casar comigo?

Rowan ajoelhou-se junto a ele, e balançou a cabeça.

— Sim, mil vezes sim, Joshua! — disse, sorrindo e chorando ao mesmo tempo, a felicidade correndo pelo sangue como uma droga. — Eu aceito.

Kimmich colocou o anel no seu dedo e a puxou para um beijo, Seyit latindo ao redor deles.

Ser feliz não é ter um céu sem tempestades, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem decepções.

Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza e aprender sobre ela.

Ser feliz é reconhecer importância das pessoas que passam por sua vida.

E Rowan reconhecia a importância de Joshua.

Porque ele era e sempre seria a pessoa para quem iria correr.

Porque ele era e sempre seria a pessoa para quem iria correr

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