01 - A noite que nos conhecemos

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Todas as luzes pousam em você

O resto do mundo desaparece diante dos meus olhos

01 - A noite que nos conhecemos

Você precisa vir para cá, Rowan.

As coisas tem ficado cada vez mais difíceis.

Volte para nós.

- Teresa

As palavras que apareciam na tela do seu celular trouxeram lágrimas aos olhos de Rowan, mas que não foram derrubadas, porque no segundo seguinte, ela estava correndo para o banheiro.

Definitivamente, o grito de sua melhor amiga pode ser ouvido no prédio inteiro.

Cece apareceu na porta do banheiro, enrolada em uma toalha branca, tremendo e com a expressão mais zangada que Rowan tinha visto em três dias.

Cecília ficava zangada facilmente com algo ou com alguém.

Seu cabelo negro pingava água no chão, cheio de espuma do shampoo, formando uma poça, e ela logo percebeu que a outra não iria secar.

— O que aconteceu? — Rowan perguntou, confusa.

Cece levantou a mão, apontando para o banheiro.

— O chuveiro! Aquele maldito chuveiro! — ela berrou as palavras, o alemão soando estranho. — Tem noção do quão desagradável é você estar cantando no chuveiro, em baixo da água quente, e de repente fica tudo gelado, e você nem terminou seu banho? Eu tenho que me depilar!

Rowan mordeu o lábio, o riso preso no fundo da garganta. Ela teria soltado a maior gargalhada, se não tivesse que fazer o mesmo que a amiga.

— Vocês podem parar de gritar, por favor — resmungou uma voz sonolenta.

Rowan olhou para trás, vendo Rami parado na porta do seu quarto, mexendo em seus cabelos amassados. Malditos cabelos loiros e perfeitos que, definitivamente, eram bem mais cuidados do que os dela.

— Má noticia, grego — ela anunciou —, chuveiro está estragado.

O quê? Como assim estragado? — De repente, o sono tinha sumido do rosto de Rami, e ele parecia tão irritado quanto Cece. Ele olhou para frente, diretamente para a garota parada enrolada na toalha, e engoliu à seco antes de falar: — Tinha que ter sido você mesmo, Cecília. Sempre estragando as coisas.

Antes que Rowan pudesse falar algo, ela viu apenas um vulto branco se mover para perto da porta, e depois um tênis voar na direção de Rami.

Ele gritou uma palavrão antes de desviar do sapato, mas foi lento demais; o mesmo atingiu seu braço, com força.

— Sua louca! — ele gritou, esfregando sua mão no braço que tinha a marca perfeita da sola do tênis. — Não pode fazer isso!

Cece colocou as mãos na cintura, suas bochechas estavam vermelhas.

— Me mostra em que lugar está escrito que não posso jogar um tênis numa pessoa. Ainda mais em você.

Rami abriu a boca para rebater, mas Rowan levantou a mão.

Ela até gostava quando eles se alfinetavam, era divertido (uma vez ou outra, tinha até estourado pipoca no micro-ondas e ficado vendo os dois brigarem), mas ultimamente, cada vez mais, estavam agressivos em suas palavras e, pareciam esquecer que, acima de tudo, eram amigos. Rowan realmente não entendia toda aquela mudança deles. Qual era o maldito problema? Porém, naquele momento, precisavam resolver um assunto muito mais importante: como diabos iriam arrumar o chuveiro.

Dreimal in MünchenOnde histórias criam vida. Descubra agora